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Pensamento pedagogico

Por:   •  6/2/2018  •  2.484 Palavras (10 Páginas)  •  251 Visualizações

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a compor definitivamente o universo feminino.

UMA CONVERSA COM PROFESSORAS.

A entrevista é o ato/ação onde duas pessoas colocam-se defronte uma da outra, com o objetivo de coletar ou extrair informações acerca de um assunto ou tema especifico e uma delas oferecerá a outra perguntas que lhe são de interesse. Tudo isso acontece mediado por uma conversação com fins profissionais e/ou acadêmicos (LAKATOS; MARCONI, 2003). É preciso ter um roteiro de entrevista, constando com perguntas, tópicos ou pontos que sejam pertinentes à temática abordada, dialogando direta e previamente com a problemática central. Haguette(1987) define como sendo o processo pelo qual entrevistador e entrevistado interagem socialmente.

Realizamos uma pesquisa bibliográfica e áudio- visual para compreender a historia da educação brasileira, seus limites e desafios, tendo como foco a presença feminina no exercício da docência e conversamos com três professoras das quais duas já estão aposentadas e uma ainda exerce a docência. Por questão de ética não mencionaremos os nomes das entrevistadas, mas a chamaremos de Maria, Ana e Beatriz( ficticiamente). Numa conversa informal perguntamos a elas quais os motivos de terem optado por esta profissão. A resposta foi direta, por afinidade e por acreditarem que a educação é a mola motriz de qualquer mudança.

A professora Ana disse que ser professora hoje nas condições atuais que vivemos é mais um desafio que uma profissão, pois o salário de um docente do Ensino Fundamental I e II é pouco diante da quantidade de horas exigidas por lei durante um ano, bem como o fato de as crianças e jovens terem um perfil diferente dos jovens de outros tempo.

Dona Beatriz, que já está aposentada, falou que quando ela se formou no curso de magistério foi no final da década de sessenta, em pleno período da ditadura militar, e ela disse que, como era filha de professora, lia muito e sentia-se motivada a formar pessoas, jovens e adultos de forma consciente para enfrentarem aquele período duro pelo qual passava o país.

Percebemos, a partir desta fala de dona Beatriz, que a profissão docente vai alem do simples desejo ou motivação financeira, é também por entender que em sala de aula o professor tem o dom de formar mentes, formar pessoas, conduzir pensamentos, etc.

Hoje, segundo Maria, as condições de trabalho são bastante precárias, no que diz respeito à rede publica de ensino, mas mesmo assim, se o professor for dedicado e gostar de sua profissão, pode fazer um trabalho bacana e diferenciado. Ela diz que o pouco recurso que as escolas recebem e o salário baixo dos profissionais da educação não são a mola propulsora da profissionalização docente, mas se investigarmos a fundo veremos que as classes de pedagogia e outras licenciaturas estão cheias, pois ser professor é algo que, atualmente, não impõe muita dificuldade. Antigamente o curso de magistério era bem puxado, seria como um curso de pedagogia nos dias atuais. O ensino hoje é mais fraco, esta é a fala de Ana, fraco no sentido de conteúdos programáticos e cobranças pedagógicas. Não se tem mais o mesmo rigor. Por isso as turmas de pedagogia , bacharelado e licenciaturas estão cheias, seja no ensino presencial ou à distancia.

Assim, diante destas falas, percebemos que há um abismo entre o que é proposto para os professores e o que é vivido em sala de aula bem como é diferenciada a formação docente de trinta anos atrás e a atual.

ANALISANDO E CONVERSANDO SOBRE A ENTREVISTA

A história educacional brasileira, especialmente o campo da formação inicial de professores nos remete a um cenário conturbado, com muitas contradições, avanços e retrocessos. Construída com políticas de pouca valorização, historicamente a formação de professores vem sendo traçada em um ambiente onde a formação pedagógica é diminuída em relação aos conteúdos conceituais fortalecendo assim a idéia de que para ser professor basta conhecer o conteúdo. Brzeznski e Garrido (2001), apontam que em pesquisa feita por Brzeznski (1993), entre o período de 1980 a 1992, constatou a inadequação da formação nos cursos de licenciaturas, praticamente no que se refere à dicotomia entre formação pedagógica e formação específica, à fragilidade da formação pedagógica e a descaracterização das faculdades de educação, constituindo mais em (de)formação do que em preparo qualificado para atuar no magistério.

O modelo de formação de professor, em muitos casos ainda em vigência, nas instituições de Ensino Superior remete à dicotomia teoria e prática. Esta dicotomia se materializa na falta de compreensão da realidade escolar por parte do futuro professor que, somente no estágio de final de curso começa a preocupar-se com sua ação na escola. Os problemas característicos dos cursos de licenciatura tornam-se mais visíveis nos últimos anos na pesquisa e no discurso educacional.

Desta forma, podemos afirmar que as evidências não são as melhores e que os cursos de licenciatura no Brasil têm problemas muito característicos que precisam ser superados.

Percebemos estes problemas de forma clara no relatos das entrevistadas. É notório o fato de que há, socialmente falando, outras prioridades em pauta no cenário nacional, sendo a formação docente mais uma ferramenta de reprodução do modelo sócio cultural exercido no Brasil. Entendemos que é necessário mudanças desde o currículo pedagógico aplicado nos curso de graduação e formação de professores, até o financeiro que vai desde o pagamento de salários até as verbas e recursos destinados à educação.

Melhorar a formação docente implica em instaurar e fortalecer processos de mudança no interior das instituições formadoras, respondendo aos entraves e aos desafios apontados. Para isso não bastam mudanças superficiais. Faz-se necessária uma revisão profunda dos diferentes aspectos que interferem na formação inicial de professores, tais como: a organização institucional, a definição e estruturação dos conteúdos para que respondessem às necessidades de atuação de professor, os processos formativos que envolvem aprendizagem e desenvolvimento de competências do

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