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Filosofia da Educação e O Pensamento Pedagógico

Por:   •  22/2/2018  •  2.581 Palavras (11 Páginas)  •  343 Visualizações

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A partir de 1910, foram reabertas as escolas normais, nas quais as mulheres eram preferidas para lecionar porque era considerado que essa era sua vocação, também era mais fácil de conciliar com os afazeres domésticos e isso as impedia de ingressar em outras profissões, mulheres eram mais fáceis de se contentar e com isso o magistério já não era mais a área de atuação masculina devido ao baixo salário.

O professor devia servir de modelo ético, moral e civil; também lhes eram apresentados grandes personagens da história, pois a educação se baseava na assimilação de ideais.

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PASSO 02: ENTREVISTA COM DOCENTES

2.1. Nome do Profissional: Patrícia Lopes Marcondes

Formação: 1- Licenciatura e Bacharel em História – UFSC

2- Especialização em Psicopedagogia Clínica – UNISUL/SC

3- Especialização em Tecnologias em Educação – PUC/RJ

Ano de conclusão do(s) curso(s): 1- UFSC1991

2- UNISUL/SC 2002

3- PUC/RJ 2010

Data da entrevista: 15/09/2015

Motivações pelas quais assumiram a carreira docente: Poderia dizer que minha principal motivação foi crescer em meio aos livros, diários e provas, pois desde pequena convivia com esse universo. Sou filha de professora e sobrinha de professoras.

Outro fator, é que nas décadas de 70 e início de 80, não se tinha muita opção para o chamado 2º grau, hoje Ensino Médio, ou se fazia o Magistério ou o Científico, principalmente nas cidades do interior.

Em que contexto se deu a decisão pela profissão: Logo que me formei no Ensino Fundamental tinha certeza que essa era a profissão que queria seguir. Meus pais até tentaram me fazer mudar de ideia, prestei a prova do então CEFET em Curitiba, passei para o Curso de Desenho Industrial, pois meu pai achava que essa sim seria uma carreira promissora. Frequentei o primeiro semestre, mas nunca abandonei a vontade de fazer o Curso de Magistério. E assim que o semestre terminou, a forma que encontrei foi a de não renovar minha matrícula. Meu pai ficou furioso, tentou me fazer voltar para Curitiba de qualquer maneira, até ameaçou me deixar sem estudar, mas a minha vontade era maior que qualquer ameaça. Passaram-se alguns dias e fui convidada por minha tia, também professora, a ir morar com ela em Florianópolis e estudar na escola onde ela trabalhava, realizando meu sonho, fazendo o curso do Magistério.

As expectativas em relação à formação: Não vou dizer que tinha expectativas financeiras, pois sempre convive com a triste realidade dos professores. Minha vontade era, e é a de fazer a diferença na vida das pessoas. Agora você pode estar pensando: “mais uma sonhadora”, mas posso lhe garantir que não. Sempre lutei por melhores condições de trabalho, melhores remunerações, em todos os setores, seja ele privado ou público, pois durante esses 32 anos de magistério, atuei nos dois.Hoje, já aposentada no setor privado, continuo atuando como professora efetiva da Rede Pública no Estado de Santa Catarina, e isso já comprova a expectativa que tive e que ainda tenho em relação a profissão, a minha realização pessoal.

O contexto real da atuação e as mudanças verificadas na condição docente ao longo do tempo: Atuo hoje, no Ensino Fundamental II, 6º e 7º anos, em uma Escola que conta com um total de 830 alunos, que em sua maioria, residem em área com índice de violência muito alto e estão em situação de risco permanente. Isso faz com que os conflitos vividos fora reflitam dentro da sala de aula, o que dificulta ainda mais o nosso trabalho, além, das precárias condições da estrutura física da escola.

Hoje, vejo poucas ou quase nenhuma mudança e infelizmente não vejo luz no fim do túnel. O Ensino Básico continua sendo pensado por profissionais que nunca atuaram nele, sendo assim, como pode dar certo?

As políticas na área da educação não conseguem ser aplicadas, pois, a cada mudança no governo, muda-se tudo novamente. Quando as escolas começam a ter resultados, ou a entender como executá-las, muda-se tudo e chegam novos programas. O que comprova a falta de preocupação real com a educação. Não se tem tempo nem para avaliar resultados, pois as políticas mudam na velocidade da luz.

Agora está sendo lançada pelo governo a Base Nacional Comum (BNC), que apresenta os conteúdos para às áreas de Linguagem, Matemática, Ciências da Natureza e Ciências Humanas em cada etapa escolar do Ensino Básico, para as instituições públicas e privadas. Essa proposta está sendo duramente criticada por nomes respeitados na educação no âmbito nacional como Miguel Arroyo, Jaqueline Moll entre outros.

Um dos pontos mais criticado por eles, e que concordo, é que a discussão sobre o currículo a ser implantado em todo o território nacional, foi feita sem consultar quem trabalha com ele. Conhecer a realidade de nossos educandos, é essencial para se saber, o que, e como ensinar, e isso, só quem está lá, dentro da sala de aula pode responder.

Mesmo com a tentativa de implantar novas tecnologias na prática escolar não estamos obtendo sucesso. Há por parte do governo um investimento grande no que é material, sem a preocupação em fazer com que esses materiais funcionem realmente. Como por exemplo, o MEC, distribuiu para todos os Estados os famosos Tablets, aqueles amarelinhos, mas acho que esqueceram de que para coloca-los a funcionar é necessário ter acesso a internet, e que uma grande parte dos municípios brasileiros não o tem, ou se tem, é de forma muito precária. Distribuem laboratórios de informática, e esquecem de exigir que as secretarias da educação ofereçam as estruturas mínimas para que funcionem, uma grande parte dos equipamentos nem saem das caixas, por falta de pessoal técnico para montá-los, e por aí vai.

O descaso com a educação no Brasil chegou a um ponto, que não consigo ver uma saída a curto prazo. Estamos vivendo a desvalorização do profissional da educação já faz muito tempo. E se o governo não nos valoriza, como podemos querer que a sociedade o faça ... e assim, continuamos a ter que matar um leão por dia, na tentativa de fazer uma educação baseada nos quatro pilares que fundamentam a educação baseado no relatório da Comissão Internacional Sobre Educação para o Séc. XXI, coordenada Por Jacques Delors da

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