PROJETO DE TRABALHO - APROVEITAMENTO PEDAGÓGICO DE UM AMBIENTE NÃO ESCOLAR
Por: Hugo.bassi • 1/6/2018 • 3.471 Palavras (14 Páginas) • 677 Visualizações
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A despeito dessa conceituação particular, referentemente à educação formal, a Lei 9394/96, denominada Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, amplifica o conceito de educação, em seu Art. 1º.
A educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais. (BRASIL, 1996)
Entretanto, o que se observa é que os processos educativos têm se restringido ao âmbito escolar ou da educação formal, caracterizado por uma prática de ensino estandardizada, focada em conteúdos que, na maioria das vezes, não despertam interesse e motivação ao alunado. O aluno passa certo período de seu tempo útil nesse ambiente, ao passo que tem a maior parte deste dedicada a outras atividades em ambientes diversos. Seu espaço de circulação e experiências, normalmente sem a presença do professor, podem ser assim identificados:
Eles circulam pelas ruas, percebem casas antigas e novas construções, atravessam a ponte sobre o riacho, leem os nomes das ruas, os números, assistem a um conflito no trânsito, frequentam uma praça, combinam um passeio de bicicleta, encontram pessoas conhecidas e desconhecidas, descobrem uma nova loja naquela esquina. Tudo isto pode não resultar em aprendizagem do ponto de vista cognitivo, e sim apenas numa informação sem significado aparente; no entanto, são esses registros que ficarão marcados na memória emocional. (GUARÁ, 2009, p. 65-81).
Neste ponto, as questões que se colocam podem ser as seguintes: Em que medida seria possível ampliar o conceito de educação, extrapolando a ação de ensinar e o processo de aprendizagem aos muros ou interiores da escola para outros espaços, normalmente reconhecidos pelos alunos no seu dia a dia? Seria possível identificar espaços em que o educador, como agente de transformação, mediador do conhecimento e engendrador de reflexões poderia ampliar a cognição do aluno? A inserção dos alunos em outras realidades não ortodoxamente escolares, mas com características educativas, poderia servir como fator de inclusão social, valorização da cultura, reconhecimento de outros valores sociais? A ampliação do campo de experiências do aluno, pondo-o em contato com variadas oportunidades de conhecimento não poderia ensejar caminhos possíveis para sua autorrealização, como ser humano e como cidadão?
A busca de respostas a essas questões permite inferir a necessidade de se pesquisarem alternativas educacionais fora dos portões escolares, tendo em vista a obtenção da inserção dos alunos em outras realidades que não as formais de educação. A educação, vista como instrumento de transformação do indivíduo, deve proporcionar-lhe formação integral, desenvolver suas capacidades físicas, mentais, cognitivas e psicológicas, além de despertar-lhe a alteridade necessária dentro de uma sociedade, cujas características potencializam o comportamento individualista. O ser humano nasceu para viver em sociedade, pois é somente nela que poderá encontrar sua plena realização. Assim, a conclusão possível é aquela que permite afirmar que a educação, também plena, exige articular saberes obtidos em ambientes formais e não formais. A prática docente, por vezes, é angustiante na medida em que é percebida uma demanda dos alunos por saberes outros que não somente aqueles propostos em salas de aula contrapondo-se aos limites impostos pela educação formal. Aristóteles, em suas aulas, caminhava com seus discípulos pelas extensas áreas do Liceu, onde tinham a oportunidade de aprender pela experiência, pela observação e pela reflexão!
Este projeto não pretende responder a todas as questões propostas acima, mas apresentar uma alternativa de abordagem com características participativas, cujos conteúdos e metodologia de aprendizagem propiciem a construção e a internação de seu próprio conhecimento.
A proposta de ação aqui apresentada terá como locais de aplicação dois dos ambientes educativos identificados no Relato de Observação.
O primeiro deles, um ambiente educativo escolar denominado Escola Professor Gabriel Ortiz. Trata-se de uma escola pública estadual, situada à Av. Amador Bueno da Veiga, 2932 - Vila Esperança, São Paulo – SP. Possui amplas instalações, com, aproximadamente, 1500 alunos no ensino médio.
O outro ambiente, que este Projeto Pedagógico focará, é um ambiente educativo não escolar denominado Parque Linear Tiquatira, situado à Av. Governador Carvalho Pinto, em, praticamente, todo seu percurso – Penha, São Paulo – SP. O parque margeia os dois lados do córrego Tiquatira. Possui área de 320.000m2, com diversos equipamentos para prática de exercícios, pistas para caminhadas, corridas e bicicletas, quadras poliesportivas, áreas para anfiteatro, shows etc. Sua vegetação é composta por áreas ajardinadas, gramados, bosques heterogêneos e arborização esparsa, com cerca de 120 espécies vegetais, além de diversas espécies de aves, tendo sido identificadas 20 delas.
O público-alvo serão os alunos do ensino médio da Escola Prof. Gabriel Ortiz. Estes terão a oportunidade de explorar as características do parque no que se refere ao reconhecimento da área, sob o ponto de vista das disciplinas: História, Ciências Biológicas e Educação Física. A transversalidade poderá ser identificada ao serem abordados temas relacionados à saúde corporal, Ética e sociabilidade.
A valorização dos conhecimentos prévios dos estudantes, seus ritmos e suas necessidades ensejará oportunidades de se transformarem em protagonistas nos procedimentos de ensino-aprendizagem que refletem o mundo atual.
2 OBJETIVOS
2.1 Objetivos Gerais
Identificar as possibilidades de execução de atividades educativas mediante integração dos ambientes escolares e não escolares, desenvolvendo ações conjuntas entre educandos, educadores, escola, ambiente não escolar e integrantes do meio social.
Possibilitar aos estudantes uma vivência ambiental e protagonista, desenvolvendo uma série de habilidades e competências pautadas na observação, identificação, experimentação e assimilação de fenômenos científicos, educacionais e socioambientais e também os relacionados à saúde corporal.
Gerar momentos onde o educando possa aprender, conviver, fazer e compreender, percebendo que a mudança na maneira de viver, pensar, produzir e consumir pode ser a essência para a construção de um mundo melhor
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