OS JOGOS TEATRAIS NA PRATICA PEDAGÓGICA

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da realidade. Quanto à criatividade, a crítica e a disposição para solucionar, justa e eticamente, problemas existentes no seu cotidiano, se configuram o exercício pleno da cidadania. Sendo, portanto, seguindo neste objetivo que tomamos como tema central do nosso trabalho de conclusão de curso os Jogos Teatrais Dentro da Prática Pedagógica.

Dentro das inúmeras problemáticas que são possíveis e passíveis de estudos e complementação acadêmica, o ponto central que focamos para nosso trabalho foi “De que forma os jogos teatrais podem colaborar na formação de um cidadão participativo e ser um instrumento pedagógico”.

O ambiente escolar deve ser um local que possibilite momentos de participação e reflexão, e não pode contribuir para a formação de indivíduos passivos. Sendo assim verificamos que os jogos teatrais, com seu caráter transformador e libertador podem contribuir grandemente para trabalhos em sala de aula, estimulando debates problematizadores a respeito do conhecimento.

Pensando num ambiente propício para o debate e construção de saberes é indispensável que olhemos para cada cidadão dentro de suas particularidades e não como um bloco. Os jogos teatrais nos permitem que os participantes reflitam sobre seus conceitos e saberes em comparação com o restante do grupo, desta forma temos a mudança individual de visão de mundo, para posterior construção coletiva, por isso os jogos teatrais contribuem para a formação de indivíduos capazes de interagir nesse novo universo globalizado e em constante transformação. Este é sem duvida o grande foco do uso dos jogos teatrais como recurso pedagógico, nas rotinas dos conteúdos das diversas áreas educacionais.

Como forma de constatar o que grandes nomes do ambiente educacional já haviam dito sobre este assunto ou tema vinculados, buscamos realizar um levantamento teórico, sobre as visões de educação libertadora e de construção da autonomia do individuo, assim como teorias sobre as funções dos jogos teatrais, no ambiente teatral, e foi possível notar que ambos os pensamentos caminham em paralelo, e uma linha muito tênue os separa, bastando apenas docentes preparados para conseguir utilizar deste recurso no ambiente escolar. Nossas pesquisas teóricas foram determinantes para construção desta visão. E como complementação utilizei das minhas próprias vivências como instrutora de artes, realizando jogos teatrais a grupos mistos e verificando o desenvolvimento dos indivíduos ao ter os primeiros contatos com este recurso didático.

No primeiro capítulo são discorridos conceitos históricos do teatro e da evolução da educação no Brasil. Temos em seguida o segundo capitulo direcionado a esclarecer os conceitos para jogos teatrais por alguns dos seus maiores estudiosos no assunto, tanto no sentido artístico quanto educacional. Dando sequencia aos pensamentos das funções dos jogos teatrais temos o capitulo terceiro voltado à reflexão dos jogos com regras dentro da infância. O quarto capítulo é a discrição do uso dos jogos teatrais na formação do ator, com a função de preparar um profissional para espetáculos artísticos. Sendo no capitulo quinto que ocorre o detalhamento dos estudos feitos sobre o uso dos jogos teatrais como instrumento pedagógico, no sentido da construção da identidade e autonomia no ambiente escolar, as adaptações necessárias principalmente para a formação dos docentes, que seriam neste caso os orientadores dos jogos. Temos no sexto capitulo uma reflexão sobre as possibilidades de inclusão dos jogos teatrais na educação básica nacional. E como contribuição para a sociedade educacional registro no sétimo capítulo algumas observações das experiências que vivenciei como instrutora de jogos teatrais a grupos de crianças, pré-adolescentes e adolescentes, no formato de planos de aula.

2 TEATRO E EDUCAÇÃO NO BRASIL

Para elaborarmos uma proposta pedagógica que atenda a necessidade de inter-relações entre Teatro e Educação no Brasil se faz necessário uma breve apresentação dos referenciais teóricos dos contextos históricos.

Não podemos negar que ainda hoje as artes, de forma geral, são vistas com pouca importância, como algo dispensável, relacionado apenas como recreação e lazer, apenas disponível para classes economicamente mais favorecidas. Porém segundo Koudela: As formas simbólicas tornam concretas e manifesta as experiências, desenvolvendo novas percepções a partir da construção da forma artística. O aprendizado artístico é transformado em processo de produção de conhecimento. (KOUDELA, , 2010, p.26).

A arte é essencial para o desenvolvimento dos processos sociais do individuo, possibilitando familiaridade com o vocabulário e saberes pertinentes ao campo do conhecimento humano.

É recente no Brasil a implantação do Teatro na educação, há cerca de 30 anos foi formalmente implantado como conteúdo abrangido pela matéria de Educação Artística, por força da Lei 5692/71. Mas o ensino Teatro está presente na educação brasileira desde o século XVI, através das iniciativas de ensino religioso dos jesuítas para as comunidades indígenas. Somente em meados