O Papel das Midias

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O principal aspecto relacionado a elaboração de materiais didáticos baseado em novas tecnologias da informação e da comunicação é a sua contribuição para novas concepções da aprendizagem. Entre os etudiosos ainda há divergências sobre essa questão. Carraher (1992). considera que a contribuição da informática restringe-se ao emprego da tecnológica, sem influência conceitual, o que significa que a mesma não oferece subsídio para a elaboração de novas ideias acerca do processo de aprendizagem ou ensino.

Pretto (1996) condicionou as novas tecnologias podem representar uma nova forma de pensar e sentir ainda em construção, desde que sejam usadas como fundamento do processo de ensino-aprendizagem e não como mero instrumento. O autor entende que as tecnologias desempenham um papel importante na construção do pensamento. Sob tal perspectiva, a criação de materiais didáticos que incorporem novas tecnologias destinadas à contribuir para a aprendizagem depende do esforço de relacionar novas abordagens teóricas sobre a aprendizagem a seu desenho instrucional.

Dillon (1996) observou que é raro a informática educativa, a partir da segunda metade dos anos 1980, provocar diretamente a transferência de descobertas nas ciências cognitivas e sociais para a prática do planejamento de materiais didático. Isso representa um grande desafio para os projetos de inovações tecnológicas na escola. A metacognição pode, assim, ser associada à resolução de problemas, quando, além de refletir sobre a solução, o indivíduo reflete também sobre suas próprias abordagens ao problema, podendo gerar estratégias alternativas mais produtivas. O foco do processo educativo transcende à memorização e repousa no ato de pensar.

Para Santos (1999), a informatização é um fenômeno revolucionário para a sociabilidade e a comunicação humana, atuando sobre a produção e a reprodução do conhecimento de forma imediata. Vários autores abordam os impactos das tecnologias na educação quanto às diferentes formas de percepção da realidade. Santos (1999) admitiu também que as tecnologias buscam eficiência no processo de armazenamento de informação para a comunicação e construção de modelos cognitivos.

Segundo Levy (1993), os modelos cognitivos compreendem a soma dos aspetos técnicos, apreciativos e raciocínio analítico, integradas ao advento da cibercultura. Estes conceitos são evidenciados nos processos de interação de crianças e adolescentes, no ambiente comunicativo e os mesmos são relacionados às três fases da trajetória do desenvolvimento humano: oralidade, escrita e informática.

O papel da informática, segundo Almeida e Fonseca Júnior (2000), não está em sua capacidade de aumentar o poder centralizado nem na sua força para isolar as pessoas em torno da máquina, mas sim no campo da cooperação, da amizade, na criação e desenvolvimento de atividades em parcerias por meio da Internet. Esses autores ressaltam que:

[...] um acelerado processo de digitalização de toda a informação produzida até hoje vem garantindo a disponibilidade do acervo cultural da humanidade para todos os que têm acesso à Internet. É talvez o maior projeto de comunicação da espécie humana. (ALMEIDA; FONSECA JÚNIOR, 2000, p.44).

O principal efeito do uso de tecnologias da informação e comunicação na educação é contribuir para a obtenção de uma aprendizagem significativa por proporcionar estímulo e interação com o usuário aprendiz.

- A Abordagem Teórica do Construtivismo

As bases do construtivismo foram elaboradas pelo educador Jean Piaget, mas Ausubel[1] (1982) avançou propondo a teoria da aprendizagem significativa. Segundo Pelizzari (2002), em Ausbel a aprendizagem significativa caracteriza-se pela adição de um novo conteúdo à estrutura cognitiva de conhecimento do aluno, com um significado particular para este a partir da relação com seu conhecimento prévio.

A teoria da aprendizagem de Ausubel é uma das primeiras proposições psicoeducativas que tentam explicar a aprendizagem escolar e o ensino a partir de um marco distanciado dos princípios condutistas. Para que a aprendizagem significativa ocorra é necessário entender um processo de modificação do conhecimento, em vez de comportamento em um sentido externo e observável, e reconhecer a importância que os processos mentais têm nesse desenvolvimento.

Outro pilar da teoria de Ausbel é a reflexão específica sobre a aprendizagem escolar e o ensino, em vez de tentar somente generalizar e transferir à aprendizagem escolar conceitos ou princípios explicativos extraídos de outras situações ou contextos de aprendizagem.

Segundo Ausbel (1982, p. .....):[a]

Para haver aprendizagem significativa são necessárias duas condições. Em primeiro lugar, o aluno precisa ter uma disposição para aprender: se o indivíduo quiser memorizar o conteúdo arbitrária e literalmente, então a aprendizagem será mecânica. Em segundo, o conteúdo escolar a ser aprendido tem que ser potencialmente significativo, ou seja, ele tem que ser lógica e psicologicamente significativo: o significado lógico depende somente da natureza do conteúdo, e o significado psicológico é uma experiência que cada indivíduo tem. Cada aprendiz faz uma filtragem dos conteúdos que têm significado ou não para si próprio. Devem ser hierárquicos, quer dizer, os conceitos mais gerais devem situar-se na parte superior, e os conceitos mais específicos e menos inclusivos na parte inferior. Também podem ser considerados instrumentos úteis para negociar significados, quer dizer, os alunos sempre trazem alguma coisa deles mesmos para a negociação. Não são como uma tábua rasa ou um recipiente vazio que o professor deve preencher.

O próprio educador, praticante da sua área de conhecimento, é uma ferramenta do saber do aluno. Se ele for apaixonado pela sua área de conhecimento e for capaz de encantar, o aluno poderá talvez perceber que existe algo pelo qual alguém de fato se interessou e que talvez possa valer a pena seguir o mesmo caminho.

Mas se essa não for a realidade vivida pelo professor, se ele apenas transmitir aquilo que leu nos livros, por mais que ele fale de determinado assunto, todo corpo estará dizendo o contrário e o aluno provavelmente terá aquele conhecimento como algo para apenas ser cumprido, porque a mente humana é capaz de fazer leituras bastante profundas dos detalhes aparentemente insignificantes, mas que certamente têm um grande poder de semear profundo significados. Baseado nessas informações, conclui-se que a teoria de Ausubel contribuirá