O Lúdico na Aprendizagem da Educação Infantil
Por: Kleber.Oliveira • 3/4/2018 • 4.904 Palavras (20 Páginas) • 400 Visualizações
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Sabe-se, contudo que todo homem nasce com possibilidades que se desenvolvem, aos poucos, durante toda a vida. À proporção que vai crescendo, vai adquirindo consciência e condições de descobrir o mundo e tomando posse dele. Porém, muitas são as crianças que não conseguem desenvolver as estruturas orgânicas que dão sustentabilidade aos aspectos cognitivos, sócio afetivo do aprender.
Infelizmente, este não é o caso das crianças que conduzem comportamentos resultantes de uma conduta inconsistente, oriundas daquelas famílias e professores desprovidos das condições básicas de sobrevivência e ou conhecimento didático-pedagógico que seja determinado pelas atividades lúdicas. Conforme Sousa (2003), p 18) o lúdico é “um convite para redescobrir os jardins imaginários da infância”
No decorrer da vida do homem há muitas respostas aprendidas. Essas respostas, que foram condicionados desde o inicio da vida, vão-se estabilizando em padrões reativos a que chamamos hábitos e que poderão ser mentais, afetivos e motores, porém muitos aspectos da vida humana envolvem motivos conflitantes. Essa realidade justifica a citação de Le Boulch (1982, p. 69), quando coloca que “o comportamento organiza-se sob a influência de estímulos externos...”. Isto que dizer, que todos os indivíduos que não conseguem desvencilhar-se com facilidade da rede de estímulos que determinam o conflito e suas implicações no meio em que vive, se enquadram entre aqueles que não conseguem organizar suas ações artísticas e desenvolver a aprendizagem de qualidade. Daí a importância da criança aprender com prazer.
A atividade artística, no mundo infantil, adquire características lúdicas, isto é, tem sentido de jogo, em que a ação em si é mais significante que o produto final conseguido. O importante é o processo da criança – o seu pensamento, os seus sentimentos, as suas percepções, em suma, as suas reações ao seu ambiente.
Partindo desse conhecimento, devemos, como diz Rodrigues (1995), dar atenção às emoções e sentimentos da criança no aprimoramento de seu imaginação, deixando-as espontaneamente se expressar através de experiências criadoras – da arte e da ciência – na medida de suas possibilidades e na compreensão de seus limites. Desta maneira, será cultivando a capacidade criadora da criança que possibilitará o desenvolvimento de uma educação que favoreça a ela a participação ativa e transformadora no meio que lhe serve de contexto. Mas, Rodrigues (1995, p. 98), afirma que “...a escola tenta explicar o mundo à criança num quadro negro. O mundo, cheio de interesse vai ficando reduzido a um circulo de giz. Frio e vazio”.
Sabe-se, entretanto, que é através dos cinco sentidos que o ser humano seleciona aquilo que mais lhe agrada, interiorizando e organizando o mundo à sua medida. No entanto, na escola os trabalhos com crianças, dão à oportunidade para que os alunos e professores possam mostra-se plenamente felizes para desenvolver sua sensibilidade e emoção.
Desta forma, com a prática de atividade lúdicas entremeadas de criatividade na sala de aula, o professor mantém e estimula a separação das emoções e vivencias, da razão e do pensamento, objetivando, assim apenas a formação de cidadãos preparados para a sociedade em que vivem. Sem perder, assim, a oportunidade de desenvolver nos alunos, o pensamento crítico e visão do mundo, a linguagem que somente se dá, a partir das vivências, potencialidades inatas e sentimentos despertados, que dão tessitura ao desenvolvimento normal da criança. Le Boulch, (1982) afirma que,
As etapas do desenvolvimento da criança têm uma base genética evidente, mas as potencialidades inatas só se desenvolvem na medida em que o recém-nascido encontra meio favorável. O meio no qual crescerá a criança está feito de estímulos de natureza física e principalmente da presença humana carinhosa que cria as condições psicoafetivas indispensáveis ao desenvolvimento geral da criança a curto ou longo prazo. (p. 72)
Porém, a própria mãe, primeiramente, e em seguida a escola deverão estar organizadas de forma a beneficiar algumas áreas em detrimentos de outras, gerando um espaço equilibrado onde a criança possa ter condições para um desenvolvimento normal. E quase o ensino na educação infantil, é visto, ainda, como ação de menor importância, usado para preenchimento do tempo ocioso na escola. Acredita-se, que assim muitas crianças sofrem sérias dificuldades de aprendizagem. A educação na família ou na escola não desempenha o papel fundamental na procura de conhecimento novo, de explicações novas de um “saber fazer” novo, mais, global, holístico, integral
Não trabalhando as atividades lúdicas em maior proporção, talvez a escola não possa contribuir para corrigir as distorções visíveis no mundo social de hoje, decorrentes de um processo de fragmentação de pensamento quanto a importância da educação infantil abalizada nas indicações educativas para crianças pequenas, capazes de fornecer o desenvolvimento normal da percepção da criança. É bom que saiba, ainda com o autor acima citado que,
A educação perceptiva, na medida em que ela terá como finalidade fazer descobrir à criança um universo onde reinam uma organização e uma estrutura, vai ser um ponto de apoio necessário para fazê-la passar progressivamente de um mundo mágico, sinal do imaginário, a um mundo objetivo, onde poderá exercer sua “imaginação criadora”. (Idem, p. 99)
No entanto, o que se sente na escola são as causas mais comuns atribuídas à atitude de falar e não fazer. Muitos professores não constroem objetivos voltados para o trabalho de despertar na criança o importante papel da percepção. Muitos professores se prendem ao discurso de que “há conteúdos mais importantes a aprender”, argumentos usado por muitos professores apoiado pela escola e responsáveis, configurando-se, assim como “perda de tempo” o ensino mediado pela atividades para a evolução da percepção.
Daí, mais distantes ficam as possibilidades da aquisição de conhecimento significativo, principalmente para as crianças portadoras de dificuldades de aprendizagem. Portanto, a criança precisa de referências bem definidas, isto é, da presença constante de adultos, espaços físicos estruturados e uma rotina que lhe dê a sensação de estar protegido e seguro. Necessita de um educador que lhe dê atendimento individualizado, que observe seu desenvolvimento individual.
Cabe ao educador oferecer desafios de independência, observando sempre o que ele já pode fazer sozinho, além de organizar atividades lúdicas que oportunizem o conhecimento
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