Fichamento CHAUÍ, Marilena. Histórico do termo, in: O que é Ideologia. 2ª ed. São Paulo: Ed. Brasiliense, 2006.
Por: Juliana2017 • 21/3/2018 • 1.301 Palavras (6 Páginas) • 472 Visualizações
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dos próprios intelectuais. A autora diz que “o curioso, como veremos adiante, é que se a acusação de Bonaparte é infundada com relação aos ideólogos franceses, não o seria se se dirigisse aos ideólogos alemães, criticados por Marx”(pg 25). Com Karl Marx, o significado pejorativo foi conservado quando se dirigia aos ideólogos alemães, pois para ele os ideólogos invertiam as relações entre as ideias e a realidade, formando um sistema de concepções que não possuem relação com o mundo real. Na concepção de Marx “o ideólogo é aquele que inverte as relações entre as ideias e o real. Assim, a ideologia, que inicialmente designava uma ciência natural da aquisição, pelo homem, das ideias calcadas sobre o próprio real, passa a designar, dar por diante, um sistema de ideias condenadas a desconhecer sua relação real com o real” (pg 25).
Pela visão de Augusto Comte, o criador do positivismo, a ideologia é uma organização sistemática de todo conhecimento científico, as quais fora produzidos por sábios que recolhiam opiniões e as corrigiam, eliminando elementos metafísicos ou religiosos caso existissem nestas opiniões. Assim a ideologia manipulava as ações dos homens, que eram submetidos a este poder ideológico, o qual era dominado pelos burgueses, então caso fossem desrespeitados estes ideais o homem estaria agindo contras a ordem da sociedade, e de acordo com o lema positivista “Ordem e Progresso”, estaria também atrapalhando o progresso social.
Se examinarmos o significado final dessas conseqüências, perceberemos que nelas se acha implícita a afirmação de que o poder pertence a quem possui o saber. Por este motivo, o positivismo declara que uma sociedade ordenada e progressista deve ser dirigida pelos que possuem o espírito científico, de sorte que a política é um direito dos sábios, e sua aplicação, uma tarefa de técnicos ou administradores competentes. Em uma palavra, o positivismo anuncia, no século XIX, o advento da tecnocracia, que se efetiva no século XX. Veremos, com o marxismo, como a concepção positivista de ideologia é, ela própria, ideológica (pg 29).
Para Durkheim a ideologia é todo conhecimento da sociedade que não respeito o critério da objetividade científica sendo a da separação entre sujeito do conhecimento e objeto do conhecimento, separação que garante a objetividade porque garante a neutralidade do cientista, Durkheim tem a intenção de criar a sociologia como ciência ,como conhecimento racional, objetivo, observacional e necessário da sociedade. Para isso é preciso tratar o fato social como uma coisa, exatamente como o cientista da Natureza trata os fenômenos naturais. Isto significa que a condição para uma sociologia científica é tomar os fatos sociais como desprovidos de interioridade, isto é, de subjetividade, de modo a permitir que o sociólogo encare uma realidade, da qual participa, como se não fizesse parte dela.
Veremos adiante que essa concepção imobilizada e exteriorizada do objeto social é um positivismo ideológico. Iremos ver, a seguir, que a ideologia não é sinônimo de subjetividade oposta à objetividade, que não é pré-conceito nem pré-noção, mas que é um “fato” social justamente porque é produzida pelas relações sociais, possui razões muito determinadas para surgir e se conservar, não sendo um amontoado de idéias falsas que prejudicam a ciência, mas uma certa maneira da produção das idéias pela sociedade, ou melhor, por formas históricas determinadas das relações sociais.(pg 31).
A ideologia é um conjunto de ideias e valores, normas e regras, os quais manipulam os membros de uma sociedade, interferindo em seus meios de pensar e agir, com o intuito de conformar a sociedade mesmo existindo tantas diferenças sócio-politico-culturais, a ideologia tem a função de dar uma explicação racional a esta desigualdade, tentando estabelecer uma estabilidade entre dominantes e dominados.
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