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AFETIVIDADE E EDUCAÇÃO UMA RELAÇÃO INTRÍNSECA

Por:   •  15/1/2018  •  4.636 Palavras (19 Páginas)  •  314 Visualizações

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E ainda: Será que os exemplos de rebeldia dos alunos, surgem por influência das técnicas e ensino que se apoiam na ausência de afeto e envolvimento o aluno? Ou será que o que leva os professores a esta falta de afetividade é a sobrecarga de tarefa aliada á desvalorização dos professores, os baixos salários e a falta de recursos pedagógicos? Como demonstrar o quanto a afetividade está presente em todo o ambiente escolar e o quanto isso afeta no processo de escolarização?

Onde estariam as respostas para estas questões? Ouvimos dos profissionais da área que os alunos são os culpados; desinteressados e desestruturados no processo ensino aprendizagem. Do mesmo modo, ouvimos dos discentes que os profissionais não explicam, são brutos, e que só cobram deles, sem nada fazer.

Neste trabalho, o estudo bibliográfico buscará subsidiar e favorecer todo o percurso da pesquisa, tendo como objetivo investigar a importância da afetividade na aprendizagem, identificando como a interatividade entre docente e discente pode contribuir na sala de aula de forma acolhedora e prazerosa.

Após leitura das bibliografias, fez-se uma reflexão sobre a relação, educador e educando, trazendo à lume um olhar de afeto e amor entre eles, estudando, além disso, as contribuições da Psicopedagogia no que diz respeito às dificuldades de aprendizagem.

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA[d]

2.1 A psicogênese da pessoa completa e a afetividade[e]

Considera-se que o sujeito é um ser que se desenvolve em decorrência da vivência com o meio, com o outro. A escola é um dos lugares onde ocorre este desenvolvimento. Sabe-se ainda que neste ambiente devemos observar a criança como um todo, analisando seu comportamento no que concerne à convivência com seus pares.

Nessa perspectiva, surge a psicogênese, que é a teoria que aborda as causas de ordem psíquicas que afetam o comportamento humano. Segundo Wallon (1992), o homem é determinado tanto fisiológica quanto socialmente e, portanto, influenciado tanto interna como externamente no decorrer de sua vida. Wallon observou o ser humano como um conjunto e não com um único aspecto, o seu estudo desenvolveu-se abarcando todos os campos funcionais em que se distribui a atividade infantil, a afetividade, a motricidade e a inteligência. No entanto, o que podemos observar hoje é que a escola está apenas preocupada com a cognição, esquecendo-se do homem como um todo, fator que dificulta por demais a adequação de objetivos e práticas pedagógicas às necessidades do alunado.

Partindo desse pressuposto, faz-se necessário que se busque refletir sobre uma prática que atenda a criança como um todo. Não queremos dizer com isso, contudo, que se deve dar valor apenas à afetividade, a qual é de total importância para a construção do caráter, mas o que vemos são professores voltados apenas para a aprendizagem sem observar a emoção do aluno. Wallon (1992) referia-se à emoção como reações organizadas e que se exercem sob o comando do sistema nervoso central e, sendo assim, ela é de alguma utilidade.

A emoção acompanha o sujeito em todos os períodos de sua vida, desde o nascimento, quando ela se dá de forma mais intensa, até a vida adulta, algumas vezes com mais intensidade que outras. Ao analisá-la na criança, Wallon revela que é na ação sobre o meio humano que deve ser buscado o significado dessa emoção. (IZABEL, 2004)

Como já se sabe, a emoção, a dimensão afetiva, ocupa o lugar central tanto quando falamos em formação da pessoa quanto na formação do conhecimento. Ao nascer, a criança utiliza a emoção para sobreviver. Ao perceber que, com o seu choro, vem o alimento, ela utiliza a emoção, o choro, para dar um alerta e assim sobreviver. Essa fase é chamada por Wallon (1995) de “impulsivo-emocional”.

A partir do momento de aquisição da fala, a criança continua manifestando sua afetividade agora de forma mais ampla em situações abstratas e situações nas quais possa expressar suas ideias através de palavras.

Para Wallon (1992), as emoções possuem um grande vínculo com o tônus corporal, à medida que mudam os estados emocionais também ocorrem variações tônico-posturais. Pode-se verificar isto na criança na fase de 6 a 7 anos: em suas crises de birra ao final de um dia sobrecarregado, ela enrijece os músculos, chora. Depois se acalma, relaxa e volta a brincar, utilizando assim o choro para descarregar suas emoções.

Mas, como é uma educação voltada para a pessoa completa? Tendo como base a teoria de Wallon (1992), acerca da psicogênese da pessoa completa, constata-se que se deve pensar numa educação que atenda às necessidades da criança em todos os âmbitos - afetivos, cognitivos e motores - proporcionando assim o desenvolvimento em todos esses níveis.

A teoria de Wallon não propõe a tradição intelectualista do ensino, e sim uma pedagogia que não tem como meta final o desenvolvimento do intelecto apenas, mas uma meta voltada para o desenvolvimento da pessoa e, sendo assim, também da inteligência já que esta faz parte do todo. Portanto, nossos projetos escolares devem estar voltados para resgatar a alegria de aprender, contribuir para elevar a auto-estima do aluno, planejar situações de interações, promover a reflexão sobre os valores humanos, comportamentos éticos, formação de caráter e demonstrar que nas interações ocorrem crises e conflitos, e é preciso conhecer suas origens para contratá-las entendê-las tal como as idéias desenvolvidas por Wallon sobre a educação. (WALLON, 1992)

2.2 O ato de educar só se dá com afeto

Muitos já tentaram explicar a educação. Outros tantos tentaram acabar com o fracasso escolar, mas até o momento não se conseguiu identificar todas as suas causas e ela continua sem solução alguma.

Partindo dessa preocupação, alguns estudiosos consideram que um fator determinante no fracasso escolar do sujeito é a afetividade.

Chalita (2001), em seu livro “Educação – A solução está no afeto”, nos diz que o humano está sempre em busca da felicidade. Para ele, ser feliz é um objetivo ao mesmo tempo simples e complexo. Sendo assim, por que não unir educação e afeto? Educação para a felicidade e para a vida.

Onde entra o afeto na relação educacional? Sabe-se que desde o nascimento necessitamos de afetividade. Primeiro a mãe, depois a família, a sociedade, e por que não na escola? A escola está preocupada com o aspecto cognitivo e se esqueceu que o ser humano é um todo e não

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