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A LITERATURA NO CONTEXTO ESCOLAR 

Por:   •  26/11/2018  •  2.095 Palavras (9 Páginas)  •  272 Visualizações

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pertencem ao universo da ficção. (COELHO, 1976, p.23). 

 

Coelho (1976), ainda enfatiza que a literatura é um sistema de signos. Como todo ser vivo é organizado e células, vísceras e funções, também ela possui um corpo que é a matéria verbal: os signos que se organizam em frases, discursos ritmos, melodias, estrofes, capítulos, períodos e etc. Um texto literário, entretanto, muitas vezes articula signos não-verbais e signos verbais. Podemos tomar como exemplo os poemas concretos de Décio Pignatari. 

Para D’Onofrio (1990), a literatura deve ser encarada como uma forma de conhecimento da realidade que se utiliza da ficção e tem como expressão a linguagem artisticamente elaborada. Já para Compagnon (2009), o termo literatura tem uma extensão um pouco vasta segundo os autores, dos clássicos escolares às histórias em quadrinhos, e é difícil explicar sua ampliação contemporânea. O critério de valor que inclui tal texto, não é, em si mesmo, literário nem teórico, mas ético, social e ideológico, de qualquer forma extraliterário. 

Em sala de aula, a literatura assimila o valor extraliterário quando interfere no desenvolvimento e aprendizagem dos alunos. De acordo com Barata (2009), na sua perspectiva, não apenas elementos intrínsecos ao texto o tornam literário, mas também o espaço que lhe é dado pela crítica e a valorização dada pelas instâncias de legitimação (universidades, escolas, suplementos culturais de jornais, intelectuais) baseada em posicionamentos político-ideológicos e sociais.  

É possível afirmar que o extraliterário faz parte da literatura, como salienta Compagnon (2009, p. 45): “literatura é literatura, aquilo que as autoridades (os professores, os editores) incluem na literatura. Seus limites, às vezes se alteram, lentamente, mas é impossível passar de sua extensão à compreensão, do cânone à essência”. Assim, tudo que envolve o contexto literário pode ser utilizado em sala de aula como temáticas para incentivar a leitura. 

O ensino de literatura requer, segundo Brizotto (2011), do professor, o trabalho com o texto literário e suas múltiplas significações e, do aluno, a efetiva leitura e interpretação daquilo que o professor propõe a fim de que os diversos significados que um texto literário pode abarcar sejam apreendidos. Para tanto, há a necessidade de desenvolvimento e aperfeiçoamento de métodos e conteúdos para que o aluno estabeleça uma boa relação com os textos literários.  

 

Quando se discute o papel do professor de língua materna [...] é necessário, além de uma postura incentivadora das vozes leitoras em sala de aula, que o educador explore as possibilidades de ensino dessa disciplina, as maneiras por meio das quais ele pode desenvolver o conhecimento e o gosto literário de seus alunos. Nessa perspectiva, o texto literário pode ser trabalhado por meio da organização do curso em grandes eixos temáticos ou em torno dos gêneros literários, diacrônica ou sincronicamente. Conhecendo as maneiras de se ensinar Literatura, o professor pode optar por aquela que mais se ajusta não só à turma com a qual trabalha e à proposta pedagógica da escola, mas também àquela que promova maior simetria no processo ensino-aprendizagem. (PINHEIRO, 2011, p.10). 

 

Na escola, a leitura e estudo de livros de literatura são orientados e determinados por professores, configurando-se como tarefa ou dever escolar e não como um “ler para ler”, uma leitura apenas para lazer. Além disso, a leitura é sempre avaliada, porque a situação é escolar e é da essência da escola avaliar. (SOARES, 1999). 

Aproximar os textos literários à realidade dos alunos pode servir como estratégia de desenvolvimento do conhecimento e gosto literário dos alunos, como afirma Coelho (1976), literatura não é só um produto da imaginação criadora do homem, mas também um meio de problematizar o real, uma espécie de encruzilhada por onde passam e se cruzam todos os caminhos que formam o mapa da sociedade. Literatura é a transformação da vida em palavras, em linguagem, e um dos instrumentos mais fecundos para a formação da mente do educando. 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Resultados: 

A recepção literária tem muito a ver com a escola em todos os níveis. No ambiente escolar, desde o ensino fundamental ao universitário, a influência dos professores é relevante. Suas opiniões, indicações, comentários e etc., podem influir positiva ou negativamente para a escolha de algumas obras e exclusão de outras. Esse poder de influenciar pressupõe, da parte do docente, uma proximidade e gosto pela literatura. Se os professores não lêem, como poderão comentar, opinar e sugerir leituras aos seus alunos? 

Há quem considere que a literatura faz bem, e os que dizem que faz mal; outros imaginaram que a leitura desvirtua os valores morais e desencaminha as pessoas; há, também, quem pense que certos romances têm caráter político subversivo e representam ameaça à formação mental dos jovens; os que têm receiam os livros, por desculpas morais ou políticas, terminam por querer queimá-los – e aos autores. Se uns receiam os livros por seu potencial subversivo e corruptor da boa moral, outros os vêem como sedimentadores da ordem política e social e dos bons costumes. (SILVA, 2008, p. 4).  

 

É fato conhecido que, lendo, o aluno desenvolverá o senso crítico, além da sua capacidade de escrever e falar. No entanto, quanto ao desenvolvimento do caráter humano nos alunos, Augusti (2000, p.92), argumenta que “Tal caráter, a nosso ver, sustentou-se, fundamentalmente, sobre a possibilidade de os leitores identificarem-se com os personagens. Essa possibilidade de identificação [...] acabou por gerar a polêmica em torno do efeito da leitura dos romances sobre os valores e as formas de conduta do público leitor”. 

Se é verdade que a literatura comporta uma experiência individual única e original, também é fato de que nem ela nem o seu leitor encontram-se suspensos no ar. Silva (2008, p.5), aponta que:  

Livros

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