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A INTERDISCIPLINARIDADE COMO RECURSO PEDAGÓGICO FACILITADOR NA ALFABETIZAÇÃO DE ALUNOS DA EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS

Por:   •  13/11/2018  •  4.528 Palavras (19 Páginas)  •  348 Visualizações

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Educação de Jovens e Adultos. Interdisciplinaridade. Aprendizagem. Vantagens. Contribuições.

1. INTRODUÇÃO

Todo cidadão tem direito a aprender, independente da sua idade ou condição social. Este direito destinado a todo brasileiro está assegurado na Constituição Federal. A sociedade globalizada exige que o indivíduo tenha o mínimo de conhecimento para nela sobreviver, se fazer e ocupar um posto de trabalho. Se os resultados alcançados não correspondem às expectativas da sociedade, não se pode alardear a falta de iniciativa dos órgãos competentes.

Uma das iniciativas de combate ao analfabetismo é a Educação de Jovens e Adultos (EJA), uma modalidade de ensino que permite ao aluno que, no tempo regular de educação anão teve acesso à escola ou por alguma razão evadiu, não conclui sua escolaridade, sendo ofertado em ciclos e menor tempo de conclusão que o ensino regular.

Mas, no final da década de 1960 que o cenário da educação no Brasil passou a trabalhar a interdisciplinaridade. No caso da Educação de Jovens e Adultos, a interdisciplinaridade tem como base o Parecer do Conselho Nacional de Educação (CEB) e da Câmara de Educação Básica (CNE), de 11/2000 que nos artigo 17, Incisos I e II deu bases para Resolução das Diretrizes Curriculares para a EJA oferecer soluções teoricamente fundamentadas e socialmente contextualizadas; desenvolver de práticas educativas que correlacionem teoria e prática.

Este artigo aborda o tema: A interdisciplinaridade como recurso pedagógico facilitador da aprendizagem de alunos da educação de jovens e adultos e parte da seguinte questão problemática: a interdisciplinaridade é um recurso pedagógico capaz de facilitar aprendizagem do aluno EJA?Assim, o objetivo geral busca identificar as contribuições da interdisciplinaridade como meio de facilitar a aprendizagem do aluno.

O desenvolvimento desta pesquisa é resultado da experiência em trabalhar com alunos da EJA, constatar que a aprendizagem é um processo que exige disposição para aprender e o professor que ousa, cria e inova em suas práticas de ensino pode alcançar melhores resultados, motivar os alunos e, assim, proporcionar uma aprendizagem mais significativa.

Em qualquer tempo a aquisição do conhecimento tona o homem mais preparado para conviver em sociedade, alcançar suas metas e objetivos. Parar no início ou no meio do caminho tem suas razões, contudo, retomar de onde parou é o diferencial para quem busca o conhecimento. Daí a relevância e importância desta pesquisa para a educação.

2. METODOLOGIA

Os procedimentos metodológicos são fundamentados na metodologia Chizzotti (2001) pesquisa descritiva, que expõe as características de determinada população ou fenômeno, ou seja, a leitura do mundo antes da leitura das palavras. E bibliográfica na medida em que o aprofundamento e o foco da análise foram desenvolvidos com base em livros, revistas, teses, dissertações e artigos que fundamentem cientificamente o que se pretende estudar.

3. A SOCIEDADE BRASILEIRA E A QUESTÃO DO ANALFABETISMO

O Censo Escolar de 2000 apontou que 31.4% (cerca de 42.844.220 pessoas) da população brasileira acima de dez anos de idade são analfabetas funcionais (ficaram menos de quatro anos na escola), conseguem ler, mas não interpretam.

De 68 milhões de brasileiros, acima de 15 anos e com o Ensino Fundamental Incompleto, 7,6 milhões (um pouquinho a mais de 10%) estiveram sentados em um banco escolar em 2003 (IBGE, 2001). A Tabela 1 mostra os percentuais do analfabetismo no Brasil por faixa etária, no período de 1996 a 2001.

Tabela 1 – analfabetismo no Brasil por idade

Fonte: IBGE, Pnads 1995, 1998 e 2001.

No Brasil, 35% dos analfabetos já frequentaram a escola e, desta forma, passam a integrar a lista de fatores que contribuem para fracasso da alfabetização na sociedade brasileira: escola de baixa qualidade, trabalho precoce, baixa escolarização dos pais, despreparo da rede de ensino para lidar com essa população (MEC, 2009).

Para se ter uma ideia, em 2005, o relatório do 5º Indicador Nacional de Alfabetismo Funcional - INAF, 2005 apontou que 26% da população brasileira, com idade entre 15 e 64 anos de idade são classificados como alfabetizados (70% são jovens com até 34 anos).

Ao contrário de outros países, no Brasil o analfabetismo entre as mulheres é praticamente o mesmo que entre os homens. Como mostra a Figura 1, 12,4% dos homens de 15 anos ou mais são analfabetos e 12,3% entre as mulheres na mesma faixa etária - INAF, 2005.

Gráfico 1 – Analfabetos masculinos e femininos

Fonte: IBGE, Pnad de 2001.

A população brasileira, de acordo com as habilidades em letramento e matemática, é dividida em quatro níveis: analfabetismo, analfabetismo rudimentar, analfabetismo básico e pleno. Cerca de 7% são considerados analfabetos rudimentares, isto significa que localizam a informação explícita em textos curtos, contudo não possuem a capacidade de compreensão dos textos, de tirar conclusões ou ler números na casa dos milhões mesmo dominando a escrita, a leitura e a matemática. Por outro lado, o analfabeto funcional se depara com inúmeras limitações que impedem ou dificultam atividades simples do seu dia-a-dia, como por exemplo, ler bulas de remédio, acompanhar sozinho o seu tratamento, entre outras limitações (INAF, 2007).

O analfabetismo funcional é o mais grave, pois impede ao indivíduo ler e escrever, e como se sabe, a sociedade atual tem como base a leitura e a escrita. A incapacidade de interpretar o que lê, assim como aplicar a escrita e a leitura em atividades cotidianas, dificultando seu desenvolvimento pessoal e profissional é o que constitui o analfabeto funcional (UNESCO, 2010).

2.1 ANALFABETOS CAPIXABAS

Também é preocupante a presença de alunos em sala de sala nas escolas capixabas e um estudo realizado pelo IBGE (2006) apontou que:

a) na Educação infantil foram registradas 142.415 matrículas (83,8% em escolas da rede pública);

b) no Ensino fundamental foram 561.096 matrículas (88,6% na rede pública);

c)

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