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As Variações Maçônicas

Por:   •  22/12/2018  •  3.445 Palavras (14 Páginas)  •  417 Visualizações

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4.1 Variabilidade Linguística

Perante uma sociedade extremamente variada graças a miscigenação de raças, religiões e classes sociais, além das variações naturais de gênero e faixa etária, é natural a existência de variações lingüísticas dentro do meio social. Segundo Bagno (2004), até pouco tempo, a educação era ofertada para uma pequena parcela de indivíduos e após vários anos e tentativas de valorização da linguagem culta a quantidade de falantes que utilizam uma linguagem coloquial ainda é prevalecente. Durante o instante da fala poderá aparecer diversas maneiras de falar de um mesmo termo em um mesmo contexto, se denomina variante e estas variantes podem agregar outras variantes e dar origem a um conjunto intitulado variável lingüística.

O termo variação lingüística, para Labov (1972), ocorre através de uma forma fonética, morfológica, sintática, semântica, lexical ou estilística. Ela é influenciada por uma série de fatores internos ou lingüísticos (contexto fonológico precedente e seguinte, classe de palavra, etc.) e de fatores externos de ordem social (sexo, idade, classe social do falante). Weinreich, Labov e Herzog (1968) sintetizam o problema quando afirmam:

“Na explicação da mudança linguística, é possível alegar que os fatores sociais pesam sobre o sistema linguístico como um todo [...] Assim, a tarefa do linguista não é tanto demonstrar a motivação social de uma mudança quanto determinar o grau de correlação social que existe e mostrar como ela pesa sobre o sistema linguístico abstrato.” (WEINREICH, LABOV e HERZOG, 1968, p.123)

No caso da linguagem Maçônica isso não ocorre, pois os termos, valores e regras que regem esta instituição são os mesmos para todas as lojas ou filiais desta instituição tornando variável apenas alguns raros termos que podem ser identificados apenas por Maçons com um alto grau ou período de freqüência na instituição.

5 Histórico Geral da Maçonaria

Tendo como princípios básicos a justiça, democracia e a solidariedade humana, a Maçonaria não pode ser classificada como uma religião, sendo livres de dogmas, leis gerais e livros santos. Mas isso não simboliza à inexistência de princípios básicos que regem a mesma e graças à aceitação mundial desses princípios por parte de todos os adeptos é possível a fraternidade universal e a condição de grande família no seio da humanidade.

O termo Maçonaria possui sua origem do francês “Maçonnerie”, que significa “construção qualquer feita por um pedreiro”, tendo assim o objetivo geral, a edificação de qualquer coisa. A Maçonaria observa e reconhece que o homem e o meio social onde se encontra são capazes de melhorias e por isso promove o aperfeiçoamento com o objetivo de criar um homem melhor dentro de uma sociedade melhor. Fortemente ligada às ciências matemáticas, engenharias e arquiteturas por parte da organização de pedreiros, o mistério de sua origem vem criando inúmeras teorias fantasiosas através de escritos que remetem ao período dos Elêuses ao Rei Salomão e á Ordem do Templo, contudo a única relação concreta existente ao passado diz respeito ao corporativismo obreiro, que é enfatizado pelo pesquisador e historiados da Maçonaria, Paul Naudon.

“A franco-maçonaria apresenta-se como a continuação e transformação da organização dos mesteres¹ da Idade Média e do Renascimento, na qual o elemento o elemento especulativo tomou o lugar do elemento operativo.” (Paul Naudon, 1979).

Esta instituição possui um alto valor simbólico e filantrópico, nela se podem encontrar valores, culturas e tradições que remontam aos Egípcios, Hebreus, Caldeus, Fenícios, Gregos, Romanos e aos Bizantinos, enfim toda a civilização européia. Sua organização não esconde a semelhança com a das cavalarias e a dos Templários e sua linguagem esta fortemente ligada ao judaísmo bíblico. Grande parte dos rituais, ditos e escoceses e franceses, foram “inventados” ainda no século XVIII nas cortes aristocráticas da Alemanha, França e Inglaterra. Esta instituição tem o caráter de aceitar pessoas colocadas à margem da sociedade, já a partir do século XV as corporações maçônicas escocesas tinham negado ao rei o privilégio de terem em sua frente alguém da família real e logo depois no século XVII, várias lojas de pedreiros britânicos foram reorganizadas a imagem do modelo italiano, neste período começou a acontecer o elemento operativo que cedeu lugar ao elemento especulativo, esta transformação durou vários anos.

A Maçonaria ou franco-maçonaria (nome surgido graças aos mestres de obras das catedrais medievais, conhecidos na região inglesa como Free-stone mason) é uma associação voluntária de homens livres que respeitem as leis dos paises em que vivem e que busquem uma profunda e sincera reforma de si mesmo. Seu surgimento se perde ainda na Idade Média e modernamente fundada em Londres no dia 24 de junho de 1717, com o advento da Grande Loja de Londres, hoje agrupa mais de 11 milhões de membros em todo o mundo e se torna uma das maiores organizações na atualidade, com sua visão de que o homem é uma pedra bruta que precisa ser trabalhada com os instrumentos adequados para á converter em um cubo perfeito.

5.1 A Maçonaria no Brasil

Apesar de a Maçonaria estar presente no Brasil desde a Inconfidência Mineira no final do século XVIII, a primeira loja Maçônica brasileira surgiu filiado ao Grande Oriente da França, sendo instalada em 1801 no contexto da Conjuração Baiana. A partir de 1809 foram fundadas varias lojas no Rio de Janeiro e Pernambuco e em 1813 foi criado o primeiro Grande Oriente Brasileiro Sob direção de Antonio Carlos Ribeiro de Andrade e Silva.

A maçonaria brasileira, filha espiritual da maçonaria francesa e imbuída, portanto, de todo o liberalismo que marcou as atividades desta, a partir de meados do século XVIII, sempre teve atuação política e, até, revolucionária marcante, nos episódios fundamentais da história do Brasil colonial, imperial e republicano. … Assim, a idéia de república, nos meios maçônicos, estava plenamente madura a partir de 1870, não tendo sido uma resolução repentina, impensada ou extemporânea. Para extravasar em ações decisivas, já que, na propaganda, a facção maçônica foi fundamental, esperava-se, apenas, uma real oportunidade e, principalmente, com amplas possibilidades de sucesso. E essa oportunidade surgiu com o movimento dos militares. A muitos dos quais não era estranho o pensamento maçônico, já que maçons também eles eram. (Ibidem, pg.

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