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Síntese reflexiva do livro Carta de uma orientadora, o primeiro projeto de pesquisa

Por:   •  24/5/2018  •  2.213 Palavras (9 Páginas)  •  450 Visualizações

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O ENCONTRO COM A PESQUISA

Para a elaboração do projeto de pesquisa é necessário o enfrentamento de três unidades básicas indispensáveis para pensar a pesquisa: título funcional, problema de pesquisa e palavras-chave.

O título funcional é a primeira coisa que se deverá escrever e será o arremate final da pesquisa elaborada, de modo que a autora indica que não se deve ser metafórica, alegórica ou irônica com o título e que a pretendida precisão textual ainda está distante nessa etapa da pesquisa. Assim, deve-se primar pela clareza e objetividade, pois o objetivo do título funcional é resumir, antecipar e controlar os ímpetos criativos da fase inicial de definição da pesquisa.

Uma sugestão na definição do título funcional é a busca de um tesauro disponível, tal ferramenta consiste em um dicionário de termos reconhecido pelos campos que apresenta um bom apanhado de palavras chave, sendo, frequentemente, elaborado por autores de referência em parceria com cientistas da informação. É chamada a atenção para que não se limite a busca à língua portuguesa.

Outra dica é a utilização de palavras-chave já utilizadas por outras autoras, de modo a se precisar, para além do título funcional, o que se quer pesquisar. Assim, não é aconselhável a invenção de palavras, uso de expressões metafóricas e inexatidão.

Após a criação do título funcional, deve-se perseguir a elaboração do problema de pesquisa, de modo que a autora apresenta uma formula geral, baseada em manuais de metodologia, que consiste na declaração direta, sem adjetivos, com verbos claros e de investigação, com delimitação da unidade de análise e recorte temporal.

Seguidamente, deve-se selecionar as palavras-chave que demarcam a identidade da pesquisa, tomando cuidado com a amplitude de combinações que podem determinar rumos diversos à pesquisa pretendida, bem como refletir sobre a exposição pública que acontece quando se escreve.

O ENCONTRO COM O TEMPO

Fundamental a um projeto de pesquisa é o planejamento, pois para cada um dos momentos da produção acadêmica deve-se determinar um prazo específico, de modo que a unidade básica do planejamento é o uso do tempo.

A autora deixa claro a importância de se firmar um acordo entre orientador e orientando para que o trabalho em equipe, ou melhor, par intelectual, saia de modo satisfatório culminando em um processo pleno de crialção acadêmica.

USO DO TEMPO

A produção acadêmica é resultado de um grande esforço intelectual, de maneira que a autora alerta para o ímpeto de genialidade que pode aflorar no pesquisador, indicando a constante busca por autores que já escreveram sobre o tema, tornando a revisão da literatura em um exercício contínuo.

É importante conter o otimismo no planejamento do tempo, de modo a se descobrir pelo menos o tempo mínimo necessário para completar cada fase do projeto de pesquisa. Assim, a autora aponta como ideal que todos os dias o pesquisador trabalhe em algum dos ciclos básicos da monografia – pesquisa bibliográfica ou de campo, leitura, escrita e revisão, ressaltando que a pesquisa é um ofício cumulativo e permanente.

A definição de um ritmo de pesquisa é feita pelo próprio pesquisador, de modo a se moldar aos horários e preferências de cada um e a disponibilidade para a escrita. Por meio de alguns exercícios a autora incita o leitor a questionar e descobrir o ritmo e o tempo que leva para cada atividade e como dominá-lo em favor da criação escrita.

ENCONTRO COM O TEXTO

A leitura será a atividade mais básica de pesquisa, devendo ser feita durante todo o período de elaboração do projeto e redação da monografia, de maneira que, mesmo diminuindo o ritmo da leitura quando da escrita do texto, a revisão bibliográfica jamais deverá ser abandonada.

Partindo da experiência pessoal como orientadora, a autora desenha quatro estilos de leitoras, de modo a incitar o pesquisador ao mais próximo de um modelo ideal de leitora.

O primeiro estilo apontado é o da leitora burocrata, aquela capaz de cumprir as regras formais da pesquisa, realizando uma boa revisão da literatura, mas que apresenta dificuldades para encontrar a própria voz no texto que apresenta. Apesar de se mostrar altamente organizada e responsável, prioriza a organização, deixando a criação em segundo plano.

Já a leitora atriz é aquela que finge ser uma leitora, pois não se aprofunda no assunto, sucumbe rapidamente ao planejamento e tende a fracassar na pesquisa acadêmica.

A leitora desnorteada não sabe por onde seguir em sua pesquisa, não consegue diferenciar uma tese central de um artigo, selecionar a bibliografia de base e encontra dificuldades em ter uma voz própria.

A leitora criativa já é o oposto das outras, é capaz de combinar um senso aguçado para o novo com um respeito pelo antigo. Não acredita em teses prontas e é cautelosa e seletiva no que lê. Esse estilo é o preferido da autora que deixa claro não ser um rol fechado e que o estilo que mais deve-se buscar distância é o da leitora atriz, por conta da fantasia alimentada pela arrogância acadêmica.

Há que sempre ter em mente que o processo de elaboração do trabalho acadêmico requer muita leitura, dando preferência às leituras inquietantes de autoras fortes que nos movem ao rumo desconhecido de onde nascerá a criação genuína. Um importante fator também é a aferição do método e hábito de leitura de cada um, de modo a saber o grau de dificuldade que se encontrará em cada autor, de modo que a criação de hábitos saudáveis e utilização de métodos e treino intelectual deverão melhorar a leitura ao longo do tempo.

Outra ferramenta prática é o programa de bibliografia, consistindo em um gerenciador de textos, informações e registros bibliográficos, bem como um mapa de autoras para a organização das referências, pois a revisão da literatura abre uma gama ampla de opções de autoras e fontes que deverão ser constantemente revisadas, ampliadas, reduzidas, de modo a se criar uma representação visual do universo das fontes que dialogarão com o texto e as palavras-chave são essenciais para a elaboração dessa importante ferramenta.

O ENCONTRO COM A ESCRITA

A autora enfatiza mais uma vez que para ser uma boa escritora é necessário ser uma leitora criativa e que a tarefa de escrever não precisa, nem deve ser angustiante, indicando a

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