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A ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO NA EDUCAÇÃO INFANTIL

Por:   •  9/12/2018  •  2.618 Palavras (11 Páginas)  •  473 Visualizações

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ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO

Ao se falar em alfabetização e letramento, deve-se entender que, apesar de serem processos diferentes, os dois caminham juntos. Logo, não se pode escolher um ou outro e, sim fazer a prática conjunta destes dois processos. O processo do letramento não é uma preparação para a alfabetização ou vice-versa. De acordo com Soares (2003) [...] alfabetização é o processo de aquisição do código escrito, codificação e decodificação. Já o letramento tem um sentido mais amplo, ele consiste na capacidade que o educando desenvolve de ler e compreender o que lê, fazendo uso de sua função social.

Segundo Kleiman (1995 p.18) “as crianças são letradas, no sentido de possuírem estratégias orais letradas antes mesmo de serem alfabetizadas”.

Logo, aprender a ler e escrever diferentemente da ideia que se tem, não inicia do zero. Toda criança carrega uma bagagem de conhecimento que vai adquirindo desde os primeiros momentos de vida, a partir do momento que começa a se expressar e ter contato com a leitura e escrita de forma significativa, toda criança já está sendo inserida no mundo letrado.

A criança é capaz de ler o mundo ao seu redor desde cedo, interagindo com símbolos e imagens, aos quais atribui significados, utilizando-os como forma de representação de suas ideias, tanto oral como graficamente, mesmo que esta não seja feita de forma convencional.

Para que o processo de alfabetização seja trabalhado de forma adequado é necessário que o professor tenha domínio da forma com que esse processo ocorre, e entenda que não existe um tempo “ideal” para que a alfabetização ocorra, pois cada criança tem seu tempo, logo, não há como prever o tempo que a criança irá levar para concretizar o processo de alfabetização.

Um dos principais pontos para conhecimento do caminho da alfabetização é a passagem pelos níveis de construção da escrita: primeiro a criança representa sua escrita através de desenhos, ela ainda não tem a ideia de que a escrita esta relacionada à fala, e sim a imagem daquilo que quer representar. Mais tarde a criança compreende que a escrita é expressa através de símbolos gráficos definidos que a principio representa com riscos que imitam letras. De acordo com a construção do conhecimento da criança, ela vai compreendendo que a escrita é relacionada à fala e expressa através de letras.

De acordo com Costa (2006): “Os níveis de construção da escrita correspondem à forma de expressão da hipótese que o alfabetizando tem sobre o funcionamento da escrita mesmo antes de frequentar um curso de alfabetização e ao longo deste aprendizado.”

A maior dificuldade encontrada durante o processo de alfabetização e letramento é fazer com que a criança tenha interesse em aprender a ler e escrever, e consiga transformar o conhecimento que já tem agregando aquilo que está sendo trabalhado em sala, assim a criança será capaz de compreender qual é a função social da leitura e da escrita, aprendendo a interpretar o mundo letrado e, consequentemente a realidade em que está inserida.

As crianças se alfabetizam à medida que são convidadas a escrever e a ler quando lhes é possibilitado o contato com a escrita por meio de textos, livros, brincadeiras e outros instrumentos que lhe são significativos. O lúdico entra então como um dos principais fatores capazes de aproximar o conteúdo mais teórico à realidade da criança.

Já há muito tempo chegou-se à conclusão de que ensinar a ler e escrever vai além da repetição, cópia, transcrição literal da fala, decodificação dos caracteres, reforço e memorização repetitiva. Entendeu-se que fazer uso social da leitura e da escrita deve ser o foco principal da alfabetização nos dias de hoje. E que, quanto mais cedo a criança cria gosto e interesse em aprender a ler e escrever, maior será a facilidade que ela terá em passar por toda a trajetória de níveis de construção da escrita.

De acordo com Carvalho (2005) não se pode cobrar do aluno que saiba escrever bem ou que consiga fazer uma leitura aprimorada do mundo ao seu redor, pois aprendeu apenas a reproduzir e não a criar, e o que é pior, sem compreender porque faz isso. Sendo assim, o ensino e a aprendizagem tornam-se sem sentido e significado. Por isso Soares (apud Melo, s/d, p. 01) acredita que:

Um indivíduo alfabetizado não é necessariamente um indivíduo letrado; alfabetizado é aquele que sabe ler e escrever; já o indivíduo letrado, o indivíduo que vive em estado de letramento, é não só aquele que sabe ler e escrever, mas aquele que usa socialmente a leitura e a escrita, pratica a leitura e a escrita, responde adequadamente às demandas sociais de leitura e escrita.

E Melo (s/d, p. 01) complementa:

[...] alguém pode ser considerado letrado mesmo que não seja alfabetizado, na medida em que ao participar de contextos de letramento utiliza estratégias orais dos conhecimentos construídos sobre a língua que se escreve. Ou seja, mesmo sem saber ler e escrever conhece a estrutura da língua escrita.

Em se tratando da criança, para que o processo de alfabetização seja trabalhado de forma adequada, é necessário que o professor tenha domínio da forma com que esse processo ocorra. O professor não tem como prever o tempo que a criança vai levar para concretizar o processo de alfabetização, cada criança tem o seu tempo para aprender. Esta é uma das maiores dificuldades da escola, fazer com que todas as crianças consigam alfabetizar-se no tempo “proposto”.

Apesar das mudanças ocorridas na estrutura do ensino fundamental ( de 8 para 9 anos), de maneira que a alfabetização fosse trabalhada com mais calma e de forma mais sólida nos dois primeiros anos, a dificuldade em fazer com que os alunos se alfabetizem continua presente. Hoje vemos crianças sendo alfabetizados ainda no terceiro, quarto ou quinto ano, ou pior, crianças entrando no ensino fundamental ll ainda semi-alfabetizadas.

Para muitos professores, a maior dificuldade está em fazer com que a criança tenha interesse em aprender a ler e escrever, e consiga transformar o conhecimento que já tem , agregando àquilo que está sendo trabalhado em aula. Quanto mais cedo a criança cria gosto e interesse em aprender a ler e escrever, maior será a facilidade que ela terá em passar por toda a trajetória de níveis de construção da escrita.

Um dos maiores avanços relacionados à evolução do problema da alfabetização foi a compreensão de que a criança precisa sentir interesse e compreender

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