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O PROBLEMA DO MAL DIANTE DA TESE DE RECIPROCIDADE ENTRE LIBERDADE E AUTONOMIA NA MORAL KANTIANA

Por:   •  15/3/2018  •  1.172 Palavras (5 Páginas)  •  397 Visualizações

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Conclusões

Na Metafísica dos Costumes (1797), vontade (Wille) é a faculdade concedente da lei moral ao arbítrio, não cabendo a ela ser livre ou não; por outro lado, arbítrio (Willkür) é definido como uma faculdade livre para seguir ou não às leis dadas pela primeira. De acordo com este contexto, Cabe ao arbítrio então, o acolhimento das máximas. Se a máxima acolhida pelo arbítrio tiver a pretensão de ser universal, a vontade será uma vontade moralmente boa. Por outra via, se a máxima for contrária à lei moral formulada pela razão prática, a vontade não é moralmente boa.

Na obra A Religião nos Limites da Simples Razão, o conceito de máxima é definido como uma regra que o próprio arbítrio se institui para o uso de sua liberdade (cf. Rel. AA 06: 21). Este processo ocorre de uma maneira tal que o arbítrio é sempre livre para acolher em si uma máxima, seja ela qual for. Assim, mesmo que o arbítrio possa ser entendido como uma faculdade sensivelmente afetada, é ele que reconhece e torna possível uma ação puramente moral. Neste sentido, se Kant formulasse que o princípio subjetivo da ação humana provêm sempre da vontade, enquanto faculdade legisladora a priori, a imputabilidade das ações imorais prevaleceria como um problema em sua filosofia moral, já que a liberdade das ações só era garantida a uma vontade autônoma. Com a formulação da distinção entre Wille e Willkür, Kant parece sugerir que, neste processo racional, o arbítrio humano sempre leva em conta a lei formulada pela razão prática, mas, ainda assim, de certa forma vê-se livre para agir em conformidade ou não com ela.

De acordo com esta argumentação, chegou-se à conclusão de que a distinção entre Wille e Willkür, feita somente n’A Metafísica dos Costumes (1797) é o que soluciona de fato o problema suscitado pela equivalência entre vontade livre e vontade moral, formulado em 1785.

Agradecimentos

À UEM, Universidade Estadual de Maringá; à orientadora Profª Drª. Andréa Faggion por toda paciência e encaminhamento; um agradecimento especial à Juliana Sampaio, por todo apoio, incentivo, companheirismo e compreensão.

Referências

KANT, Immanuel. A Religião nos Limites da Simples Razão. Tradução de Artur Morão. Lisboa: Edições 70, 1992.

KANT, Immanuel. Crítica da Razão Prática. Tradução de Valério Rohden. São Paulo/SP: Martins Fontes, 2003.

KANT, Immanuel. Crítica da Razão Pura. Tradução de Manuela Pinto dos Santos e Alexandre Fradique Morujão. Lisboa: Calouste Gulbenkian, 2001.

KANT, Immanuel. Crítica da Faculdade do Juízo. Tradução de Valério Rohden e Antônio Marques. Rio de Janeiro/RJ: Editora Forense Universitária, 2005.

KANT, Immanuel. Critic Of The Power of Judgement. Tradução de Paul Guyer e Eric Matthews. New York/NY: Cambridge University Press, 2000.

KANT, Immanuel. Fundamentação da Metafísica dos Costumes. Tradução, introdução e notas de Guido Antônio de Almeida. São Paulo/SP: Editora Barcarolla, 2009.

KANT, Immanuel. La Metafísica de las Costumbres (Versão em espanhol). Tradução, e notas de Adela Cortinha Orts e Jesus Conill Sancho. Madrid: Editorial Tecnos, 1989.

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