O EXISTENCIALISMO É UM HUMANISMO

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O homem é angústia, é o que o existencialismo declara, pois à medida que ele se engaja perceberá que não é apenas aquele que escolhe ser, mais é também o legislador que decidirá o que será a humanidade inteira. Não se tratando de uma angústia que leva ao quietismo e a inação; ela faz parte da ação em si.

A partir da angústia podemos levar em consideração o que para o existencialismo caracteriza por desamparo. Pois uma vez que Deus não existe, não encontraremos à nossa disposição valores ou ordens que legitimam nosso comportamento, nos implicando a ter que assumir todas as consequências de nossas ações. Com efeito que a existência precede a essência, nunca poderá se recorrer a uma natureza humana dada e definida, não existindo determinismo o homem é livre. O homem está condenado à liberdade.

O existencialista não crê no poder de paixões devastadoras que levam o homem fatalmente a atos que representam uma escusa. O existencialista acredita que o homem é responsável por sua paixão. Dessa forma o desamparo acompanhado pela angústia poderá remeter a um desespero que nada mais é do que o fato de podermos contar com a nossa vontade ou com o conjunto de probabilidades que tornam nossa ação possível. Só existindo realidade na ação, o homem nada mais é do que seu projeto que se realiza no conjunto de seus atos.

Sartre mostra principalmente por meio do existencialismo, a relação do caráter absoluto do engajamento livre, compreensível a qualquer pessoa de qualquer época, pelo qual o homem se realiza ao realizar um tipo de humanidade. Sempre podemos escolher, e até mesmo quando não escolhemos, isto também é uma escolha. E toda vez que o homem se refugia da sua liberdade por trás da desculpa de suas paixões, inventando um determinismo é um homem de má-fé, como caracterizou Sartre. A má-fé é uma mentira, pois dissimula a total liberdade do engajamento.

Finaliza ao falar que o existencialismo não é um ateísmo que se empenha para demonstrar que Deus não existe, uma vez que declara que mesmo diante da prova incontestável da existência de Deus, nada poderá salvar o homem da sua liberdade e responsabilidade.

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:

SARTRE, Jean-Paul, O existencialismo é um humanismo. 3ª ed., São Paulo, Nova Cultural, 1987.