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Resenha Desigualdade Social e Classes Sociais

Por:   •  13/3/2018  •  1.455 Palavras (6 Páginas)  •  534 Visualizações

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único, cujo pensar é o do mercado financeiro. Hoje, a agenda hegemônica da sociedade é: fazer a inflação entrar no centro da meta a qualquer custo. O desafio é desvendar, construir e lutar por um projeto de desenvolvimento nacional, cujo eixo seja o enfrentamento à desigualdade social.

Fagnani, demarca que a Constituição de 1988 é o marco civilizatório brasileiro e é ela que inaugura no país, a determinação dos direitos, civis, políticos e sociais. Direitos e não filantropia, acrescenta.

A desigualdade a ser enfrentada é multifacetada e não se refere somente à renda. Existe nas esferas do trabalho, do sistema tributário, na propriedade urbana e rural e no acesso a bens e serviços sociais básicos.

Há que se fazer, a defesa intransigente da Constituição de 1988; a recusa ao mantra econômico liberal que diz: que a questão fiscal no Brasil só será resolvida quando se rever o pacto da redemocratização. Há que se empreender um projeto de país, nas esferas política, econômica e social.

Para o Prof. Lúcio Flávio, a formação social brasileira é constituída por diversas classes sociais, frações de classe, camadas e categorias sociais. Em termos bem simples, o conjunto das frações burguesas é hegemonizado pelo grande capital nativo e internacional em um período marcado por forte financeirização da economia. Basta se observar, por exemplo, os extraordinários lucros dos bancos e o que é gasto para rolar o pagamento da dívida pública brasileira, que não para de crescer. Um destaque especial cabe ao agronegócio, que, amparado em altíssima exploração da força de trabalho e favores especiais do governo, especialmente na política de crédito, contribui para o saldo da balança comercial.

A burguesia brasileira, sempre muito dócil diante do capital imperialista buscou incansavelmente apoiar o processo de associação de capitais nativos e estrangeiros, durante os anos JK (segunda metade da década de 1950), o que significou desnacionalização e uma nova rodada nos primeiros anos da ditadura militar. Em geral, estes processos de centralização de capital resultam em maior desnacionalização da economia brasileira. Basta ver o que ocorre com os principais setores da indústria neste país. No momento ocorrem três novidades: o processo de centralização/desnacionalização atinge fortemente o capital bancário e penetra no agronegócio; mais empresas brasileiras expandem suas atividades para o exterior, especialmente nos países dependentes, reforçando a tendência a uma espécie de subimperialismo brasileiro, e algumas (pouquíssimas) fazem aquisições nos próprios países imperialistas.

Entre as classes populares, permanece um declínio das lutas operárias urbanas, que procuram retomar o fôlego, inclusive com a criação de novas centrais sindicais; no bojo do desenvolvimento do capitalismo no campo, um crescimento numérico do proletariado rural sem que isto ainda se traduza em avanço das lutas; e um grande número de semiproletários – de pequenos proprietários rurais e urbanos, trabalhadores por conta própria até escravos e semi-escravos dos mais diversos tipos. A classe média brasileira sempre foi muito diferenciada, o que se acentua atualmente. Alguns setores com grande tradição de luta estão fragilizados por conta da reestruturação do próprio capitalismo brasileiro. É o caso, por exemplo, dos bancários.

Neste contexto, amplos setores das classes populares estão despolitizados, procurando resolver individualmente problemas que são fundamentalmente coletivos. É o caso das diversas formas de violência entre jovens pobres (proletários e semiproletários) nas chamadas periferias urbanas.

Mas onde há dominação há resistência e, no caso do Brasil, destaque-se, por exemplo, a vitoriosa campanha contra a ALCA; uma série de lutas sociais, a começar pela dos trabalhadores rurais sem terra; e, desde o ano passado, lutas estudantis, especialmente em universidades públicas.

O Brasil permanece um dos campeões mundiais em matéria de desigualdade social. Mesmo dentro do capitalismo foi possível, no período 1945–1970, reduzir as chamadas desigualdades sociais. Atualmente, ocorre o contrário, o que pode se agravar caso se confirmem os prognósticos acerca de uma nova e profunda crise do sistema. Combater as desigualdades sociais sem combater a exploração capitalista é uma luta que até, em condições bastante favoráveis, pode dar resultados imediatos positivos, mas que, no conjunto e no longo prazo, não costumam se sustentar. Com muita competência política, o governo Lula consegue, até agora, realizar a extraordinária façanha de, inclusive por meio de políticas sociais de baixo custo, angariar apoio da imensa maioria dos dominados para uma política que contribui para uma extraordinária acumulação de capital. Para lembrar uma expressão de um político de passado triste, (Collor de Mello), é isso que deixa os setores mais

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