Essays.club - TCC, Modelos de monografias, Trabalhos de universidades, Ensaios, Bibliografias
Pesquisar

A DESIGUALDADE SOCIAL EXPOSTA POR MEIO DO RAP

Por:   •  17/12/2017  •  1.732 Palavras (7 Páginas)  •  659 Visualizações

Página 1 de 7

...

- O RAP COMO EXPRESSÃO DAS COMUNIDADES

Como já dito, as comunidades são os maiores exemplos de desigualdade no Brasil. Elas estão por todo o território nacional e são uma das principais marcas das metrópoles brasileiras, como São Paulo. E foi exatamente nesse Município, no decorrer da década de 1980, que aconteceu o surgimento do Rap brasileiro. Esse gênero, que tem como características discursos rítmicos e letras poéticas e agressivas, se transformou em um meio para a população que habita as favelas expor seus problemas.

Várias formações de grupos musicais que cantam Rap ficaram conhecidas no decorrer da década de 1990, como Racionais MC’s, Facção Central, Realidade Cruel, Planet Hemp (grupo liderado por Marcelo D2) e o cantor solo Gabriel, O Pensador.

2.1 As letras de Rap

Geralmente as letras de Rap apresentam gírias usadas no cotidiano das periferias brasileiras, onde existem altos níveis de violência e tráficos de drogas. Esses pontos às vezes também são explorados nessas canções, assim como o árduo cotidiano dessas regiões. Também podemos perceber a agressividade que existe nessas músicas, que acabaram estigmatizando o Rap como algo violento.

Muitas dessas letras contam relatos reais de pessoas que já passaram por situações perigosas por conta da criminalidade e o envolvimento com drogas. Algumas também demonstra o quanto o envolvimento com o crime e drogas pode ser destrutivos.

2.2 Análise da música de Rap “Vida Loka II” do grupo Racionais Mc’s

Para exemplificar como é expressa a revolta e as dificuldades na sociedade das favelas brasileiras, podemos citar a música “Vida Loka II” do grupo Racionais Mc’s. Ela foi lançada no ano de 2002 e possui cerca de 5 minutos e 52 segundos de duração. A letra apresenta desde referências históricas, (como se percebe no seguinte trecho: Enquanto Zé Povinho/ Apedrejava a cruz/ E o canalha, fardado/ Cuspiu em Jesus (...)), até palavras de baixo calão: Preto e dinheiro / São palavras rivais / É / Então mostra pra esses cu / Como é que faz.

Além disso, podemos perceber o desejo do eu lírico de sair daquele contexto social: E eu que... e eu que / Sempre quis com um lugar / Gramado e limpo, assim, verde como o mar / Cercas brancas, uma seringueira com balança / Disbicando pipa, cercado de criança. Essa vontade é causada pelas dificuldades enfrentadas pelo eu lírico por viver em uma sociedade desigual: Pode rir, ri mais não desacredita não / É só questão de tempo / o fim do sofrimento / Um brinde pros guerreiro / Zé povinho eu lamento.

Por fim, alguns trechos nos mostra que existe uma esperança e que há alternativas, que não o crime, para a ascensão social, por mais difícil seja viver sobre esse estigma social. Ainda ela demonstra como o consumismo é difundido na nossa sociedade. O consumismo, alias, é uma das características do capitalismo, fenômeno responsável por essa disparidade econômica aqui no Brasil, assim como também em vários outros países. [pic 2]

[pic 3]

3 RAP COMO INSTRUMENTO EDUCACIONAL NAS COMUNIDADES

A educação é o principal meio para acabar com as desigualdades que existem em qualquer país. Podemos perceber isso nos países desenvolvidos que possuem baixos níveis de evasão escolar e altos índices de qualidade de educação. Em terras brasileiras, porém, a realidade é o oposto. Segundo dados da União das Nações Unidas (ONU), o Brasil possui altas taxas de abandono escolar: cerca de 24,3% dos jovens não chegam a concluírem o último ano do Ensino Médio. Também segundo a ONU, boa parte dessa defasagem é causada pela própria desigualdade social.

O sistema de Ensino brasileiro é fraco. Por isso, deve se buscar alternativas para manter os jovens das comunidades nas escolas e para evitar que eles entrem para o crime ou se envolva com drogas. O mais viável nesse sentido é buscar soluções dentro do cotidiano deles. Sendo assim, o Rap está presente na vida de milhões de jovens e acaba tendo muita influência sobre eles. Esse estilo musical possui uma linguagem e expressões comuns a esses adolescentes, ou seja, é mais fácil ensinar a partir do Rap. Métodos alternativos de ensino que incluem esse estilo deveriam ser explorados nas escolas brasileiras.

Porém, ainda existe muita resistência em relação a isso. No Brasil, se predomina a forma de ensino convencional e qualquer outra método é visto com preconceito. Ademais, também existem muitos preconceitos em relação ao Rap. Somente quando houve ações efetivas do Estado para transformar o ensino, poderemos ter uma sociedade com o menor nível possível de desigualdade.

CONCLUSÃO

Com tudo isso é possível concluir que a desigualdade social é um grave problema mundial e o Brasil tem um alto nível dessa disparidade. Com isso vimos, o nosso país tem que avançar muito em vários sentidos para acabar com esse mau e que as comunidades devem ser olhadas com maior atenção pelo Estado brasileiro.

Também podemos perceber que o Rap nasceu em terras brasileiras dentro dessas comunidades e esse gênero é usado pelos moradores dessas regiões para exporem suas realidades e que a música é um importante meio de socialização que desfaz estereótipos e cria uma sociedade mais pacifista.

Expor os problemas é o primeiro passo para se resolvê-los. O Rap é a forma de mostrar essa problemática e devemos abri-lo para a nossa juventude, para que eles se tornem cidadãos conscientes, capazes de reivindicar seus direito.

A educação é fundamental para acabar com a disparidade social, porém o sistema de educação brasileiro precisa de uma profunda transformação para resolver esse problema e o Rap tem potencial de se tornar um método interessante de ensino, uma forma alternativa a rede educacional tradicional, já gasta e insatisfatória.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

DACIO TOMAZI, Nelson. A estrutura social e as desigualdades. In: DACIO TOMAZI, Nelson. Sociologia para o Ensino Médio. São Paulo: EDITORA SARAIVA, 2013. Volume único. p. 90-127.

O’DONNELL, Julia. Desigualdade de várias ordens. In: BOMENY, Helena; FREIRE-MEDEIROS, Bianca; EMERIQUE

...

Baixar como  txt (11.1 Kb)   pdf (57.5 Kb)   docx (16.5 Kb)  
Continuar por mais 6 páginas »
Disponível apenas no Essays.club