Old Nick e a atualidade

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Refere-se às circunstâncias, a imprevisibilidade. A Fortuna não deve ser evitada ou ignorada pelo príncipe, pois é inevitável e sempre presente, mas deve ser conquistada pelo mesmo. O príncipe não pode depender dela, contudo deve fazer da mesma sua aliada, controlá-la, não através de uma força imoderada ou impensada, mas através da habilidade e flexibilidade política. Segundo Maquiavel, um dos elementos essenciais para a conquista e manutenção do poder é a virtù.

Um dos grandes admiradores de Maquiavel foi Rousseau. Segundo ele, O Príncipe foi uma obra fingidamente endereçada ao Príncipe, mas sim às massas. O Príncipe torna clara a questão do Estado e de como os governantes devem agir perante a ele, tendo como foco não somente a conquista do poder, mas sim sua manutenção.

Podemos tomar como exemplo os candidatos que são reeleitos, nos dias atuais, por sua popularidade, pela estima do povo, por demonstrarem ser ideais para suas necessidades, embora seu principal objetivo seja a manutenção do poder.

Nicolau Maquiavel considerava que o Mundo Político estava dividido em dois tempos: o tempo longo (da antropologia, observação) e o tempo curto (das decisões, do agir político); este último tendo que ser exato para ter resultados. Para Maquiavel, o Mundo da Política é para agir e não para pensar. O que adiantaria agir para evitar um atentado terrorista após este atentado?

Segundo Maquiavel, os homens se vingam das pequenas coisas, não das grandes; então, que a ofensa seja o maior possível, para não haver meios de vingança. Um bom exemplo disso na política recente vem a ser os protestos feitos pela população nos últimos anos contra a corrupção, o aumento das tarifas dos transportes, entre outros motivos; em que os governantes, não agindo para evitar os protestos também não souberam lidar com o poder.

A “tragédia da política”, para Maquiavel, é a busca por estabilizar as relações humanas. É esse mundo moderno da instabilidade que nos obriga a estar sempre na política.

“O Príncipe” é uma obra claramente muito mais prática do que teórica, se observarmos o campo das ações de um político. O manual escrito por Maquiavel auxilia desde a gerência de um país até a direção de uma empresa, se visto com clareza.

REFERÊNCIAS:

NOGUEIRA, Marco. Em Defesa da Política. 6ª Ed. São paulo: SENAC, 2001.

MAQUIAVEL, Nicolo. O Príncipe. Tradução Maria Goldwasser. São Paulo: Martin Fontes, 2008.

SADEK, Maria Tereza. Nicolau Maquiavel: o cidadão sem Fortuna, o intelectual sem Virtù. Os clássicos da política. Org. Francisco C. Weffort. 4ª Ed. São Paulo: Editora Ática, 1993.