GENOGRAMA NA ESTRATÉGIA DO PROGRAMA SAÚDE DA FAMÍLIA

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As informações coletadas pelo Genograma não são estáticas, com o decorrer do tempo elas são constantemente modificadas pela evolução dos eventos ocorridos na família, por isso sua necessidade de periodicamente ser atualizado. Permite assim, um diagnóstico familiar preciso, no qual o profissional instrumentaliza os dados e os leva em consideração para a tomada da decisão em relação à qual procedimento realizar.

De forma sucinta, o Genograma pode ser diferido em dois tipos: estrutural e o funcional3. O Genograma estrutural traz a arquitetura familiar, seus membros, idades, doenças ou fatores de risco, situação de trabalho, as mortes e o cuidador principal. Já o Genograma funcional é complementar ao estrutural, pois traz uma visão dinâmica das relações internas dos membros da família, podendo ter influências diretas com a problemática do paciente. Ambos são importantes para atividades preventivas adotadas por equipes de Saúde da Família.

O Genograma pode se utilizar de uma representação gráfica compreendendo os indivíduos e as gerações. Permite uma visão global da família e sua estrutura dando uma perspectiva cronológica. Além de estarem presentes também as relações entre os integrantes, a qualidade das relações e as informações médicas4.

As informações são utilizadas como instrumentos para os profissionais elaborarem os tratamentos dos pacientes, além de detectar quais as fundamentais políticas de saúde devem ser adotadas nessa região.

O Genograma monitora o ciclo de vida evolutivo do grupo de indivíduos, podendo detectar problemas previsíveis e criar as tarefas específicas para que se possa prevenir tal problemática.

Conclusões

Os estudos feitos a partir do Genograma possibilitam que as equipes de saúde da família possam detectar os padrões e as inter-relações dos indivíduos dentro do núcleo familiar, tendo em consideração suas influências no processo saúde-doença, sendo possível reconhecer através dele a gênese da doença.

Sua função não se limita ao detalhamento das informações, mas principalmente à previsão de eventos futuros; tendo a partir daí a necessidade de sempre estar atualizado conforme a evolução dos eventos familiares. Quando realizado da forma correta, o Genograma funciona como um screening que pode contribuir para a prevenção primária.

Dentre as mais diversas funções do Genograma, se destacam também sua função como sistema de registro, como instrumento da relação médico-paciente, identificação do território monitorado e ferramenta para o ensino e extensão. Facilita aos profissionais compreender a importância da família como foco do cuidado médico.

Esse trabalho de monitoramento através do Genograma no Brasil ainda está praticamente no estágio inicial devido ao pouco tempo de existência do Programa Saúde as Família e ainda sua tímida estruturação. E essa análise familiar não pode ser deixada de lado, já que o núcleo familiar possui uma certa determinação nas decisões dos tratamentos e hábitos de vida. Tais argumentos, em nossa concepção justificam o uso do Genograma como ferramenta de abordagem para as equipes do Programa de Saúde da Família no Brasil.

Referências:

- Bastos RMR, Friança MDA, Duque KCD. Genograma: a utilização desse instrumento gráfico pelas ESF da UBS de Parque Guarani. Ver APS; 2004; 7(2): 1-4.

- Alonso JAB; et al. Indivíduo e Família. Ver SEMG; 2004; (62): 169-75.

- Machado; et al. Identificação de Riscos na Família do Genograma. Fam. Saúde Desenv., Curitiba, v. 7, n.2, p. 149-157, maio/ago. 2005.

- Rocha SMM: Nascimento L C; Lima R A G. Enfermagem pediátrica da família: subsídios para o ensino de graduação. Rev Latino-Am. Enferm 2002; 10(5):709-14.

- Muniz; et al. Genograma: Informações sobre Família na (in)formação médica. Rev. Brasil. de Educ. Méd. 33(1): 72-29. 2009.

- Gusso; Lopes: Tratado de Medicina de Família e Comunidade; Edt. ArtMed. 2012.