A ANÁLISE DE JOGOS DE TABULEIRO À LUZ DA TEORIA PIAGETIANA
Por: Sara • 12/3/2018 • 2.823 Palavras (12 Páginas) • 1.007 Visualizações
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É um sistema de regras, ou seja, neste caso permite identificar, em qualquer jogo, uma estrutura seqüencial que especifica sua modalidade. Estas estruturas seqüenciais de regras permitem uma grande relação com a situação lúdica, ou seja, quando alguém jogo, está executando regras de jogo, mas ao mesmo tempo desenvolve uma atividade lúdica.
É um objeto, neste caso o objeto e algo que caracteriza uma brincadeira.
Portanto o termo jogo é algo complexo, por se tratar de um conceito de engloba vários outros conceitos e definições.
O uso dos jogos voltados especificamente ao ensino de Química é algo tardio no Brasil. A primeira referência em jogos relatadas voltados para o ensino de química no mundo foram em publicações no periódico inglêsJournal of Chemical Education em 1929, que abordava o uso de um jogo ligações e reações químicas (FILHO, E.D; FIORUCCI, A.R; BENEDETTI, L.P.S; CRAVEIRO, J.A, 2009). No Brasil o uso de jogos no ensino de química é algo bastante recente, a primeira ocorrência do uso desses jogos aconteceu em 1993 em um artigo publicado na Revista Química Nova, intitulado, Química: um palpite inteligente, que era um tabuleiro composto por perguntas e respostas (CUNHA, 2012).
Entretanto no Brasil nos últimos anos percebe-se um aumento significativo em trabalhos acadêmicos apresentados em eventos da área como a SBQ, EDEQ, ECODEQ e ENEQ, porém em termos de produção de artigos o aumento no Brasil não é significativo (SOARES, 2008).
Na área da educação, ainda persistem algumas dúvidas entre os educadores que buscam associar o jogo ao ensino. Para que o jogo de fato seja abordado e utilizado de forma correta, e deve ser explorado em sala de aula em um ambiente de prazer, de livre exploração, de incertezas de resultados. Se esses mesmos atos buscam apenas o desenvolvimento do conhecimento, sem se considerar o lado lúdico, ele passa a ser apenas um material pedagógico (SOARES, 2008).
Kishimoto (1996) discute acerca do jogo educativo e seus significados, levando-nos a discutir duas funções deste tipo de jogo, esta modalidade de jogo deve equilibrar o lúdico com a função educativa, isto é o que o jogo ensina de conhecimentos e apreensão do mundo ao indivíduo.
Jean Piaget
Jean Piaget nasceu na cidade de Neuchâtel na Suíça em 09/08/1896 e morreu aos 84 anos de idade em 17/09/1980, Jean Piaget foi um dos principais pesquisadores de educação e pedagogia, era especialista em psicologia evolutiva e em epistemologia genética.
Em sua teoria Jean Piaget trazia a tona três conceitos que influenciavam no que ele chamou de desenvolvimento de etapas, e que merecem destaque, são elas, assimilação, equilibração e acomodação.
O processo de equilibração segundo Piaget (1977) é uma ação estruturante e organizadora do sujeito que vai se aperfeiçoando cada vez mais, graças as suas interações entre pensamentos ou comportamentos, natureza ou realidade, podendo-se definir assim como o resultado de construção de estruturas sucessivas e de complexidade crescente.
A assimilação de acordo com Piaget (1947) é a ação do organismo sobre os objetos que os cercam, ou seja, a assimilação consiste na modificação dos objetos do meio, com objetivos de incorporá-los ao organismo.
E por fim a acomodação ainda segundo Piaget (1947) é o processo no qual o sujeito se adéqua ou se ajusta a alguma ação do meio.
Piaget também classifica os jogos em três categorias: Jogos de exercício, jogo simbólico e jogo de regras.
Os jogos de exercícios caracterizam a fase que inicia no nascimento do bebê até o aparecimento da linguagem, estes jogos têm por finalidade o próprio prazer do funcionamento, tratam-se de jogos sem interferência de símbolos ou regras somente reproduzem comportamentos. Porém assim que a criança começa a falar o interesse por esses jogos diminuem. Piaget classifica os jogos de exercícios em duas categorias, aos jogos de exercícios sensório-motores e os jogos de exercício do pensamento (FRIEDMANN[a], 1996).
O jogo simbólico é característico da faixa etária de crianças entre seis e sete anos, este jogo fornece ao jogo de exercício um novo elemento, o simbolismo. Este simbolismo trata-se da capacidade de representar por gestos uma infinidade de situações mentais, realidades não atuais, ou seja, daquilo que encontra-se ausente em um determinado momento (FRIEDMANN,1996). Nesse sentido Soares (2008) afirma que,
O brinquedo, que é um dos objetos da brincadeira, pode se inserir na fantasia afetiva do sujeito, fazendo com que haja substituição das carências afetivas por objetos, tais como bonecas, travesseiros entre outros, que representam outras realidades. Em termos cognitivos, esse faz de conta, esse simbolismo estimula o desenvolvimento de pensamento acerca de objetos e pessoas ausentes.
E por fim o jogo de regras que é característico de indivíduos com mais de sete anos de idade, no jogo de regras a regra propriamente dita é uma regularidade imposta pelo grupo e a sua violação constitui uma falha. Neles a regra é um novo elemento resultante da organização coletiva. Existem dois tipos de regras, as transmitidas e as espontâneas.
2- OBJETIVOS
Objetivo Geral
Estudar as possibilidades de ensino e aprendizagem de vários jogos já apresentados na literatura corrente, sejam trabalhos em congressos, sejam revistas científicas, ou ainda dissertações e teses, com vistas a determinar se de fato, tais jogos consideram teorias de ensino e aprendizagem em sua concepção e, de que forma, a teoria de Jean Piaget foi ou não considerada na proposição do jogo.
Objetivos Específicos
- Apresentar os jogos como estratégia de ensino e avaliação da aprendizagem.
- Reproduzir 5 jogos de tabuleiro partindo de trabalhos publicados em congressos, revistas, dissertações ou teses.
- Estudar a relação da teoria sobre jogos com os conceitos de assimilação, acomodação e equilibração de Jean Piaget.
3 – METODOLOGIA
O presente projeto consiste em analisar cinco jogos de tabuleiro utilizados no ensino de química, estes jogos serão escolhidos através de publicações em periódicos como a Revista Química Nova na Escola,
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