Resumo Arte conceitual Cristina Freire
Por: Juliana2017 • 22/8/2017 • 2.476 Palavras (10 Páginas) • 906 Visualizações
...
O espírito das ações Fluxus reside na demonstração de como o corpo é o agente construtor de significados de conhecimentos sensíveis. Essa seria a fonte para a manipulação de objetos, sistemas sociais e instituições, assim como invenção, reinvenção e indagação da linguagem.”
O readymade de Duchamp para Higgins e um campo intermediário entre arte e vida. um dos integrantes do grupo Ken Friedman escreve:
“Se não há fronteira entre arte e vida, não deveria haver entre as diferentes formas de arte. Para fins da narrativa da história, das discussões e distinções é possível referir-se às diversas formas de arte separadamente, mas o sentido intermídia freqüentemente inclui arte oriunda de diferentes raízes, de muitas mídias que se multiplicam em novos híbridos. Imagine uma forma de arte que seja composta 10% de música, 25% de arquitetura, 12% de desenho, 18% de ofício de sapateiro, 30% de pintura e 5% dos mais diversos cheiros. Como seria essa arte?”
Esse tipo pensamento foi responsável pelas obras mais interessantes de nosso tempo mesmo assim os artistas Fluxus ficaram de fora da história da arte moderna. A influência de John Cage disseminou as ideias de Marcel Duchamp na América do Norte, por meio de seminários performance, isso foi crucial no pensamento de muitos artistas que viriam a participar do Fluxus. George notou que a influência de Duchamp era decisiva, então decidiu que o fluxos deveria participar de atividades artísticas, experiências cotidianas como dormir andar etc. muitas ações fluxos parte de instruções readymade temporário.
São exemplares as “Instructions for paintings” de Yoko Ono, realizadas ao longo da década de 1960, como a Peça de voz para soprano, onde ela enumera as ações/vozes/gritos a serem realizados por outros. Escreve Yoko:
“Ou seja, uma relação entre o projeto e sua realização, sua “performance”, é desconsiderada quando os projetos são equivocadamente tomados como elementos autônomos. É decisiva aí a relação da linguagem com a ação nas infinitas possibilidades de sua realização, além da inexorável participação da audiência. A linguagem é utilizada como elemento de articulação com a realidade cotidiana. É importante notar a diferença em relação às indagações de Kosuth mais pautadas pela filosofia de linguagem, ele mento que distingue o conceitualismo anglo-saxão de sua vertente latino-americana, que se volta para a realidade política e social.”
Manifesto/ação/exposição
O artista americano Sol LeWitt publica na revista que é mais interessante a ideia do que O trabalho em si, nesse mesmo ano no Brasil hélio divulga uma exposição em janeiro um texto que seria seminal para as contemporânea. Estabelece alguns pontos que desenvolve dentro de um programa próprio. São eles:
1. vontade construtiva geral
2. tendência para o objeto ser negado e superado do quadro de cavalete
3. participação do espectador (corporal, tátil, visual, semântica etc.)
4. abordagem e tomada de posição em relação a problemas políticos, sociais, éticos
5. tendência para proposições coletivas e consequente abolição dos “ismos” característicos da primeira metade do século XX na arte de hoje (tendência que pode ser englobada no conceito de “arte pós-moderna” de Mário Pedrosa)
6. ressurgimento e novas formulações do conceito de antiarte
no Brasil essa exposição representou o Marco na arte com processo além disso indicava uma expansão para outros espaços além dos expositivos convencionais E o processo com a parte mais importante e não o resultado essa foi importante para os institutos museológicos como entendimento do espaço como experimentação. em 1970 o Museu de Arte Moderna de Nova York (MoMA) inaugurava a exposição “Information” foi uma das poucas Exposições que incluiu o trabalho de artistas latinos americanos e artistas de países comunistas.
As paredes brancas dos museus do século XX acentua essa ideia de obra Autônoma de pura estética o objeto de arte se confunde com a vida cotidiana revela-se em processo e ocupar esse espaço expandidos registros filmes, torna a obra transitória no espaço e no tempo.
“Na reciprocidade entre arte e vida, conclamada pelo Fluxus e por várias gerações de artistas, desconstrói-se a autonomia do cubo branco, símbolo da galeria de arte desconectada do mundo exterior, para que o museu se torne o epicentro da subversão das normas rígidas e de noções aceitas e naturalizadas.”
De volta a Marcel Duchamp
Do ponto de vista da arte contemporânea a obra de Duchamp é crucial para revisão da arte conceitual, pois o princípio do Redmayne fundamenta uma de suas vertentes mais importantes, porque a criação não é manual e sim uma escolha que está sempre na palavra do artista. Essas escolhas não estão ligadas ao fazer mas sim nas ideias. A utilização das garrafas de Coca-Cola implica a dissolução da figura do artista que alcança diretamente o sistema de trocas, muito mais amplo que o sistema convencional da arte que é impossível de ser controladas pela repressão ditatorial. Para o artista o interessante é a possibilidade de criar algo significativo no corpo social tornando visível o sistema e o circuito abstratos e é invisíveis por definição. Duchamp inaugura a ideia de que o espectador veio para participar na arte contemporânea para ele a criação de uma obra de arte existiria um coeficiente de arte, essa fração seria o resultado da relação entre o que o artista desejou manifestar e que ficou latente na obra, de um lado, E aquilo que espectador aprendeu do trabalho mas que não foi proposital do artista, ou outro. Os readymades colocou em xeque as instituições na definição do que vem a ser a arte em uma dada situação social. Curadores e colecionadores devem ser formados em novas bases, fato de que se torna muito evidente na arte conceitual. Do curador pede-se que ele abandone a estética recriando suas práticas institucionais. do colecionador e também do galerista exige conhecimento aprofundado do artista e sua poética. dos artistas desenvolver textos sobre seu próprio trabalho.
...