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Resumo: Modernidade Liquida

Por:   •  22/1/2018  •  1.271 Palavras (6 Páginas)  •  480 Visualizações

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A modernidade tem início quando o espaço e tempo são separados da prática da vida e entre si, e assim podem ser teorizados em classes diferentes e mutuamente independentes da estratégia e da ação. E quando a distância percorrida em um determinado tempo ficou sujeita a tecnologia de meios artificiais de transporte, os limites á velocidade de mobilidade poderiam ser ultrapassados, sendo agora o céu o limite que a modernidade faria um esforço continuo e rápido para alcança-lo. Devido a sua flexibilidade e expansividade a pouco adquirida, o tempo moderno se transformou em arma na conquista do espaço, e a velocidade do movimento e o rápido acesso a meios mais dinâmicos de mobilidade chegara como principal ferramenta do poder e da dominação.

O projeto do Panóptico de Jeremy Bentham é uma metáfora do poder moderno. No Panóptico, internos estavam presos a seus lugares e impedidos de realizar qualquer movimento, não podiam se mover pois estavam sob vigilância, esses vigias estavam livres para mover-se a vontade, fator que lhes garantia a dominação. O domínio do tempo se tornou o segredo do poder dos administradores, paralisando os subordinados no espaço. Porém os rotinizadores não eram inteiramente e verdadeiramente livres para se mover, pois não poderia estar ausentes, também estavam presos pela responsabilidade de desempenhar tal função. E o que nos leva a falar da pós-modernidade é o fato de que o esforço para acelerar a velocidade do movimento chegou a seu limite natural, e agora o poder pode se mover com a mesma velocidade do sinal eletrônico, tornando-se extraterritorial, não mais limitado, pondo fim ao Panóptico, pois, agora não importa mais onde está quem da a ordem, não existe mais o pacto entre supervisores e supervisionados, capital e trabalho, lideres e seguidores, agora as principais técnicas do poder são a fuga, a astúcia, o desvio e a evitarão.

A modernidade liquida influência as forças militares em seus novos planos de guerra, o de não conquistar novos territórios, mas destruir as muralhas que impediam o fluxo dos novos e fluidos poderes globais, tirando da mente dos inimigos o desejo de formular suas próprias regras. No passado os nômades não davam importância as preocupações territoriais e ostensivamente desrespeitavam as fronteiras traçadas, na era moderna a cidadania andava lado a lado com o assentamento. Já no patamar da modernidade fluida, a maioria é dominada pela elite nômade e extraterritorial, sendo que um dos propósitos da política de hoje seja manter as estradas abertas para o tráfego nômade tornado as barreiras mais distantes. Prender-se a terra não é mais tão importante se o solo pode ser alcançado e abandonado a vontade, porém prender-se muito fortemente pode ser prejudicial, devido as novas oportunidades que surgem em outros locais. O desmantelamento da rede social, a ruína das agências efetivas de ação coletiva é vista como um efeito colateral não previsto da nova leveza e fluidez do poder cada vez mais móvel escorregadio e evasivo. Mas esse desmantelamento é tanto uma condição quanto um resultado, pois para que o poder tenha liberdade de fluir, o mundo deve estar livre de barreiras e fronteiras fortificadas.

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