Resumo Livro Panorama da Arquitetura de Nikolaus Pevsner
Por: Juliana2017 • 7/12/2018 • 3.945 Palavras (16 Páginas) • 379 Visualizações
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Na Idade Média, a peregrinação era o principal meio de comunicação cultural e a sua influência no planejamento das igrejas é evidente. Com isso, é possível notar os processos de criações e o surgimento de cada estilo arquitetônico em diferentes locais. No século XI e XII a abadia de Cluny localizada na França representou importante papel no desenvolvimento do itinerário das igrejas de peregrinação. A Saint Martial em Limoges, a Saint Sermin em Toulouse e a igreja de Santiago possuíam características em comum, das quais pode ser citado: altas, sombrias, com galerias sobre as arcadas e abóbadas de berço sobre as galerias, sem janelas do clerestório, com deambulatório e capelas radiais. Já a abadia de Cluny apresentava dois transeptos, encimada por uma torre ortogonal, transepto ocidental, duas pequenas absides nas faces orientais, deambulatório com cinco capelas radiais. Essa estrutura possui alta complexidade e foi a expressão do mais alto momento da cristandade medieval, em meados de 1095. Outras características que distingue a abadia de Cluny das demais igrejas de peregrinação são: a elevação interior com suas grandes arcadas na ponta, seu falso trifório ( sem galeria) e suas janelas de clerestório.
A Igreja de Madalena, em Vezelay que é mais ou menos da época da abadia de Cluny, apresenta apenas uma arcada e um grade clerestório. O acesso principal se dá através de um nártex de três vãos, passando por portais românicos de esculturas figurativas. Sua nave de altura incomum e seus arcos de pedra cinza e rosa possui proporções nobres.
Após algum tempo que foi empreendida abóbada nervurada de Durham, passou a se utilizar abóbadas sexpartidas e não quadripartida. Essa nova estrutura desempenhou a mesma característica da abóbada de aresta, do qual permite que forme um vão quadrado e ao mesmo tempo dava-lhes seis apoios em vez de quatro que eram usados nas outras abóbadas.
Outro sistema criado foi uma igreja no Poitou, que apresentava características de naves laterais mais estreitas e de mesma altura da nave central, o que ocasiona a ausência de galerias e clerestório. A igreja Saint Savin também se difere por apresentar nave central e naves laterais recobertas por abóbadas de berço paralelas e separadas entre si por uma arcada de pilares circulares muito altos.
Outra arquitetura importante para o período, foi a escola regional francesa da Aquitânia, pois a preferência era por não existir naves laterais, a não ser que fossem da altura da nave central. É dividida em vários vãos cobertos por cúpulas, com ou sem transepto, com ou sem abside, com ou sem capelas radiais. Com isso, trouxe a tendência de centralização, em razão da utilização de cúpulas o que ocasionou a obtenção da planta como cruz grega com um quadrado no centro e quatro quadrados formando os “braços”.
Existem relações diretas entre o românico e o gótico quando analisado em conjunto. Isso se dá devido ao uso de arco ogival, das igrejas com cúpulas, dos arcos botantes, no uso de abóbadas nervuradas e o portal com esculturas figurativas que se desenvolveu no século XII.
A segunda escola alemã em importância, na arquitetura românica, é a de Colônia. Possuía esquema centralizante para as extremidades orientais, no qual os dois transeptos terminam em absides idênticas. No Norte da Itália, uma igreja com mesmo tipo, San Fedele, recebeu influência no sentido inverso, o que mostra que houve um contínuo intercâmbio de ideias e de mão de obra. A principal característica trazidas nesse período através de ambas arquiteturas citadas, foi a decoração das paredes e especialmente absides de pequenas colunatas com arcadas colocadas bem no alto. No norte da Itália, as plantas-baixas se mostraram bem simplistas, ainda com tradição próxima da paleocristã.
O extremo exemplo de decoração na fachada foi a torre inclinada de Pisa do qual mescla o intelecto toscano com o equilíbrio e a simplicidade dos romanos
Comentário
Neste capítulo, o autor mostrou como ocorre o processo de transformação de todos os tipos de arquitetura no decorrer do período histórico. Quando estuda-se o estilo arquitetônico românico, é fácil perceber as mudanças com o passar dos anos e também as influências carregadas do estilo anterior. Desse modo, conclui que o começo das inovações mais significativas deste período (arquitetura românica) foram as plantas térreas que buscaram uma nova articulação e ordenança nos espaços e com isso mostra-se que mesmo existindo resquícios do período paleocristão e bizantino, o período românico acaba por si só adquirir novas características que o diferencia dos demais.
Em Durham quando foi acrescentado a abóbada nervurada, mostra que o período românico já estava sofrendo alterações em caminho de um novo período, que no caso é sucedido pela arquitetura gótica. As principais semelhanças encontradas no final do período românico e no começo do período gótico são: arco ogival, igrejas com cúpulas, arcos botantes e o uso de abóbadas nervuradas, porém no período gótico todas essas característica serão encontradas em conjunto, o que ira se tornar uma característica única do período.
3. O estilo Gótico: Do Primitivo ao Clássico
O estilo gótico teve seu início em 1140, na pedra fundamental do novo coro da abadia de Saint Dennis , próximo a Paris. A obra foi concluída em 1144, prazo revolucionário para meados do século XII. A irradiação da vertente se impulsionou com o apoio do abade Suger (conselheiro de dois reis da França).
O estilo gótico compõem-se de características como o arco ogival, o arcobotante e a abóboda nervurada, ambas já existentes pré-estilo. A grande inovação foi a junção das três características e suas combinações numa proposta estética. A proposta de junção resultou em objetivos como animar as massas inertes da pedra, acelerar o movimento do espaço e reduzir toda a construção que seria um sistema inervado de linhas de ação. Visto as vantagens estéticas, o estilo também trás vantagens técnicas que se resumem na distribuição do peso da abóboda de berço na extensão de duas paredes que a sustentam; o arco ogival mais que o semicircular permite ao projetista aproximar-se da verticalidade desejada, como também construir abóbodas sobre vãos que não sejam quadrados; e por último a abóboda gótica oblonga era construída com nervuras destinadas a reforçar as arestas, o que tecnicamente é vantajoso. Além disso, o estilo trazia vantagens como a economia de madeira, a resistência das abóbodas entre outras.
Apesar
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