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Relato do texto: SOLÁ-MORALES

Por:   •  27/11/2018  •  979 Palavras (4 Páginas)  •  391 Visualizações

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“Assim como a colagem e a fotomontagem criam técnicas de extração de novos significados específicos a partir do confronto de fragmentos autônomos, a arquitetura ao contrastar estruturas antigas e novas, descobre o fundo e a forma em que o passado e o presente se reconhecem reciprocamente.” (SOLÀ-MORALES, 2013, pág. 257)

Segundo o autor, especialistas em restauro como Camillo Boito, defendiam a ideia da distinção entre a intervenção de restauro e o existente, servindo como base para a Carta de Atenas de 1931, onde ressalta a necessidade de deixar nítido o uso do contraste entre as construções históricas e as intervenções, com o emprego de diferentes materiais e na simplicidade geométrica. Em relação à Carta de Atenas de do CIAM de 1933, mesmo sendo diferentes, onde uma defende os interesses historicistas e conservadores e a outra de caráter militante e progressista, apresentavam estes aspectos em comum.

“Em ambos os casos, a principal diretriz constituía-se do gosto estético da última fase do romantismo pelas texturas toscas e pela pátina deixada pelo tempo nas edificações antigas, sem distinções ornamentais ou estilísticas precisas, e no contraste global com a geometria abstrata, límpida e bem definida das novas obras de arquitetura.” (SOLÀ-MORALES, 2013, pag. 259)

Na primeira metade do século XX o contraste se ressaltou e foi caracterizado por ser simples e sem ornamentos herdados da antiguidade clássica, revelado pela inovação tecnológica, na aplicação de materiais e diferenciando o moderno do tecido consolidado, dando lugar a nova sensibilidade contemporânea, a analogia, onde se faz uma interpretação entre o novo e o antigo com a incorporação da similaridade e diversidade, fazendo uma releitura de elementos mais importantes da obra.

“Como operação estética, a intervenção é a proposta livre, arbitrária e imaginativa pela qual se procura não só reconhecer as estruturas significativas do material histórico existente, como também usá-las como marcos analógicos para a nova construção.” (SOLÁ-MORALES, 2013, pag. 262)

Ficam destacadas no texto as diferenças entre contraste e analogia, e são compreendidas como estratégias para uma intervenção arquitetônica, uma utiliza-se da fotomontagem e a contraposição entre forma e fundo, e outra que parte de fragmentos selecionados a se preservar, relacionados com a identidade dos usuários e os valores culturais.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

- SOLÀ-MORALES, Ignasi de. Do contraste à analogia: novos desdobramentos do conceito de intervenção arquitetônica. Em: NESBITT, Kate. Uma nova agenda para a arquitetura. São Paulo: Cosac Naify, 2006, pp. 252-263.

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