METODOLOGIAS DE ENSINO E INOVAÇÕES TECNOLÓGICAS
Por: Sara • 5/9/2018 • 1.959 Palavras (8 Páginas) • 292 Visualizações
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Em seguida, algumas perguntas foram escolhidas pelo grupo do presente trabalho e relacionadas entre si, de modo que novas conclusões pudessem ser obtidas pela junção de dois dados diferentes. Por exemplo, utilizou-se o período dos entrevistados junto aos critérios utilizados pelos mesmos para a escolha do professor.
Por fim, foi utilizado o software estatístico RStudio, desenvolvido por RSTUDIO TEAM (2015), juntamente com sua linguagem de programação R (amplamente conhecida na literatura, como em DALGAARD, (2002)), para construir gráficos e analisar os dados obtidos (MONTGOMERY, RUNGER, (2012), BUSSAB, MORETTIN, (2011), DEVORE, (2011)).
Resultados e discussões
Inicialmente, o objetivo foi caracterizar o público que estava sendo estudado. A maioria dos alunos era de engenharia de produção. Aproximadamente, 52% dos estudantes eram do sexo masculino e 48% do sexo feminino, o que mostra um equilíbrio no que diz respeito a gênero. Em relação aos períodos, sabe-se que responder a essa pergunta é difícil para os alunos, pois é pouco provável que os mesmos façam todas as matérias do seu respectivo período de uma vez só. Portanto, decidiu-se fazer agrupamentos por intervalos para que os estudantes escolham em qual eles melhor se adaptam na hora da resposta.
Desta forma, percebe-se que a maioria das respostas veio de alunos que se encontram entre o quinto e sexto período. Isto porque a maioria dos alunos que realizam Estatística Aplicada estão nesse intervalo de períodos, e portanto, conhecem mais gente que também estão nesse intervalo. Ou seja, no meio do caminho entre o início e o fim da faculdade, além de ser a época que a maioria começa a procurar estágio.
Todas os gráficos encontram-se na Figura 1.
Figura 1 – Gráficos de período, cursos e gênero dos entrevistados.
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Figura 2 – Período x Critérios para escolha do professor
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A figura 2 descreve uma relação entre uma variável quantitativa (período) e um qualitativa (critério). Nele, foram selecionados cinco possíveis motivos para a escolha de uma turma de qualquer matéria. Cada resposta possível recebeu cinco barras, representando cada dupla de período (ver figura 1) em ordem crescente. E o tamanho da barra em cima de cada opção é proporcional à quantidade relativa do respectivo grupo que escolheu aquela resposta.
Os padrões observados no gráfico são evidências para duas afirmações: Primeiro, há uma crescente necessidade de horários flexíveis, e segundo, que conforme aumentam os períodos, há um aumento na maturidade do estudante ligada à priorização do aprendizado em relação à mera aprovação.
Tomando-se então os itens “facilidade de passar na matéria” e “o método de ensino adotado”, pode-se observar uma correlação negativa e outra positiva em relação ao período, respectivamente. O decréscimo do primeiro grupo ao longo dos períodos mostra a preferência por um aprendizado sólido e verdadeiro ao invés de uma mera aprovação. Diferente de alguém que quer somente o diploma sem se importar se aprendeu algo de relevante
Isso mostra, no primeiro item, que os alunos de 3º a 6º período foram os que mais optaram por essa opção, ou seja, são os períodos com disciplinas (Cálculos e físicas) que possuem maior nível de dificuldade para as engenharias. O segundo mostra o crescimento na importância do método pois existem várias maneiras para se preparar e aplicar uma aula. Assim, conforme a metodologia se torna mais eficiente, maior é a eficácia do aprendizado.
Figura 3 - Aulas Participativas X Cursos
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Pode-se dizer que este gráfico contém um padrão que contraria algumas expectativas, e, por conseguinte, é o mais interessante. O motivo é que ao ordenar o conhecimento dos cursos aqui listados, do mais técnico para o mais humano ou organizacional, existe a seguinte ordem: Demais Cursos>Engenharia Mecânica >Engenharia de Produção> Administração.
Acredita-se que o conhecimento técnico, composto pelas ciências formais (Matemática e Lógica), acompanhado pelo estudo das ciências da natureza e suas aplicações (Química, Física, Matemática), só pode ser ministrado de forma unilateral e impessoal. Pois a verdade contida nas afirmações são objetivas, ou seja, independem da opinião ou interpretação do estudante.
Já o conhecimento organizacional pertence à parte aplicada do conhecimento humano-social. E esse ramo do saber é marcado pela subjetividade do autor ou do estudante, aliada ao contexto social de quando foi produzido. Como as pessoas são diferentes umas das outras e a sociedade muda conforme as eras, não há consenso acadêmico sobre muitas questões, produzindo debates há séculos sem conclusão. Tal característica permite um ambiente muito mais aberto ao debate em sala de aula, e, por conseguinte, aulas participativas. Logo, o esperado era que a importância das aulas participativas crescesse a medida que o conhecimento passasse do mais técnico para o mais humano, organizacional.
Desta forma, os resultados mostram que há uma correlação positiva de “Demais cursos” em se sentirem muito estimulados com aulas participativas, contrariando o que era esperado. Entretanto, pode-se observar uma correlação positiva na opinião dos alunos de engenharia de produção que se sentem estimulados por aulas participativas e uma correlação negativa dos alunos de engenharia mecânica. Além disso, engenharia mecânica possui maior predominância na opinião de sentir-se completamente inibido pela cobrança de participação pelo professor, o que também era esperado. Por fim, os discentes que cursam administração optam em sua maioria por aulas participativas constatando o que foi dito anteriormente sobre a importância do debate para cursos com maiores conhecimentos humanos ou organizacionais.
Figura 4 - Cursos x Métodos de avaliação mais eficaz
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A figura acima mostra a opção dos cursos pelo método de avaliação mais eficaz. Pode-se observar que há uma grande preferência de todos os cursos pela forma de avaliação de uma prova e um trabalho no final. Entretanto, exceto pela Engenharia de Produção e Administração que tiveram aproximadamente a mesma opinião entre um trabalho de pesquisa ao longo do semestre
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