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CONTEÚDO, METODOLOGIA E PRÁTICA DE ENSINO DE CIENCIAS

Por:   •  16/1/2018  •  2.663 Palavras (11 Páginas)  •  544 Visualizações

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Na segunda resposta a criança não se atenta ao conteúdo perguntado e interpreta as questões de acordo com o que ela entende.

Na explicação de gravidade ela associa o conhecimento que já possui sobre o domínio de significados e não expande a questão proposta.

Na terceira resposta, assim como na quarta, o adolescente já possui um domínio sobre o conhecimento cientifico e apenas reproduz sem muita certeza do que está respondendo. Sem conseguir formular a pesquisa sobre o tema.

- Análise das respostas segundo os termos de Vygotsky

(Discutir a relação entre os conceitos cotidianos e os conceitos científicos segundo Vygotsky, usando exemplos das respostas obtidas, se possível)

Para Vygotsky, a formação dos conceitos é resultado de uma complexa atividade em que todas as funções intelectuais fundamentais participam. No entanto, este processo não pode ser reduzido à associação, à tendência, à imagética, à inferência ou às tendências determinantes. Todas estas funções são indispensáveis, mas não são suficientes se não se empregar o signo ou a palavra, como meios pelos quais dirigimos as nossas operações mentais, controlamos o seu curso e o canalizamos para a solução do problema com que nos defrontamos.

Os participantes desse trabalho utilizaram as palavras como meio de dirigir as respostas e expor seu conhecimento e opinião sobre o trabalho proposto.

Vygotsky conclui que, no estádio do pensamento complexo, os significados das palavras tal como as crianças os percebem referem-se aos mesmos objetos que o adulto tem no espírito, o que assegura a compreensão entre a criança e o adulto, mas que a criança pensa a mesma coisa de maneira diferente, por meio de operações mentais diferentes. Tentaremos verificar está proposição comparando as nossas observações com os dados sobre as peculiaridades do pensamento infantil e o pensamento primitivo em geral coligidos pela ciência psicológica.

Analisamos assim a resposta do terceiro entrevistado: Para ele a gravidade e algo grave.

Na concepção do adulto, se consegue distinguir e formular a “gravidade” dentro do contexto proposto.

A formação de complexos é responsável pelo fenômeno peculiar de uma palavra poder, em diferentes situações, ter significados diferentes ou até́ opostos, desde que haja qualquer nexo associativo entre esses significados.

Para Vygotsky a maior de todas as dificuldades é a aplicação de um conceito que o adolescente conseguiu finalmente apreender e formular a um nível abstrato a novas situações que tem que ser encaradas nos mesmos termos abstratos. A transição do abstrato para o concreto vem a verificar-se tão árdua para o jovem, como a primitiva transição do concreto para o abstrato. As nossas experiências não deixam quaisquer dúvidas que neste ponto, de qualquer forma, a descrição da gênese dos conceitos dada pela psicologia tradicional, a qual se limita a reproduzir o esquema da lógica formal, não tem qualquer relação com a realidade.

O adolescente formará e utilizará muito corretamente um conceito numa situação concreta, mas sentirá uma estranha dificuldade em exprimir esse conceito por palavras e a definição verbal, em muitos casos, será muito mais restritiva do que seria de esperar pela forma como o adolescente utilizou o conceito. A mesma discrepância ocorre no pensamento dos adultos, mesmo em níveis de desenvolvimento muito avançados. Isto está́ de acordo com o pressuposto de que os conceitos evoluem de forma muito diferente da elaboração deliberada e consciente da experiência em termos de lógica. A análise da realidade com a ajuda dos conceitos precede a análise dos próprios conceitos.

Tanto no caso do adolescente quanto no caso do adulto, a formalização do conceito em palavras na hora de responder o que para eles já era um conhecimento adquirido foi restrita.

Os processos que conduzem à formação dos conceitos desenvolvem-se segundo duas trajetórias principais. A primeira é a formação dos complexos: a criança une diversos objetos em grupos sob a égide de um “nome de família” comum; este processo passa por vários estádios. A segunda linha de desenvolvimento é a formação de “conceitos potenciais”, baseados no isolamento de certos atributos comuns. Em ambos os processos o emprego da palavra é parte integrante dos processos genéticos e a palavra mantém a sua função orientadora na formação dos conceitos genuínos a que o processo conduz.

Na analise das criancas mais novas o processo de formacao e emprego das palavras, não estao bem formulados. No entanto elas associam o conhecimento já adquirido com a questao proposta.

No caso dos adultos o conhecimento cientifico já e adquirido, porem na hora de formular a questao em palavras, notamos dificuldade de formular.

Mesmo nos bebês muito pequenos, os objetos ou as figuras que apresentam certos traços comuns evocam respostas semelhantes. No mais precoce estádio pré-verbal as crianças esperam nitidamente que situações semelhantes conduzam a desfechos semelhantes. A partir do momento em que uma criança associou uma palavra com um objeto, facilmente se aplica a um novo objeto que a impressiona por, em certos aspectos, ser semelhante ao primeiro. Os conceitos potenciais, portanto, podem ser formados, tanto na esfera do pensamento perceptual, como na esfera do pensamento prático, virado para a ação — com base na semelhança de significados funcionais, no segundo. Estes últimos são uma importante fonte de conceitos potenciais. É do conhecimento geral que os significados funcionais desempenham um papel muito importante no pensamento da criança infantil. Quando Se lhe pede que explique uma palavra, uma criança dir-nos-á aquilo que o objeto designado pela palavra em questão faz, ou — o que é mais freqüente — o que se pode fazer com esse objeto. Até os conceitos abstratos são muitas vezes traduzidos na linguagem da ação concreta: “Razoável quer dizer quando estou a suar e não me deixo estar numa corrente de ar”.

Pensamento e Linguagem, Lev Vygotsky. Pag 79.

Vygotsky comenta também sobre as crianças em idade escolar e fornece algumas explicações sobre como funciona a formação de conceitos para a faixa etária.

Com base em Piaget, a criança em idade escolar, deixa de ter atenção involuntária

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