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COMPORTAMENTO FISIOLÓGICO DA PLANTA EM FUNÇÃO DAS CONDIÇÕES DO SOLO

Por:   •  4/4/2018  •  4.317 Palavras (18 Páginas)  •  318 Visualizações

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Palavras-chave: Reservatório, atmosférico, disponibilidade.

1 INTRODUÇÃO

Na história evolutiva das plantas ocorreram diversas alterações ambientais drásticas, isso direcionou o desenvolvimento de alguns caracteres, eliminando plantas que não apresentavam características adaptadas às novas condições. Tais caracteres adaptativos foram sendo selecionados naturalmente e fixados geneticamente, de maneira que a forma atual é o produto final da interação genótipo-ambiente (RAVEN et al,2001).

A água é de todas as substâncias absorvidas pela planta, a necessária em maior quantidade. Estima-se que uma planta bem nutrida de água possa absorver durante um dia uma quantidade de água equivalente a várias vezes seu próprio volume de água (SUTCLIFE,1980). A água é o principal constituinte dos tecidos vegetais, algumas vezes correspondendo a 95% do peso total da massa verde (SUTCLIFE,1980). Sendo que as principais funções da água na planta são como constituinte, reagente, solvente, manutenção da turgidez, resfriamento da folha e transporte de íons, sais e fotoassimilados, e o estudo das relações hídricas nas plantas, envolve obrigatoriamente, o sistema solo-planta-atmosfera, onde o solo constitui–se no grande reservatório e fornecedor de água para as plantas via sistema radicular; é um sistema complexo, constituído de materiais sólidos (minerais e orgânicos), líquidos e gasosos (reichardt,1987). E é nesse contexto que nesse trabalho serão abordados os assuntos do solo e suas diferentes fases, a relação solo-planta-atmosfera (SPAC), tipos de sistema radicular, estresse hídrico e o comportamento fisiológico da planta em função da falta de água.

2 REVISÃO BIBLIOGRAFICA

2.1 Solo e suas diferentes fases

O solo é um sistema complexo formado por três fases: sólida, liquida e gasosa. O arranjo das partículas sólidas deixa espaços vazios de diferentes tamanhos, denominados de poros, os quais têm a capacidade de armazenar líquidos e gases. O solo, portanto, pode ser visto como um grande reservatório de água para as culturas, sendo necessária a reposição periódica da água para garantir uma produção vegetal adequada.

A parte sólida é formada pela matéria mineral e matéria orgânica, com predominância da parte mineral. A porção mineral consiste de partículas de vários tamanhos, resultante da decomposição das rochas que deram origem ao solo. A fração orgânica se origina a partir do acumulo de resíduos vegetais e animais, ocorrendo no solo em diferentes estágios de decomposição. A matéria orgânica é fundamental para a atividade dos microrganismos, sendo, portanto, importante para a manutenção da vida do solo.

A parte liquida do solo é chamada de solução do solo e consiste essencialmente de água e materiais solúveis dissolvidos (minerais e moléculas orgânicas). Ela ocupa a parte dos poros do solo, podendo ocupar praticamente todos os espaços vazios em solos saturados. À medida que o solo vai secando, os poros maiores (macroporos) vão se esvaziando e a água passa a ocupar apenas os poros menores (microporos), os quais possuem maior poder de retenção de água.

A parte gasosa ocupa os espaços vazios não ocupados pela agua, sendo a principal fonte de oxigênio para a respiração das plantas e dos organismos vivos do solo. O ar do solo possui evidentemente menos componentes do que o ar da atmosfera, porém alguns são encontrados em concentrações mais elevadas ou mais baixas no solo, dependendo do nível de atividade dos organismos do solo (raízes de plantas, microrganismos e outros organismos vivos do solo) e de sua compactação. Em geral, o ar do solo apresenta maiores concentrações de CO2 e menores de oxigênio, quando comparado com o ar atmosférico. Essas diferenças serão menores quanto menos compacto for o solo.

Em geral, se considera que o solo ideal deve ter 50% dos seus espaços preenchidos pela parte sólida, 30 % pela solução do solo e 20% pelo ar do solo. Essas proporções, entretanto são bastante variáveis, dependendo do tipo de solo e de suas propriedades físicas.

2.2 Relação solo, planta e atmosfera

O conceito do “contínuo solo-planta-atmosfera” (SPAC) está baseado no fato de que o movimento de água no sistema solo-planta-atmosfera é melhor entendido como uma série de processos interdependente. Por exemplo, a absorção de água pelas raízes depende da movimentação da água do solo para a superfície das raízes, mas também pode ser influenciada pela transpiração das folhas.

A taxa de transpiração, por sua vez, depende da abertura estomática e de fatores atmosféricos que afetam a evaporação, mas depende também da própria absorção pelas raízes. O uso de medidas de Potencial Hídrico (ψ H) para interpretar o SPAC. Valores das três fases podem ser comparados. A água sempre tende a se movimentar do menor para o maior ψ H e para que as plantas consigam absorver água do solo, é preciso que os pelos radiculares apresentem valores de Ψ H menores que o do solo.

O ψ H é uma medida de energia. O movimento em si depende da existência que o meio oferece ao fluxo.

Lei de Darcy

F – Fluxo de água entre dois pontos[pic 1]

Ψ H – potencial hídrico

R – resistência

∆x – distância percorrida

Apesar da importância da água para o metabolismo vegetal, assim como para a sua constituição, a quantidade de água existente na planta é pequena, quando comparada com a quantidade de água que passa pela planta através da transpiração. Porém, a transpiração tem efeitos importantes na agricultura tropical, como o resfriamento da folha, pois, para evaporar-se na folha, a água absorve energia térmica desta (devido ao seu alto calor de vaporização - vide Capítulo 2), reduzindo a temperatura foliar em 2 a 3°C (Milburn, 1979). Além do resfriamento da folha, a transpiração tem também importância para a aquisição e transporte dos nutrientes do solo para os diferentes tecidos do vegetal. Ainda segundo Milburn (1979), o fluxo transpiratório auxilia o transporte e absorção de nutrientes quando estes são abundantes, mas o principal efeito da transpiração é o resfriamento de folhas, que pode cessar com o fechamento estomático, pois estas são mais capazes de conviver com altas temperaturas

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