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PSICANÁLISE E AUTISMO: UMA REALIDADE NO CONTEXTO ESCOLAR

Por:   •  13/11/2018  •  1.938 Palavras (8 Páginas)  •  369 Visualizações

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A partir de uma prática clínica com crianças, no levantamento bibliográfico, verificou-se uma demanda que está inserida desde a construção do ideal que os pais fazem na gestação da criança. Para a psicanálise este transtorno se reflete em certa forma de se relacionar.

“Quando os pais decidem ter um filho e esperam por ele, constroem um mito de que esta criança será melhor do que eles, de que herdando seus ensinamentos, se transformará em uma pessoa muito melhor do que a que os pais foram. Freud (1914) afirma que o filho é prolongamento do narcisismo parental, isto é, os pais veiculam em relação aos filhos uma série de desejos e demandas que se articulam na história dos desejos edipianos parentais. A entrada da criança na escola é marcada por esses significantes. É fator de ansiedade entre os pais a escolha da primeira escola, a escolha da melhor escola, que tenha os melhores professores, que forme os melhores alunos. No entanto, para uma criança que sofre de distúrbios graves, essa construção mítica não se sustenta, e toda a escolarização pode ficar fragilizada.” (SALGADO, 2012).

Além do desenvolvimento afetivo, deve-se olhar o desenvolvimento psíquico, que na psicanálise é chamado trânsito libidinal que está relacionado com as trocas de prazer e desprazer, o que quer dizer que a pessoa pode ser carinhosa e não estar fazendo o trânsito libidinal. A relação tem uma característica muito precisa, ela falha em um aspecto muito importante e esta falha não tem haver com a afetividade dos pais, não tendo relação com o afeto, existem autistas filhos de pais afetivos e até mesmo autistas afetivos (SALGADO, 2012).

“Para a Psicanálise, o autismo e a psicose infantil são consequências de uma falha primordial da inserção no simbólico.” (SALGADO, 2012) É justamente nesta falha que o sujeito não consegue, não sabe articular a troca de prazer e desprazer, sofrendo assim uma desregularização do trânsito libidinal, ou seja, o sujeito não sabe como dar prazer e o que fazer quando sentem desprazer. Criando assim mecanismos de defesas, na qual caracterizam se diversas formas de autismos.

Na visão da psicanálise o autismo não é uma deficiência, mas sim problemas na relação com o outro (SALGADO, 2012).

4 A INSERÇÃO DO AUTISTA NA SOCIEDADE

De acordo com Figueiredo (2010) as escolas, necessitam traçar metas para o caso específico apresentado. Na inclusão escolar é importante ter objetivos e intenções educativas. A ação conjunta e planejada que perpassa por uma série de profissionais especializados com função pedagógica traz funcionalidades significativas.

A autora ainda coloca que os educandos que necessitam de apoio especializado devem ser monitorados com ações individualizadas porque cada pessoa possui um histórico diferenciado. Planos bem construídos tendem a contribuir e muito com a qualidade de vida e desenvolvimento para o futuro escolar do aluno Autista.

Segundo Figueiredo (2010) a educação de pessoas com Autismo deve considerar o sujeito e suas características tais como, por exemplo, a respectiva idade mental, pois pode-se aumentar com o tempo os danos cognitivos e as dificuldades inerentes. Os propósitos de inclusão são relativamente novos e, portanto os profissionais podem se sentir inseguros, preocupados, resistentes à mudança, á enxergar como benéfico à aceitação do diferente.

A autora ressalta que o medo inicial deve ser trabalhado por meio da formação contínua, otimismo e confiança facilitando o processo de adaptação do profissional e inclusão do aluno Autista Figueiredo (2010) alerta que o planejamento estratégico e pedagógico do professor visualiza a participação, o desenvolvimento, a aprendizagem dos alunos. É preciso compreender as necessidades de cada pessoa cujos sintomas podem apresentar variância e conviver com a pessoa de forma paciente, amigável e de maneira qualitativa.

O profissional deve ter uma visão do todo e agir individualmente. Hooft, (2006), afirma “Ricoeur também parece abraçar a ideia de Nietzsche de que o indivíduo não é unitário. [...] sou um indivíduo buscando a minha própria realização[...]”. Ao notar o desenvolvimento de um aluno autista, o professor cresce paralelamente ao seu aluno em todos os sentidos, seja emocionalmente, profissionalmente e como ser humano. A informação, orientação recebida pelo profissional de como adequar-se às necessidades do aluno autista é imprescindível porque tanto o seu comportamento, comunicação, quanto à forma de relacionar e a sua cognição estão em fase de desenvolvimento e podem ter um leque vasto de potencialidades quando respeitado e auxiliado corretamente nesse processo.

Figueiredo (2010) afirma que o professor não pode em momento algum sentir-se sozinho no processo educacional especializado. Segundo a autora é importante para os docentes se adaptarem à dificuldade do aluno Autista apesar das dificuldades inerentes. O planejamento do professor regente seja de aula ou de turma não deve ser diferente do profissional de apoio especializado porque num sentido amplo deve atender a todos.

Infelizmente as escolas não oferecem recursos e subsídios suficientes para atender com maior qualidade esses alunos. É um desafio para os servidores atender a esta demanda com qualidade de forma prioritária sem deixar de oferecer aos demais também o conteúdo curricular. Na escola é semelhante, quando identifica-se o resultado de um trabalho escolar com igualdade, Figueiredo (2010) aponta que há “um pressuposto que diz que somos todos iguais negando assim as nossas diferenças”. Com o objetivo de promover a inclusão é importante que se concretize a forma com que as escolas estão organizadas praticando a educação inclusiva, os professores precisam buscar a capacitação e planejamento para que mudanças aconteçam e se atenda a clientela positivamente e com acessibilidade.

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A característica mais marcante do autismo é a ausência de relações sociais, até mesmo com seus parentes mais próximos. A institucionalização de espaços educacionais, em relação à educação inclusiva contribui para uma maior igualdade de oportunidades a todos os membros da sociedade, provocando uma melhoria da qualidade da educação básica e superior. Isto é, indubitavelmente a interação entre um professor com seus alunos é imprescindível para que o processo de inclusão escolar seja bem sucedido, assim como todo o ambiente escolar,

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