O filme foi baseado no livro “Eu, Pierre Rivière, que degolei minha mãe, minha irmã e meu irmão”

...

No julgamento final, Pierre Rivière foi condenado por crime de parricídio à pena de morte. Após essa decisão, o juiz recebe um parecer sobre o estado mental do acusado que constava que, desde os quatro anos de idade, Pierre Rivière demonstrou sinais de alienação mental, e que esta alienação persistiu. Dizia ainda que depois dos homicídios tal alienação ficou menos intensa e, que esses homicídios, ocorreram devido aos delírios. Depois de receber este ‘Parecer’, o

Juiz substituiu a pena de morte pela prisão perpétua. Com o passar do tempo começaram a notar, em Pierre, sinais evidentes de loucura. Ele afirmava com insistência que já estava morto e não tomava mais nenhum cuidado com seu corpo. Pierre ameaçava matar as pessoas se elas não atendessem aos seus desejos. Depois que começou com as ameaças foi isolado, se aproveitando da situação para, finalmente, tirar sua própria vida.

Conclui-se A partir da teoria psicanalítica observada no documentário que a todo tempo Pierre discursa sobre a razão que o leva a cometer tal crime. Afirma que o motivo pelo qual assassinou sua mãe foi por ela atormentar a vida de seu pai, que era um homem muito bom para ela, e que seus irmãos não iriam suportar a sua morte. Justificando ser um ato de amor pelo pai injustiçado por uma mulher má. E pelos irmãos que não aguentariam viver sem a mãe.

O crime não acontece sem uma causa, mas ocorre sim devido a um encontro que o causa. A partir desse encontro o sujeito responde com um ato, nesse caso criminoso, atribuindo esse valor devido a uma construção social. Lacan afirma que o ato psicanalítico é, por si mesmo, um dizer (LACAN, 1967-68). Ou seja, todo ato já vem sendo avisado anteriormente a ser cometido pelo sujeito com suas histórias, e suas ações durante sua vida.