Análise de instrumentos para triagem do desenvolvimento infantil
Por: eduardamaia17 • 14/10/2018 • 1.096 Palavras (5 Páginas) • 379 Visualizações
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Já o Denver possui um total de 125 itens divididos em quatro áreas: pessoal-social, motor fino, linguagem e motor grosseiro. Os itens são diretamente aplicados à criança e, em alguns deles, é solicitado que o cuidador informe se a criança realiza ou não a tarefa solicitada, desde que o item permita. A partir dos dados coletados, a criança pode ser considerada com desenvolvimento: normal, de risco ou não testável.
A partir da aplicação e coleta dos dados, todas as 24 crianças envolvidas no estudo obtiveram uma classificação normal na escala EEDP, enquanto que na EDC 17 crianças foram classificadas como tendo atraso ou sendo de risco, já o Denver II indicou oito crianças como tendo risco para problemas de desenvolvimento. Levando em conta a EDC e o Denver II de forma conjunta, sete crianças foram diagnosticadas como tendo atraso ou risco no desenvolvimento. Ao comparar o desempenho nas três escalas conjuntamente, seis crianças obtiveram desenvolvimento compatível com a faixa etária, ou seja, foram classificadas com um desenvolvimento considerado normal. Portanto, como afirmado anteriormente, as escalas de comparação não podem ser consideradas semelhantes à escala de referência (a EEDP), assim como não podem ser semelhantes entre si.
Mesmo havendo o mesmo número (sete) de crianças que obtiveram classificação de risco ou com atraso tanto na EDC quanto no Denver II, apenas duas crianças apresentaram convergência em relação às áreas que apresentavam falhas. Isto significa que, apesar destes dois instrumentos apontarem para atraso no desenvolvimento, seus resultados indicam déficit em itens de aspectos do desenvolvimento diferentes. Em relação aos resultados de comparação, vale ressaltar também que não houve diferenças nos instrumentos quanto ao sexo dos participantes de acordo com a análise realizada.
De acordo com o artigo, essas diferenças nos resultados também pode ter acontecido pelo fato do Denver II ser um instrumento que avalia crianças de até seis anos, enquanto a EEDP avalia crianças de até dois anos e a EDC de até um ano. Assim, é pode-se dizer que os presentes instrumentos apresentam as mesmas habilidades só que em faixa etárias diferentes, ou seja, é preciso que seja realizado um consenso em relação à faixa etária em que surge e se estabiliza determinados comportamentos, senão os instrumentos se tornam infundados.
Entretanto, levando em consideração essa incongruência entre os resultados dos instrumentos e para concluir a discussão em relação à detecção precoce de algum déficit no desenvolvimento infantil, é importante reiterar que os instrumentos servem apenas de auxílio para a vigilância do desenvolvimento, sendo necessária a utilização de outras estratégias, como uma avaliação clínica, relato dos pais e acompanhamento sistemático da criança.
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