A Alienação Parental
Por: Lidieisa • 27/10/2018 • 2.269 Palavras (10 Páginas) • 480 Visualizações
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Nos antigos moldes era natural que nos casos de separação do casal, a guarda dos filhos era dada a mãe. Com às novas configurações das estruturas de convivência familiar, nos deparamos com uma postura por parte dos pais por ocasião da separação, de requerer seus direitos de conviver mais próximos aos filhos, não contentando se apenas com encontros semanais pré-determinados em geral em finais de semana alternados, o que não contribuía para um estreitamento e manutenção dos vínculos afetivos entre pais e filhos.
A ruptura do vinculo conjugal costuma gerar no alienador um sentimento de abandono e rejeição, traduzindo se em sentimento de vingança, principalmente se a separação é motivada por traição.
O alienador passa então a criar situações que desabonem a conduta do alienado perante a vitima, criando situações que levam a um descrédito e consequentemente a vitima passa a odiar e rejeitar o alienado.
O processo da Síndrome de Alienação Parental consiste em uma verdadeira Programação de uma criança para que esta odeie o genitor sem qualquer justificativa.
Identificação do quadro seus efeitos e consequências.
A principio a informação é o fator primordial para a identificação do quadro, em seguida ter em mente que isso é um problema psicológico e que, portanto exigirá atenção especializada para cada uma das partes envolvidas e intervenção imediata.
A vitima costuma assumir uma postura de submissão em relação ao que o alienador determina, por temer que caso desobedeça poderá sofrer ameaças e castigos. Passa a existir uma situação de dependência e submissão por parte da vitima para com o alienador, como prova de lealdade e receio de ser abandonada pelo amor dos pais.
A criança se vê pressionada a escolher entre um dos genitores, o que ocasiona constrangimento e dificuldades de convivência entre as partes, gerando um agravante maior que é pelo fato da criança ter de lidar com situações de verdades censuradas e duplas mensagens o que leva a um prejuízo na formação de seu caráter.
O resultado das ações promovidas pelo alienador são comportamentos da rejeição e pouca vontade por parte da criança de estar com o alienado. Ela assume um apego exclusivo ao genitor detentor da guarda e um afastamento total do outro genitor.
A criança acometida da SAP se nega terminantemente e obstinadamente a manter qualquer contato com o genitor alienado, procede assim sem nenhum motivo concreto ou justificativa. Esse comportamento evolui com o tempo para um irreversível afastamento não apenas do genitor, mas como também de seus familiares e amigos.
A situação de alienação pode perdurar por anos, ocasionando graves consequências de ordem comportamental e psíquica, normalmente apenas superadas já quando o filho consegue alcançar sua independência do genitor-guardião, o que lhe permite refletir por si próprio a situação o que invariavelmente leva a um sentimento de culpa.
Cabe ressaltar a diferença entre Alienação Parental e Síndrome da Alienação Parental. A primeira corresponde ao afastamento do filho de um dos genitores, provocado pelo outro, enquanto que a SAP diz respeito às sequelas emocionais e comportamentais de que vem a sofrer a criança vitima daquele afastamento.
A conduta alienante enquanto ainda não resultou em instalação da Síndrome, é reversível e pode com auxilio terapêutico e do Poder Judiciário, restabelecer as relações com o genitor rejeitado, já no caso da SAP segundo pesquisas cede na infância em apenas 5% dos casos.
Os meninos são mais susceptíveis a SAP, pois são os que mais sofrem com a ausência paterna, principalmente na idade entre 8 a 11 anos. Observa se que crianças mais velhas costumam não ser tão influenciáveis devido a já terem certa independência e vontade própria.
Reconhecida a presença do processo de Alienação Parental, é fundamental a responsabilização do genitor alienador por sua conduta manipuladora com objetivo vingativo. Cabe ao Poder Judiciário coibir seu desenvolvimento como forma de impedir a SAP de se instalar. O juiz deve determinar a adoção de medidas cabíveis que permitam a aproximação da criança com o genitor alienado, impedindo o prosseguimento do processo de alienação.
São medidas definidas pelos magistrados: ordenar realização de terapia familiar; determinação do cumprimento do regime de visitas estabelecidas em favor do genitor alienado; condenar o genitor alienante ao pagamento de multa diária, enquanto perdurar a resistência às visitas ou a prática alienante; suspender a guarda do menor, principalmente se o genitor alienante apresentar traços de conduta patológica; dependendo do padrão de gravidade da conduta do alienante e diante de sua resistência em cumprir as determinações, o magistrado pode ordenar sua prisão.
Normalmente o alienador assume uma postura de bloqueio na relação entre a vítima e o genitor alienado. Interceptando contatos telefônicos, boicotando passeios com desculpas de compromissos de ultima hora, doenças entre outros.
A intenção do pai alienante é de aniquilar o vinculo emocional da criança com o ex. cônjuge e para isso adota comportamentos específicos para alcançar seu objetivo.
São exemplos de comportamentos alienantes: Dificultar qualquer tipo de contato da vítima com o alienado; interceptar cartas e presentes; omitir informações a respeito de situação escolar; saúde e atividades esportivas dos filhos; denegrir e criticar a imagem do novo cônjuge do outro genitor; envolver outros familiares ou pessoas próximas em seu plano de lavagem cerebral dos filhos; punir ou ameaçar de caso os filhos se comuniquem com o genitor alienado; atribuir ao outro genitor a culpa por mau comportamento do filho.
A presença de tais comportamentos apresentada com frequência, constitui uma importante série de evidências que contribuem para a identificação do genitor alienador, caracterizando então a presença da Síndrome da Alienação Parental.
Síndrome das Falsas Memórias
Velly (2010) destaca o que diz (TRINDADE, 2010) sobre a Síndrome das Falsas Memórias, elas trazem em si a conotação das memórias fabricadas ou forjadas, no todo ou em parte, na ocorrência de relatos de fatos inverídicos, supostamente esquecidos por muito tempo e posteriormente relembrados. São implantadas por sugestão e consideradas verdadeiras e assim podem influenciar comportamentos.
As Falsas Memórias dizem respeito a crença em um fato que aconteceu, sem realmente
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