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Efeito da terapia periodontal no controle glicêmico de pacientes diabéticos tipo II

Por:   •  24/8/2018  •  10.759 Palavras (44 Páginas)  •  425 Visualizações

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4 REVISÃO DE LITERATURA................................................................................... 11

5 DISCUSSÃO............................................................................................................... 25

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS...................................................................................... 31

7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................................ 32

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1 INTRODUÇÃO

A doença periodontal (DP) apresenta uma alta prevalência, afetando mais de 90% da população em todo o mundo. A etiologia dessa doença é explicada pelo acúmulo de biofilme dental na região subgengival, o que, a longo prazo, afeta as estruturas de proteção dos dentes (gengivite) e sustentação dos dentes, a periodontite (PE). Se não tratada, a PE pode resultar na perda de elementos dentários, e ainda figura como fator mais frequente na indicação de exodontias na idade adulta. Sabe-se que não são apenas os microorganismos presentes no biofilme dental os responsáveis pela ocorrência da doença, mas existem outros fatores genéticos e ambientais (como o uso do tabaco) que contribuem para sua causa, bem como distúrbios no organismo e outras doenças sistêmicas, como o Diabetes. O fato da PE sofrer influência de tantos outros fatores e estabelecer relações causais com os mesmos, a caracteriza como uma doença multifatorial (PIHLSTROM et al., 2005).

Ainda segundo Pihlstrom et al. (2005), a prevenção e o tratamento da PE têm como objetivo controlar o biofilme bacteriano e também os outros fatores de risco, reduzindo assim a progressão da doença e podendo evitar a perda de estruturas dentárias. A remoção da placa e do biofilme dental na coroa e na raiz do dente (raspagem e alisamento) fazem parte do tratamento realizado pelo profissional, que quando aliado à uma boa higienização bucal feita pelo paciente é capaz de reduzir a inflamação dos tecidos de proteção e sustentação dos dentes e reverter o quadro da doença (PIHLSTROM et al., 2005).

De acordo com Scannapieco et al. (2010) nas últimas décadas várias associações entre a PE e outras doenças sistêmicas foram estudadas, revelando uma conexão dessa doença com doenças pulmonares, doenças cardiovasculares, intercorrências gestacionais e principalmente a diabetes mellitus. Mealey e Oates (2005) defendem em seu estudo a ideia de que o diabetes é um fator de risco para a gengivite e periodontite, e é ainda um fator determinante e importante no controle do nível glicêmico. Outros estudos sugerem que a presença de diabetes está, muitas vezes, associada não só com o aumento da inflamação gengival, mas também com a velocidade de perda de inserção periodontal progressiva com o passar do tempo, e que além disso o nível de controle glicêmico desempenha um papel importante na resposta gengival ao biofilme dental em pessoas com diabetes (MEALEY; OCAMPO, 2000).

Diabetes mellitus tem se mostrado como uma epidemia mundial, levando a impactos significativos na qualidade de vida e longevidade. Aproximadamente 346 milhões de pessoas no mundo são diabéticas e a Organização Mundial de Saúde (OMS) prevê que esse número subirá para 43 milhões até o ano de 2030 (CHAPPLE; GENCO, 2013). A doença se caracteriza por um grupo heterogêneo de desordens, onde existe uma tolerância alterada de glicose ou um metabolismo debilitado de lipídios e carboidratos. A diabetes se desenvolve ou pela deficiência na produção de insulina ou por danos na sua própria molécula, onde ela se divide em dois tipos: Tipo 1, insulino-dependente, causada pela destruição das células produtoras de insulina do pâncreas e a Tipo 2, causada por defeitos na molécula de insulina ou por alterações nos receptores da mesma (MEALEY et al., 2000). A diabetes é uma síndrome, e é sabido que um quadro crônico de hiperglicemia é capaz de causar danos em diferentes órgãos como coração, olhos, nervos e no sistema vascular (MEALEY; OCAMPO, 2000).

Existem quatro maneiras de se diagnosticar a diabetes, a primeira é o teste A1C (teste da hemoglobina glicada) que mede a glicemia média dos últimos 2 a 3 meses. As vantagens de ser diagnosticado desta maneira é que não é necessário o jejum. A diabetes é diagnosticada nesse teste quando o valor de A1C é maior ou igual a 6,5%. O segundo método é o teste de intolerância oral à glicose, onde verifica-se os níveis de glicose no sangue antes e 2 horas depois da ingestão de uma bebida concentrada de glicose, especialmente produzida para esse teste. Se a concentração de glicose for maior ou igual a 200 mg/dl, diagnostica-se um quadro de diabetes. O terceiro meio de diagnóstico é o jejum de 8 horas sem nenhuma ingestão calórica, caso a taxa de glicose no plasma seja maior ou igual a 126 mg/dl o diagnóstico é positivo para diabetes. E finalmente, o quarto método é um exame de sangue a qualquer momento do dia, quando aliado aos sintomas graves de diabetes. A doença é diagnosticada se a concentração de glicose no sangue for maior ou igual a 200 mg /dl ("Professional Practice Committee for the Standards of Medical Care in Diabetes-2015", 2015).

Segundo Taylor et al. (2013), a resolução da inflamação periodontal por meio do tratamento resulta numa redução de mediadores inflamatórios circulantes, que quando reduzidos afetam a sinalização da insulina, conseguindo ajudar no controle da doença. Além disso, Engebretson e Kocher (2013) relataram que a hemoglobina A1c (HbA1c) reflete os níveis de glicose no sangue, sendo que em diabéticos descompensados os níveis dessa hemoglobina se encontram elevados. Segundo o mesmo estudo, a associação com a DP se encontra no fato de que quadros de inflamação são capazes de afetar as taxas dessa hemoglobina, logo cria-se um link biológico onde o controle da PE seria capaz de reduzir os níveis dessa hemoglobina. Essa redução metabólica representaria uma queda dos níveis de glicose no sangue, ajudando no tratamento da diabetes (MEALEY; OCAMPO, 2000. CHAPPLE; GENCO, 2013, SIMA; GLOGAUER, 2013. BOTERO et al., 2013. SIMPOSON et al., 2010).

Dessa maneira, foi realizada uma revisão crítica da literatura sobre a influência da terapia periodontal no controle glicêmico de diabéticos tipo II.

2 OBJETIVO

Avaliar, através de uma revisão crítica de literatura, o efeito da terapia

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