Análise físico-química e microbiológica da água de bebedouros de escolas da rede pública de Lago da Pedra - MA
Por: Lidieisa • 29/5/2018 • 5.810 Palavras (24 Páginas) • 408 Visualizações
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Keywords: Water. Quality. Physical-Chemical Parameters. Microbiological Parameters.
INTRODUÇÃO
Desde a sua origem na terra, os seres vivos necessitam da água para viver. Esse valioso líquido é essencial para o consumo do ser humano e também para as mais diversas atividades econômicas (MARTINS et al., 2010). A falta de água já foi motivo de vários conflitos internacionais, como os que aconteceram com Turquia e Iraque pelas águas do Eufrates; Síria, Israel e Jordânia pelas águas do rio Jordão e entre o Brasil, Argentina e Paraguai, pelas águas do rio Paraná na geração de energia elétrica. Além da escassez de água potável, a falta de água é agravada pela má distribuição deste recurso, uma vez que, Brasil, Rússia e China possuem cerca de 60% do produto (PHILIPPI e PELICIONI, 2005).
A qualidade e pureza da água se tornou um assunto de grande importância para a saúde pública no final do século XIX e início do século XX (DANTAS et al., 2010). Antes, a qualidade era ligada apenas a aspectos sensoriais, tais como a cor, o gosto e o odor (FREITAS e FREITAS, 2005). Atualmente já se tem conhecimento que a água pode ser perfeitamente límpida, inodora e insípida e mesmo assim apresentar-se imprópria para o consumo humano, ou seja, para tornar-se potável a água deve ser tratada, limpa e sem contaminação (PEREIRA et al., 2009).
As doenças de veiculação hídrica são causadas principalmente por microrganismos nocivos de origem entérica, animal ou humana, transmitidas basicamente pela via fecal-oral. Desta forma, a água destinada ao consumo humano é um dos importantes meios de transmissão de doenças, como diarreias, hepatite, dentre outras, tornando primordial a avaliação de sua qualidade microbiológica (NÓBREGA et al., 2015).
Um dos marcadores biológicos da qualidade da água é um grupo de bactérias aeróbias ou anaeróbias capazes de fermentar a lactose de 24 a 48 horas a temperatura de 35 a 37 ºC, denominadas como “coliformes totais”. Esse grupo de bactérias é composto pela Escherichia, Citrobacter, Klebsiella e Enterobacter. Nem todos esses organismos são nocivos, ou só habitam o trato gastrintestinal, podendo ser encontrados em pastagens, solos, vegetais submersos em outras partes do organismo (LIBÂNIO, 2005).
Além disso, a atividade humana gera resíduos químicos e estes, quando em contato com o ambiente podem proporcionar efeitos indesejáveis aos seres vivos. Os poluentes das águas mais comuns são: os metais (mercúrio), a radioatividade, os poluentes orgânicos refratários como é o caso dos detergentes sintéticos, defensivos agrícolas, petróleo e derivados e os poluentes orgânicos biodegradáveis (PEZENTE, 2009).
Como não é possível encontrar água pura na natureza, a água destinada ao consumo humano, deve passar por um conjunto de medidas afim de que possa ser utilizada pelo homem, sem que lhe represente risco à saúde (PHILIPPI e PELICIONI, 2005).
Os avanços da qualidade de vida da população mundial trouxeram consigo uma maior preocupação com os bens essenciais. A água que outrora era tida como um recurso infindável transformou-se em um bem de preservação fundamental (BELEZA, 2005).
A água é indispensável para os seres vivos inclusive o homem sendo que cerca de 60% do corpo humano é construído desta riqueza natural. A quantidade de água encontrada no planeta é a mesma que existia há 04 milhões de anos. Entretanto, aproximadamente 97% dessa massa é imprópria para consumo humano e os 3% restante de água doce, sendo que este porcentual não está todo disponível, encontrando-se na sua maior parte retida nos glaciares ou em aquíferos profundos (NÓBREGA et al., 2015).
Os problemas referentes ao acesso regular à água potável e segura têm originado alerta e preocupação, principalmente em países em desenvolvimento, que possuem uma rápida expansão urbana, a aglomeração populacional e a ocupação de áreas periurbanas e rurais, com evidentes dificuldades e problemas no abastecimento de água para atender às necessidades básicas diárias. O provimento adequado de água, em quantidade e qualidade, é vital para o desenvolvimento socioeconômico local, com efeitos diretos sobre as condições de saúde e de bem-estar (RAZZOLINI e GÜNTHER, 2008).
No Brasil a água destinada ao consumo humano denomina-se potável e deve preencher requisitos mínimos de acordo com os padrões estabelecidos pela Portaria do Ministério da Saúde, nº 2914 de 2011, que determina os procedimentos e responsabilidades relativas ao controle e a vigilância da qualidade da água para o consumo humano e seu padrão de potabilidade (BRASIL, 2011).
Os pequenos índices de esgotamento sanitário são alarmantes, pois a falta de saneamento representa um risco direto à potabilidade das águas subterrâneas pela infiltração por fossas sépticas e pelo vazamento de redes de esgoto (ZOBY, 2008).
Na natureza a água não se encontra na sua forma pura. Ao precipitar em forma de chuva já trás consigo impurezas do próprio ar. Chegando ao solo, sua alta capacidade de dissolver e carrear substâncias modifica ainda mais sua qualidade:
Entre o material dissolvido encontram-se as mais variadas substâncias como, por exemplo, substâncias calcárias e magnesianas que tornam a água dura; substâncias ferruginosas que dão cor e sabor diferentes à mesma e substâncias resultantes das atividades humanas, tais como produtos industriais, que a tornam imprópria ao consumo. Por sua vez, a água pode carrear substâncias em suspensão, tais como partículas finas dos terrenos por onde passa e que dão turbidez à mesma; pode também carrear organismos, como algas que modificam o seu odor e gosto, além de liberar toxinas, ex. cianobactérias, ou ainda, quando passa sobre terrenos sujeitos à atividade humana, pode levar em suspensão microorganismos patogênicos (BRASIL, p. 41, 2007).
Diante da situação hídrica no Brasil, JULIÃO et al. 2011, afirma que a vigilância dos parâmetros de qualidade da água para o consumo humano deve ser uma ação frequente e efetiva, de caráter preventivo, com o propósito de assegurar o consumo de água de qualidade, diminuindo as chances de transmissão de uma série de doenças à população.
A contaminação dos recursos hídricos naturais representa um dos principais riscos à saúde pública, sendo amplamente conhecida e estudada a estreita ligação entre a qualidade de água e as inúmeras patologias que acometem as populações, de forma especial aquelas não atendidas por serviços de saneamento (LIBÂNIO et al., 2005).
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