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A IMPORTÂNCIA DA FARMÁCIA HOSPITALAR

Por:   •  29/8/2018  •  2.492 Palavras (10 Páginas)  •  344 Visualizações

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O Farmacêutico Hospitalar

O medicamento adquire hoje uma dimensão especial no contexto global da medicina e o farmacêutico hospitalar é o profissional que, habilitado com o grau de especialista, é responsável pela problemática do medicamento a nível hospitalar. Está incluído numa carreira – Técnicos Superiores de Saúde – reservada aos que possuem licenciatura e habilitação profissional adequadas.

Assim, o ingresso na carreira farmacêutica hospitalar implica a posse de um grau como título de habilitação profissional – estágio em farmácia hospitalar e saúde pública, regulamentado, elaborado em serviços acreditados, com a duração de três anos – o qual visa a profissionalização e especialização para o exercício profissional e confere o grau de especialista.

A sua carreira desenvolve-se pelas categorias de assistente, assistente principal, assessor e assessor superior, às quais correspondem funções de diferente natureza e de crescente complexidade e responsabilidade.

Dada à natureza e especificidade das suas funções, constituem um corpo especial da área da saúde.

Assim, o seu perfil profissional orienta-o para o exercício em áreas profissionais específicas, preconizadas a nível mundial como sendo parte integrante do exercício farmacêutico hospitalar: organização e gestão, distribuição e informação, farmacotecnia, controlo de qualidade, farmacovigilância, ensaios clínicos em meio hospitalar, farmacocinética, radiofarmácia, actividades complementares da designada farmácia clínica e cuidados farmacêuticos, sem esquecer o seu importante papel como formadores.

Os serviços onde exercem, são departamentos com autonomia científica, técnica e de gestão dos órgãos de administração hospitalar, perante os quais respondem pelo resultado do seu exercício.

A criação da Especialidade em Farmácia Hospitalar no seio da Ordem dos Farmacêuticos e o consequentemente aparecimento do seu Colégio da Especialidade, dando cumprimento a uma recomendação da União Européia, veio confirmar a importância do farmacêutico nesta área de exercício profissional.

Evolução farmacêutica hospitalar

A evolução na intervenção farmacêutica hospitalar estabelece-se em paralelo com a revolução tecnológica iniciada nos anos 60. Até então, a indústria farmacêutica era praticamente inexistente, e a utilização de medicamentos dependia quase exclusivamente da produção hospitalar.

Contudo, surgem novos conceitos relacionados com os métodos de produção de medicamentos. Aparece a Biofarmácia ou Biogalénica e sabe-se que o processo de fabrico pode influenciar a atividade farmacológica do medicamento.

Os farmacêuticos hospitalares, conscientes das suas responsabilidades, começam a questionar-se sobre a qualidade, eficácia e segurança dos medicamentos preparados em larga escala nos hospitais. Entretanto, constata-se a implantação e desenvolvimento da indústria farmacêutica em Portugal. A produção hospitalar, que não consegue acompanhar este ritmo acelerado, vê as suas instalações e equipamentos tornarem-se obsoletos, e a produção dos seus lotes economicamente inviáveis.

Surgem os novos fármacos, que sendo cada vez mais eficazes, são também mais tóxicos. Começa uma nova era com o virar da página da história da farmácia hospitalar. O farmacêutico hospitalar começa a ser solicitado para prestar informação sobre as implicações que as características específicas destes novos medicamentos podem ter sobre o perfil clínico dos doentes. Surge uma nova forma de estar na profissão, que se designará por Farmácia Clínica. O desenvolvimento deste conceito, iniciado nos Estados Unidos e no Canadá, rapidamente chega à Europa e naturalmente a Portugal. Fica na história da farmácia hospitalar a frase “ao doente certo, o medicamento certo”, que reflete toda uma preocupação crescente com a qualidade e a segurança. O medicamento passa a ser orientado para o doente.

A par da evolução tecnológica, os novos conceitos de gestão e de mercado e, as crescentes agressividades do marketing, obrigam as exigências de adaptação a novas realidades, a que os farmacêuticos hospitalares procuram dar a resposta positiva que deles se espera. Assim, ao farmacêutico hospitalar com responsabilidades de direção e coordenação de serviços, passa a ser exigida uma formação mais diferenciada ao nível da organização e gestão serviços, que lhe permita gerir eficazmente os recursos humanos e econômicos de que dispõe.

Também ao nível da distribuição de medicamentos, tem surgido a necessidade de adaptação a novos conceitos de trabalho. Utilizando as novas tecnologias, reduz-se a possibilidade de erros de medicação, garante-se qualidade, rentabiliza-se os recursos humanos reduzem-se o capital imobilizado, e melhora-se a eficácia. Por confronto com os métodos clássicos de distribuição de medicamentos, vê-se surgir nos hospitais portugueses, a distribuição individual diária em dose unitária associada à prescrição informatizada, permitindo um rápido acesso ao perfil terapêutico do doente, uma mais adequada intervenção farmacêutica, utilizando equipamentos semi ruborizados que preparam a medicação para cada doente.

A Farmácia Hospitalar está relacionada a pelo menos três atividades fundamentais para a qualidade do tratamento de saúde, seja hospitalar ou ambulatorial. O atendimento de dispensação de medicamentos de uso contínuo ou pontual, a administração de medicamentos a pacientes hospitalizados e as assepsias, desinfecção e esterilização do ambiente hospitalar visando evitar as infecções hospitalares, sem falar nas pesquisas.

Em razão do pouco tempo de duração de uma consulta médica, algumas dúvidas são sanadas diretamente nas farmácias, onde os atendentes muitas vezes estão despreparados para estes esclarecimentos.

A falta de informação de quem atende dificulta a adesão ao tratamento e ao serviço, resultando no seu abandono, já que a relação de confiança entre o usuário e o serviço é fundamental no sucesso do tratamento.

Os horários inadequados de funcionamento, não oferecendo alternativa para quem trabalha, dificulta o acesso ao serviço. A desumanização de quem atende também acaba por dificultar a adesão ao tratamento, criando a necessidade da busca ativa ou até mesmo a troca de medicação por outra mais cara em função da resistência ocasionada.

A manutenção atualizada dos arquivos e registros de usuários é de vital

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