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CURSO DE LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO DO CAMPO DISCIPLINA: Agroecologia

Por:   •  6/5/2018  •  1.742 Palavras (7 Páginas)  •  425 Visualizações

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“A Agricultura Biológica é um sistema de produção holística que promove e melhora a saúde do ecossistema agrícola ao fomentar a biodiversidade, os ciclos biológicos e a atividade biológica do solo. Privilegia o uso de boas práticas de gestão da exploração agrícola, em detrimento do recurso a fatores de produção extremos, tendo em conta que os sistemas de produção devem ser adaptados às condições regionais. Isto é conseguido, sempre que possível, através do uso de métodos culturais, biológicos e mecânicos, em detrimento da utilização de materiais sintéticos” (FAO/WHO, 1999)

Em uma das viagens de Albert Howard, na década de 20, em direção a Índia, ele se deparou com alguns modos diferenciados de cultivos utilizado pelos camponeses, sendo elas o uso abusivo de compostagem e adubação orgânica. Em seus estudos via a qualidade e a necessidade da utilização do húmus na terra como adubo orgânico, com a chegada dos equipamentos agrícolas, ele buscava um meio de abordar e conscientizar as pessoas sobre os danosos problemas trazidos pela implantação tecnológica. Howard sabia que com o grande uso de adubos químicos e dos implementos agrícolas, seriam causadores da compactação do solo e destruição da matéria orgânica presentes na terra.

A partir deste ponto, já começaram a observação mais aguçada em relação as plantas e seu ambiente onde estava acoplada, para que assim pudessem aperfeiçoar este processo. Através de seus trabalhos sobre fertilização e microbiologia, Hans Peter Muller que era um político suíço na época, inovou o processo de cultivo com “apresentação” da agricultura biológica. Mas Muller não foi o único que trabalhou nesse processo, Hans Peter Rusch foi um percursor neste processo, ele redefiniu essa técnica de cultivo e espalhou suas ideia. Claude Aubert, que publicou "A Agricultura Biológica" e Francis Chaboussou, que publicou "Plantas doentes pelo uso de agrotóxico: A teoria da trofobiose", são dois personagens importantes neste processo revolucionário para a agricultura e saúde de todos. Em seu livro Aubert destaca a importância de possuir um solo fértil e saudável, para que as plantas cresçam com uma qualidade melhor. Chaboussou trouxe em seu livro a especificação de que plantas saudáveis são mais resistentes a doenças e insetos, além de que a utilização de agrotóxicos causam uma queda no equilíbrio nutricional e metabólico das plantas, tornando-as mais vulneráveis a doenças.

"Na década de 20 surgiram, quase simultaneamente, alguns movimentos contrários à adubação química que valorizavam o uso da matéria orgânica e de outras práticas culturais favoráveis aos processos biológicos. Esses movimentos "rebeldes" podem ser agrupados em quatro grandes vertentes. Na Europa tem se: a agricultura biodinâmica, iniciada por Rudolf Steiner em 1924; a agricultura orgânica, cujos princípios foram fundamentados entre os anos de 1925 e 1930 pelo pesquisador inglês Sir Albert Howard e disseminados, na década de 40, por Jerome Irving Rodale nos E.U.A.; e a agricultura biológica, inspirada nas ideias do suíço Hans Peter Müller e mais tarde difundida, na França por Claude Aubert. A outra vertente, a agricultura natural, surgiu no Japão a partir de 1935 e baseava-se nas ideias de Mokiti Okada." (EHLERS, 1994 – p. 232)

Após o período de guerra, os cidadãos já estavam cansados dos alimentos de péssima qualidade, por causa do uso abusivo de agrotóxicos para ter uma produção em massa com a finalidade de abastecer o comercio, além da qualidade duvidosa dos produtos a degradação do solo estava altíssima, causando sérios problemas ecológicos ao ambiente devido à grande monocultura presente. A autora Raquel Carson que publicou “A primavera silenciosa”, onde engloba os problemas trazidos pelo uso de agrotóxicos, pesticidas e adubos químicos em massa, na agricultura e seus danos trazidos para o meio ambiente.

Com muitas doenças causadas pelos alimentos e a grande proliferação dos insetos, na década de 60 introduziram o programa “Revolução Verde”, onde possuía um objetivo de extinguir a fome no mundo, entretanto em sua base possui uma diferença gigantesca com os processos que Howard, Muller, Rusch, Aubert, Chaboussou, Carson e outros autores e pesquisadores buscavam introduzir a sociedade, “é a Revolução Verde, feita à base de tecnologia, e não do sofrimento do povo”(frase pronunciada por William Gown, na conferência da criação da expressão “Revolução Verde” em 1966), a utilização de sementes modificadas, implementos agrícolas e o uso abusivo de agrotóxicos para “impedir” doenças e insetos, foram a base desse processo onde visava a extinção da fome, entretanto não dando tanta importância aos trabalhos desenvolvidos pelos pesquisadores citados acima.

“Entrando para o conjunto das grandes utopias modernas, como a justiça social, a liberdade ou a democracia e só pode ser entendida como um objetivo, certamente a longuíssimo prazo” (EHLERS, 1994b, p.139).

Considerações finais:

Agricultura convencional, vista como causadora de grandes problemas a saúde e ao meio ambiente, tem se então que após décadas sendo trabalhada, há sistemas estabelecidos que visam ao contrário do convencional, buscando a preservação do meio e da integridade da saúde humana. Manejos, estudos e conscientização são meios de atingirmos um modelo agroecológico que acabariam beneficiando a todos, visto que hoje possui muito a utilização de agrotóxicos em lavouras, visando a produção em massa de alimentos, entretanto tais usos irracionais estão levando ao decaimento ecológico.

Referencias:

CARVALHO COSTA, L. F.; MOREIRA R. J.; BRUNO R. Mundo rural e tempo presente. Mauad Editora Ltda, 1999. p.306-311.

DAROLT, Moacir Roberto. AS PRINCIPAIS CORRENTES DO MOVIMENTO ORGÂNICO E SUAS PARTICULARIDADES. Disponível em: http://www.viaorganica.com.br/correntes.htm> Acesso em 16 de fev. 2016.

ORMOND, J. G. P.; DA PAULA, S. R. L.; FILHO, P. F.; DA ROCHA, L. T. M. Agricultura orgânica: quando o passado é futuro. Disponível em: https://web.bndes.gov.br/bib/jspui/bitstream/1408/2479/1/BS%2015%20Agricultura%20org%C3%A2ncia_P.pdf > Acesso em 17 de fev. 2016.

CERQUEIRA, W.; FRANCISCO. A Revolução Verde. Artigo publicado em Geografia Econômica. Disponível em http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/geografia/a-revolucao-verde.htm > Acesso em 17 de fev. 2016.

Portal do Ambiente e do Cidadão.

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