CONTROLE DE RISCOS DE BIOSSEGURANÇA EM LABORATÓRIOS DE ANÁLISES CLÍNICAS
Por: Juliana2017 • 2/5/2018 • 3.173 Palavras (13 Páginas) • 380 Visualizações
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Com o nível de biossegurança já estabelecido em um laboratório, medidas de prevenção devem ser adotas, afim de evitar riscos aos profissionais e pacientes. O nível de contenção apoia-se em três aspectos: equipamentos de segurança, procedimentos laboratoriais e instalações (VIEIRA, 2008). Dentro de um laboratório, os requisitos físicos que devem ser incorporados podem ser divididos em grupos, referentes assim ao controle de acessos, lay-out, perímetro de contenção, descontaminação e higiene, mobiliário e ergonomia, tratamento de resíduos, equipamentos e utilidades, sistemas de emergência e ventilação (COSTA, 2011).
Sendo que os riscos laboratoriais são os mais variados, eles são classificados em cinco grupo: riscos químicos, físicos, biológicos, ergonômicos e risco de acidentes (BUSNARDO, 2011).
3.3 Riscos químicos
Os riscos químicos são de grande importância em laboratórios de pesquisa, pois existem diversos agentes químicos em que os profissionais estão expostos, sem que muitos deles tenham conhecimento de como cada um age no organismo (MASTROENIC; MULLER, 2004).
Normalmente os riscos químicos estão relacionados com a manipulação de várias substâncias, podendo ser líquidas, gasosas ou sólidas. Podendo atingir o organismo pela via respiratória, na forma de névoas, vapores, poeiras, fumos, gases ou neblinas ou, ainda, pela via cutânea, pelo contato direto com a substância (PEIXOTO; FERREIRA, 2012). Essas substâncias podem ter características explosivas, cáusticas, irritantes, combustíveis, tóxicas, voláteis e corrosivas. Sendo que elas devem ser manipuladas em ambientes adequados, para manter a segurança do operador e do ambiente. Este grupo de risco merece uma atenção maior, já que os produtos químicos podem causar incêndios, explosões e danos à saúde do homem e meio ambiente (SANTOS, 2012).
São vários os agentes que podem gerar riscos químicos a saúde do operador e ao meio ambiente, dentre os riscos destacam-se os contaminantes do ar (fumaças, poeiras), substâncias tóxicas (brometo de etídeo), substâncias explosivas (ácido perclórico e nitroglicerina) substâncias nocivas e irritantes como o ácido nítrico, hidróxido de amônia e acrilamida), substâncias corrosivas (ácidos fosfórico, sulfúrico, entre outros), líquidos voláteis (ácidos nítrico e clorídrico) e substâncias altamente inflamáveis (metanol, acetona, éter, clorofórmio, entre outros). Essas substâncias devem ser manipuladas em locais específicos e o operador deve estar equipado com os equipamentos de proteção individual (EPIs) (TABELA 2) (SILVA, 2012; FONSECA, 2012).
Tabela 2. Substâncias químicas, perigos em seu manuseio e os cuidados exigidos.
Substância
Perigo
Cuidados exigidos
Ácido nítrico/sulfúrico
Pode causar queimaduras e vapores nocivos e corrosivos.
Manipulação deve ser feita em capelas, com uso de jalecos, luvas e óculos de segurança. Respingos na pele, lavar imediatamente com água e sabão.
Fenol
Extremamente tóxico, os vapores podem causar danos ao sistema respiratório, levando-o ao colapso e até mesmo a morte.
Esta substância deve ser removida com água, nunca solvente. Sua manipulação deve ser feita com uso dos EPIs.
Ácido acético
O contato direto com a pele, acometendo cerca de 50%, pode ocasionar a sua destruição.
Manipulação deve ser feita em capelas, com o uso dos EPIs.
Hidróxido de potássio ou sódio
Em contato direto com a pele, pode causar lesões profundas, com os olhos, pode levar a cegueira.
Em caso de ingestão, beber óleo de oliva imediatamente, em contato com a pele lavar o local com água por bastante tempo.
Fonte: BUSNARDO, 2011
3.4 Riscos físicos
Os riscos físicos são caracterizados por algum tipo de energia, que normalmente está relacionado com o ambiente ou equipamentos de um laboratório. Alguns agentes relacionados são: o frio, calor, vibrações, ruído, pressões anormais e radiações (ionizantes e não ionizantes, gama, UV e raio X) (BRANDALIZE, 2013). Dentre os equipamentos que podem ocasionar risco físico encontra-se os bicos de Bunsen, estufas, lâmpadas infravermelho, autoclaves, materiais cortantes, agulhas, entre outros (ARAÚJO, 2009).
Dentre os riscos mais observados na área laboratorial, destacam-se o ruído e temperaturas extremas. O ruído em excesso pode causar insônia, irritação, surdez e nervosismo, que podem causar dificuldades na socialização e na comunicação. A temperatura extrema compreende o calor e frio, que pode causar danos no sistema respiratório e endócrino (BREVIGLIERO, 2011).
Os acidentes ocasionados pelos riscos físicos podem causar explosões, queimaduras e até incêndios. Desta forma, o manuseio dos equipamentos laboratoriais deve seguir as normas de biossegurança, diminuindo assim o risco de acidentes (FONSECA, 2012).
3.5Riscos biológicos
Os agentes biológicos são classificados como bactérias, vírus, parasitas protozoários, fungos e amostras biológicas (sangue, secreções, urina, peças cirúrgicas). Os organismos geneticamente modificados também são considerados risco biológico (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2010; BRANDALIZE, 2013). Este tipo de risco pode resultar em fenômeno ou dano indesejável a saúde animal, ambiental e humana, em decorrência da manipulação de materiais ou agente biológicos infectados (OLIVEIRA, 2011).
O manejo de agentes biológicos requer uma avaliação de risco, onde são definidos o nível de contenção para se manipular as amostras. Os agentes biológicos são classificados em quatro classes distintas, que varia desde sua patogenicidade e as formas de transmissão (ANVISA, 2013). Entre os fatores influenciados podemos citar a virulência (capacidade de um agente biológico causar dano ao hospedeiro), as formas de transmissão, a estabilidade (capacidade de um agente sobreviver fora do hospedeiro), presença de um tratamento eficaz,
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