ACNUR: Agência da ONU para Refugiados Organizações e Regimes Internacionais
Por: eduardamaia17 • 29/4/2018 • 2.353 Palavras (10 Páginas) • 391 Visualizações
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Os esforços da ACNUR para o ano de 2015 se concentraram especialmente na República Centro-Africana e no Sudão do Sul, que são considerados em situação de emergência. Estes países, assim como outros, possuem altos níveis de deslocamento interno devido a conflito, violência e abusos aos direitos humanos. A agência também tem dado atenção aos um milhão de refugiados da Somália, criando um acordo com os governos do país e do Quênia para sua repatriação. Na África Ocidental tem havido progresso no estabelecimento de paz e segurança, além da volta bem sucedida de costa-marfinenses ao seu país de origem, mas a ACNUR continua focada nos esforços e estratégias para resolver a questão dos milhares de cidadãos malianos que continuam deslocados dentro e fora de seu país. Na Nigéria, a existência de grupos insurgentes provocou o deslocamento de mais de 650.000 pessoas e a busca de refúgio por mais de 70.000, colocando o país também sobre o foco das ações da agência da ONU.
Oriente Médio e África do Norte: Essas regiões continuam a enfrentar uma crise migratória complexa e intensa, tanto como origem quanto destino de refugiados. Levando ainda em consideração que muitos destes acabam como vítimas de contrabando e tráfico humano em sua jornada por uma vida longe de conflitos armados, o trabalho da ACNUR na região se tornou de extrema importância em 2015. No quarto ano de conflitos na Síria, há mais de três milhões de sírios refugiados na região, além de mais de 50.000 em outros 90 países. Dentro do país, estima-se que mais de 10 milhões de pessoas precisem de assistência humanitária. Nessas condições, a ACNUR tem atuado auxiliando sírios dentro e fora do país, especialmente com a distribuição dos core relief items (CRIs). No Iraque, quase 2 milhões de pessoas foram deslocadas dentro do país devido à insegurança gerada pelos conflitos armados, levando a ACNUR a lançar uma operação logística massiva para levar os artigos necessários e mitigar os efeitos da intensa migração. Na Líbia a situação se encontra parecida em relação ao alto índice de deslocamento interno, o que levou a ACNUR a criar um plano de contingência junto aos governos da Tunísia e do Egito. Já no Iêmen, os maiores esforços da agência vão para diminuir a insegurança, a falta de água e a extrema pobreza que assola grande parte de sua população.
Ásia-Pacífico: Região que contém 7.7 milhões de pessoas sob preocupação da ACNUR, a Ásia-Pacífico possui na maior parte de seus países a tradição de hospedar refugiados. Entre estes, recebem atenção em especial os afegãos, que estão majoritariamente buscando refúgio no Irã e no Paquistão e necessitam de uma solução sustentável e segura. A situação do Myanmar também continua a preocupar, já que por décadas, os conflitos entre grupos étnicos distintos têm gerado a migração de cidadãos do país para fugir da violência. Cerca de 60% dos refugiados na região Ásia-Pacífico vive fora dos campos, região em que eles poderiam estar menos vulneráveis, já que muitos deles não possuem documentação adequada e correm o risco de ser detidos ou deportados. As consequências são, então, a limitação do acesso a serviços básicos a estes refugiados, como saúde e educação. Em 2010, a ACNUR propôs um Acordo de Cooperação Regional voltado para a solução destes problemas, ajudando os Estados participantes a desenvolver respostas adequadas e apoio para que possam lidar com os fluxos migratórios na região.
Europa: O continente recebeu em 2014 mais de 264.000 pedidos de refúgio, um número 24% maior do que no ano anterior. Dentro destes, a Alemanha, a França, a Suécia, a Itália e o Reino Unido foram os principais países requisitados para receber refugiados sírios, iraquianos e de outras nacionalidades. Em comparação, a Turquia sozinha recebeu mais de meio milhão de pessoas buscando proteção de conflitos. Desde o início da crise Síria em 2011, entretanto, estima-se que país já recebeu mais de um milhão de sírios, além de construir 22 campos para eles. A Rússia recebeu mais 168.000 aplicações de refúgio em meio à crise da Ucrânia. Os altos índices de deslocamento interno do país, que tem 2014 chegaram a 275.000, tornaram necessária a tomada de medidas urgentes. Na região, a ACNUR se preocupa especialmente com o risco que refugiados correm ao atravessar o mediterrâneo, com as barreiras impostas por alguns países para não os receber e com os esforços para encontrar soluções sustentáveis. Além disso, a agência continua aplicando o Programa Regional de Abrigos na Bósnia-Herzegovina, na Croácia, em Montenegro e na Sérvia, países que concentram elevados números de deslocados internos e externos.
América Latina: Em dezembro de 2014, na comemoração dos 30 anos da Declaração de Cartagena para Refugiados (Cartagena+30), países latino-americanos concordaram em um Plano de Ação com duração 10 anos para trabalhar juntos a favor da proteção regional e internacional de refugiados e deslocados, acabando com o problema de apatridia na região. A implementação do plano, levando em consideração as estratégias propostas pela ACNUR, é a prioridade da agência de 2015 em diante. Devido aos grupos armados e transnacionais presentes em países da América Central como El Salvador, Guatemala e Honduras, os pedidos de refúgio vindos desses países têm aumentado a cada ano. Nesse contexto, o movimento de migração que mais preocupa a ACNUR e em prol do qual ela mais trabalha na região é o de crianças desacompanhadas e deslocadas pela violência. Na América do Sul, o governo da Colômbia e as FARC buscam, através de negociações, conseguir acabar com o conflito armado de cinco décadas. O acordo de paz no país, que está previsto para março do ano que vem, terá importantes consequências para a situação humanitária na Colômbia que tanto preocupa a ACNUR. A fronteira Equador-Colômbia continua a ser afetada por conflito, já que cerca de 1.000 colombianos tentam pedir asilo no Equador por mês. Entretanto, esses refugiados não se beneficiam de proteção no país vizinho, situação que tem levado a agência a atuar em prol dos direitos dessas pessoas. Ao mesmo tempo, a ACNUR busca conseguir acordos que facilitem a migração segura de colombianos que queiram viver e trabalhar na Argentina e no Brasil.
Principais atividades
Mulheres: Em muitas sociedades, mulheres e meninas sofrem riscos específicos e é menos provável que tenham acesso aos seus direitos do que os homens. Em situações de deslocamento, esses riscos- particulamente discriminação e violência sexual e baseada no genêro- pode ser agravada. A ACNUR cria programas para aumentar a participação
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