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RESENHA SOBRE A OBRA “ANTÍGONA” DE SÓFOCLES

Por:   •  18/9/2018  •  1.733 Palavras (7 Páginas)  •  475 Visualizações

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Corifeu, o conselheiro do rei, acusou o caráter indomável de Antígona como culpado por sua morte.

Hemón tenta trazer seu pai para a razão percebendo a injustiça que Creonte estava fazendo ao condenar Antígona à morte por ter um ato de piedade. Hemón tentou fazer seu pai ver que estava condenando sua noiva por honrar um morto da sua família e que ela não havia praticado o mal. Ele também tentou fazer seu pai pensar que o Estado não pode pertencer a um homem só e tentou fazer seu pai perceber que levando adiante a decisão de matar Antígona por tal ato, demonstraria consequentemente um ato de tirania e autoritarismo o que mostraria a falta de discernimento do rei frente à justiça.

Creonte também não cedeu aos argumentos do filho e revoltado, Hemón foge de Tebas.

Corifeu, indicou ao rei a agir com prudência e misericórdia quanto a este episódio de Antígona sepultar seu irmão para que não recaísse a ele as consequências irrefutáveis de suas ações.

Tirésias, um profeta cego de Tebas, consultou os oráculos e percebendo os sinais dos deuses veio até Creonte para aconselhá-lo. Disse Tirésias que os deuses estavam furiosos e saciados de sangue por tanta desgraça e que as resoluções de Creonte estavam afrontando os deuses. Que ele não deveria desafiar os deuses e profanar um cadáver e sua teimosia produziria imprudência e este seria castigado pelas leis divinas pagando com sangue dos seus descendentes.

Temeroso pelo castigo dos deuses, Creonte se aconselha com Corifeu, que faz lembrá-lo que Tirésias jamais errou uma profecia e que seria prudente não afrontar os deuses e revogar seu decreto e sua sentença sobre Antígona. Creonte então volta atrás em suas decisões e ele mesmo faz o ritual no cadáver de Poliníce.

Em relação à Antígona, no momento que o rei Creonte tenta desfazer seu erro, a mesma já se encontrava sem vida. Hemón, inconformado com a morte da amada e possuído pela cólera, suicida-se em frente ao pai.

No palácio os servos comentam a tragédia de Hemón e a rainha Eurídice ouve a notícia da morte de seu filho e sai da presença dos servos sem esboçar qualquer reação.

Tomado pela dor da perda do filho, o rei Creonte ainda precisa receber a triste notícia que, ao saber da morte do filho, a rainha Eurídice também se suicida. Creonte pede aos deuses que o leve também, para aplacar tanta dor. Ao fim de tudo, depois de tanta desgraça recaída em sua família, ele admite a culpa pelo mal que causou e o castigo enviado a ele pelos deuses.

Toda a história da obra se desenrola a partir do questionamento: Obedecemos primeiro as leis divinas e éticas ou as leis do Estado (homens)? Essa é uma questão já muito discutida ao longo da história humana.

Na Grécia Antiga, os rituais fúnebres eram funções exclusivamente feitas pelas mulheres. Antígona sentia-se na obrigação de cumprir sua função e não afrontar os deuses gregos.

Antígona infringe a lei de Creonte, mas aceita a sua punição, ou seja, ela está preparada para ser punida por ter afrontado uma ordem do rei. Ela acreditava que cabia ao deus Hades distinguir quem de seus irmãos era merecedor ou não de permanecer na mansão dos mortos. Para os gregos, para que os mortos chegassem até o encontro do deus Hades, haveriam de passar pelo rio dos infernos onde Caronte, um barqueiro, receberia moedas que eram colocadas na boca ou nos olhos do morto como pagamento pela viajem. Se tal rito não se cumprisse, a alma ficaria vagando.

Várias foram as chances que o rei Creonte teve para se redimir e mesmo assim se quer demonstrou compaixão tanto pelo morto ou pela futura nora que seu filho tanto amava. A ele não interessava quem seria punido, apenas que sua lei fosse cumprida à risca.

Torna-se quase que inevitável relacionar o pensamento do rei Creonte nesta obra com a visão de Hans Kelsen. Onde para Kelsen, direito (norma) e a moral não tinham qualquer relação. O rei Creonte não deixou as regras morais influírem em sua lei.

Antígona ao sepultar seu irmão apenas quis ser piedosa com seu ente falecido e agir conforme a moral e os costumes da antiga Grécia, e pelo rei não observar estes costumes, ela obteve como consequência de seu ato, a morte. Ela infringiu uma lei do rei Creonte para agir de acordo com os costumes e dar o mínimo que julgava digno para um morto de sua família. Isso foi apontado como afronta pelo rei que apenas levou em consideração o ato de desrespeito a sua vontade e não reconsiderou sua decisão de não dar um sepultamento digno a uma pessoa morta, independentemente de considerá-la inimigo.

Ao ser interrogada, Antígona permaneceu firme de que sua conduta estava correta e que os deuses concordariam com a sua atitude, pois segundo suas crenças todo homem teria direito de um ritual fúnebre conforme os costumes para que sua alma não ficasse vagando no mundo dos vivos.

O que percebo também é a luta da escola do Jusnaturalismo Teológico, onde as divindades eram tidas como referência do que era justo, com a escola Positivista. O rei Creonte queria impor a sua lei, tendo a sua razão como centro, “doa a quem doer”. Queria que suas leis fossem o mais importante e era uma forma dele se manter no poder.

A justiça deve ser imparcial, ou seja, não tomar partido de ninguém, apenas julgar o que acha justo conforme fatos e provas.

Nesta peça, vimos quando a tirania causa

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