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Resenha Critica da Obra Freudiana Psicologia das Massas e Analise do Eu

Por:   •  15/5/2018  •  1.471 Palavras (6 Páginas)  •  508 Visualizações

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de outras pessoas ou a elas renuncia. (FREUD, 1921, p.14)

Neste contexto, o estado amoroso surge como uma personificação do ego e a supervalorização do objeto atua como um empobrecimento do ego e de suas funções criticas; alem disso, inicia-se a partir de uma extensão do complexo de Édipo, do menino para a menina, ou do complexo de Electra, da menina para o pai.

Freud busca demonstrar como a concepção de ideal do ego permite um primeiro exame da estrutura social de onde se retira que o ideal moral da civilização é constituído com base no narcisismo.

Em sua obra, o psicanalista se fundamenta no pensamento do psicologo francês Gustave Le Bon e expõe sua teoria apresentando trechos onde este expõe sua própria abordagem acerca da mente grupal, que para o francês, refere-se à tendencia de o indivíduo, inserido em um grupo, assumir pensamentos e comportamentos diferentes dos que apresentaria se estivesse isolado. Para Le Bon, portanto, o grupo nos faz apropriarmo-nos de uma mente coletiva que nos leva a sentir, pensar e agir de maneira muito diferente comparando ao comportamento individual.

A partir de tal pensamento, Freud apresenta uma descrição das principais características dos laços sociais, quais sejam: o indivíduo passa a dispor de um poder invencível; todos os sentimentos e atos são adquiridos através do contágio, ou indução—que atua como fenômeno de ordem hipnótica; e o desaparecimento da personalidade consciente com consequente predominância da personalidade inconsciente, sendo que o sujeito desvanece no uso de sua capacidade de distintividade, tornando-se altamente sugestionável—porem onipotente, em face da intensa abnegação, devoção, impulsividade, irritabilidade e mutabilidade do grupo.

Deste modo, a força magnética emanada pelo grupo atua como a hipnose que incorre na perda da personalidade consciente gerando um estado de fascinação. Assim, o grupo corresponde a um ser homogêneo provisório, formado por elementos heterogêneos, os quais, por um momento, se combinam.

Freud também analisa o livro A Mente Grupal, do professor de Psicologia Social, William McDougall. Para o professor, o grupo não possui organização alguma, constituindo-se de uma multidão, onde os seres humanos ali inseridos devem possuir ao menos algo em comum uns com os outros, um interesse comum num objeto, uma inclinação emocional e certo grau de influencia reciproca; coisas as quais constituem os rudimentos de uma organização.

Na obra, Freud ainda discorre sobre dois grupos que, na concepção dele, configuram-se em massas artificiais, quais sejam a igreja e o exercito. Segundo o autor, estes grupos são artificiais pois necessitam de força externa que impeça-os de desagregar-se. Ele explica que, nessas duas agregações, cada indivíduo está ligado por laços libidinais, por um lado, ao líder e, por outro, aos demais membros do grupo. Tal força situa-se, exatamente, na ilusão de que há um cabeça—na Igreja Católica, Cristo; num exercito, o Comandante-Chefe — que ama a todos da mesma maneira e tudo depende dessa ilusão:

Igreja e Exercito são massas artificiais, isto é, uma certa coação externa é empregada para evitar sua dissolução e impedir mudanças na sua estrutura. Normalmente não se pergunta a alguém, ou não lhe é dada a escolha, se deseja ou não ingressar numa massa desse tipo; a tentativa de desligamento é desestimulada ou severamente punida, ou está sujeita a condições bem determinadas. (…) Na igreja (…) prevalece, tal como no Exercito, por mais diferentes que sejam de resto, a mesma simulação (ilusão) de que há um chefe supremo—na Igreja católica, Cristo, num exercito, o general — que ama com o mesmo amor todos os indivíduos da massa. Tudo depende dessa ilusão; se ela fosse abandonada, imediatamente se dissolveriam tanto a Igreja como o Exercito, na medida em que a coerção externa o permitisse. (FREUD, 1921, p .47)

Encontramos a questão paterna envolvida neste pensamento. A identificação superior, abnegação, a devoção, o respeito à autoridade e o temor à figura do líder aparecem tal qual nos complexos de Édipo e de Electra e à cada ameaça de dissolução do grupo identificamos o fenômeno das reações de pânico, que para McDougall corresponde a uma das mais nitidas produções da “group mind”. Neste ponto, Freud inicia seu discurso acerca da teoria da identificação, a qual, explica ele, a psicanalise conhece “como a mais antiga manifestação de uma ligação afetiva a uma outra pessoa” (p. 60)

Freud argumenta que a identificação, muitas vezes, encontra-se em intima relação com aquilo que gostaríamos de ser; como o menino que toma o pai como seu ideal.

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