RAPPORT – O ESTABELECIMENTO DE UMA RELAÇÃO DE CONFIANÇA.
Por: Juliana2017 • 29/4/2018 • 1.850 Palavras (8 Páginas) • 250 Visualizações
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Uma questão essencial é buscar separar as pessoas dos problemas, essa é uma técnica bem valiosa pois visa analisar o problema em si e não a pessoa que o causou, assim preserva-se a relação das partes fora da disputa. Também deve-se deixar claro às partes que o problema só existe por falta de acordo entre ambas e que necessariamente as duas de alguma forma vão ter que ceder para se chegar a uma solução.
Os sentimentos das partes em relação ao problema, podem e devem ser trazidos na resolução da questão, pois assim uma mostra a outra a real importância que dá ao desacordo e assim podem de maneira mais calma tentar chegar a uma solução, e o mediador deve usar esses sentimentos de forma que se chegue a solução satisfatória.
O silêncio também é uma técnica importante a ser usada, por meio de pausas propositais, o mediador vem a estimular as partes a pensarem, reconsiderarem e até a concluírem o que pode ser melhor pro caso. E, muitas vezes, ajuda a harmonizar o clima da conversação, na medida em que um diálogo sem pausas tende a ser mais beligerante, pois as partes não têm um tempo razoável para refletirem sobre o que está sendo dito.
COMPREENSÃO DO CASO
O mediador é a forma que as partes utilizam para trocar informações, por isso, este deve mostrar que compreendeu bem as informações e deve repassar essas informações para as partes para que elas mesmas vejam o conflito de forma mais fácil, objetiva e positiva.
Logo após o exposto pelas partes e compreendido pelo mediador, deve-se ser analisado os interesses e os aspectos controversos quem mais importam para ambas as partes, interesses esses que nem sempre são identificados de forma clara, sendo assim o mediador deve, por meio dos sentimentos expostos, identificar tudo o que for possível.
Outra forma de facilitar o acordo é pegar o problema e desfragmenta-lo em pequenas questões, onde serão resolvidas separadamente, pois dessa forma o entendimento flui melhor e começando a se resolver alguma coisa, logo será direcionado a resolver o problema por inteiro.
Sendo assim, o mediador deve sempre reapresentar o problema trazido de uma forma nova, sobre nova perspectiva, mais clara e objetiva visando assim já a resolução do conflito por um outro ponto de vista.
O TOM DA MEDIAÇÃO
O tom da mediação, também conhecido como ambiente emocional, é essencial a mediação. Sendo assim o mediador tem que ter uma postura exemplo para que as partes possam observar e se inspirar para assim manter a calma necessária.
Todas as formas de linguagem influenciam o comportamento durante todo o processo, então desde o ambiente até a forma de se comportar deve ser pensado para que possa agir de forma positiva para as partes. Além do mais o mediador deve sempre utilizar uma linguagem acessível as partes de forma clara e objetiva pois dessa forma a confiança permanece, deve utilizar também uma linguagem neutra e palavras positivas para assim incentivar a solução da melhor forma.
O ritmo do processo de mediação deve ser mantido de forma que todos falem e escutem, além de pequenos resumos feitos a cada intervalo para ser analisado da melhor forma e assim ser compreendido por todos. A postura do mediador dever ser sempre firme e calma para evitar que nenhuma parte se altera e tente conduzir a conciliação de maneira diversa.
O principal objetivo do mediador e a resolução do conflito em si, mas além disso, ele tem como objetivo a compreensão mutua das partes e o incentivo para que elas resolvam seus conflitos sozinhas de forma consciente, assim, quando a mediação acabar as partes estarão prontas para agir como mediadoras da própria vida de forma autônoma.
NECESSIDADE E DIFICULDADES DAS PARTES
Durante a mediação as partes podem ter diversas dificuldades ou necessidades, sendo que por mais que não seja parte do conflito, as partes devem ser instruídas e auxiliadas de forma que se resolva o que for necessário ou que se encaminhe a uma solução.
Uma dificuldade comum nos processos de mediação é as partes confundirem com os processos judiciais, assim, cabe ao mediador explicar como se desenvolve a mediação deixando claro que as partes não estão sendo induzidas a um resultado e sim construindo juntas uma melhor resolução para a disputa.
Outro ponto importante é a confidencialidade do processo de mediação, as partes estando cientes que tudo que será dito está protegido pela confidencialidade não podendo ser utilizado em seu desfavor, o mediador deve dar essas informações logo no início do processo, deixando claro também que ao final todas as anotações feitas por ele serão descartadas.
O mediador deve sempre deixar de forma bem clara que além da confidencialidade ele é imparcial na decisão. Sabendo o mediador que sua postura em relação a isso é de extrema importância, deve-se sempre analisar se está cumprindo com tais requisitos e demostrando uma aparência de acordo com seus objetivos.
Além do mais o mediador deve estar sempre atento às informações obtidas durante a mediação para filtrar o que importa e o que não importa, e deve se policiar sempre para não fazer julgamento próprio, pois seu papel é de ajudar as partes a acharem a melhor solução possível e não de julgar o que e certo ou errado.
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Considerações Finais.
Ao longo das ferramentas acerca da mediação apresentadas pelo Manual de Mediação Judicial, obra realizada pelo Conselho Nacional de Justiça, é possível entender que o campo da mediação apresenta um potencial imenso de crescimento no Brasil.
Compreendeu-se que além de a cultura pátria ser bastante conflituosa, os meios tradicionais de resolução de conflitos, por parte do Estado, não estão sendo eficientes e eficazes. Neste método, as pessoas normalmente não saem satisfeitas – pois é baseado numa relação ganha-perde – e o Poder Judiciário já não consegue alcançar as demandas que crescem exponencialmente em um país de dimensões continentais como o nosso.
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