Projeto de TCC - publicidade infantil
Por: Jose.Nascimento • 25/1/2018 • 5.931 Palavras (24 Páginas) • 525 Visualizações
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4 – FORMULAÇÃO DO PROBLEMA
Frente à publicidade existem duas correntes de pensamento. A primeira possui o entendimento de que publicidade é informação e que, portanto, teria ela amparo das garantias de livre iniciativa e liberdade de expressão. Já a segunda corrente de pensamento sustenta que há uma diferenciação entre publicidade e informação, onde aquela possui uma função persuasiva e esta seria neutra. Conforme este último entendimento, seria necessário pensar o efeito persuasivo da publicidade sobre as crianças, que seriam consideradas pessoas hipervulneráveis, ou seja, o seu nível de exposição aos riscos deste efeito seriam muito maiores.
Considerando-se as posições acima referidas, faz-se necessário pensar nas seguintes questões: Quando as crianças conseguem diferenciar a publicidade do programa em andamento? As crianças entendem o papel persuasivo da publicidade? A publicidade não seria apenas um fator coadjuvante na formação de consumidores responsáveis? Bani-la não é tirar dos pais a responsabilidade e o direito de educar os filhos?
5 – HIPÓTESE
Os pais possuem responsabilidade natural, irrevogável e irrescindível perante as crianças. No entanto, é preciso considerar que a criança é pessoa hipervulnerável nas relações de consumo, ou seja, ela possui condição de pessoa em formação do ponto de vista psicológico, emocional e social. E, por esta razão, a criança não consegue diferenciar a fantasia da realidade, a programação informativa da publicitária, não compreendendo o caráter persuasivo da publicidade. Sendo assim, entendo que tanto o Estado, a partir de regulamentação e fiscalização da publicidade direcionada ao público infantil, como os pais, através da vigilância e zelo, são responsáveis pelo acesso e influência desse tipo de propaganda no crescimento e desenvolvimento da criança.
6 – JUSTIFICATIVA
Este trabalho tem por essência três justificativas: a primeira se dá em razão da criança não possuir maturidade psicológica, emocional e intelectual suficiente para entender o caráter publicitário das mais variadas publicidades que lhes são direcionadas; a segunda é a tendência do mercado publicitário da atualidade a cada vez mais buscar a criança como destinatário de suas estratégias e, por fim, como terceiro argumento pensa-se na regulação necessária e nas consequências da publicidade voltada a criança.
7 – OBJETIVOS
7.1 – Objetivo Geral
O presente trabalho tem por escopo analisar a publicidade dirigida ao público infantil, seus efeitos e os limites existentes no direito brasileiro para a atuação do mercado publicitário direcionado ao universo infantil.
7.2 – Objetivos Específicos
A) Discorrer sobre conceito de publicidade no âmbito do CDC, bem como sua função, regime jurídico, controle, princípios exclusivos, tipos de publicidade ilícita e etc.
B) Analisar quanto a hipervulnerabilidade da criança: análise psicanalíticaeos reflexos da publicidade no desenvolvimento da criança.
C) Examinar os princípios da absoluta prioridade da criança, da proteção integral à criança e da identificação da publicidade como meio de proteção ao consumidor.
D) Discorrer sobre a regulamentação existente quanto a publicidade dirigida a criança.
E) Estabelecer uma comparação da regulamentação existente no Brasil com outros países.
8 – EMBASAMENTO TEÓRICO
8.1 – A publicidade e o direito
A publicidade comercial é o meio de divulgação de produtos e serviços com a finalidade de incentivar o seu consumo. Portanto, a publicidade é técnica de persuasão com um objetivo econômico bem definido, conforme ensina Lucia Ancona Lopez de Magalhães Dias.[1]
Essa técnica de incentivo ao consumo encontra-se fortemente regulada no Código de Defesa do Consumidor, com o objetivo de evitar que os fornecedores cometam certas abusividades.
Publicidade, propaganda e marketing são coisas distintas, embora muitos tratem das expressões como sinônimas. A propaganda não visa o benefício econômico, tem o escopo de exercer sobre o homem a disseminação de idéias, seja política, religiosa ou cívica. Já o marketing, envolve todas as atividades comerciais relacionadas à circulação de bens e serviços, desde sua produção até o consumo final, ou seja, estuda as tendências do mercado, as preferências do consumidor e a distribuição do produto. Portanto, a publicidade consiste em apenas uma das muitas ferramentas do marketing.[2]
Partindo destas considerações, quaisquer estratégias de marketing direcionadas ao consumidor visando o consumo de bens e serviços, em especial, neste caso, a publicidade, estão sujeitas ao controle de enganosidade e abusividade contidos no Código de Defesa do Consumidor.
8.1.1 – Funções da publicidade
Atualmente, a publicidade deixou de ter uma função meramente informativa, pois, com a adoção de uma linguagem mais atrativa e repleta de apelos lógicos e emocionais, passou a informar o consumidor com o objetivo de estimulá-lo e convencê-lo, por meio da persuasão, a adquirir certos produtos e serviços.
Segundo Maria Elizabete Vilaça Lopes, citada por Lucia Ancona Lopez de Magalhães Dias, a função de publicidade “consiste em ressaltar as qualidades do produto ou serviço, persuadir pessoas a comprá-lo e recordar às pessoas que já o adquiriram que o podem fazer de novo.”[3]
Sendo assim, a publicidade exerce a função principal de fazer o consumidor aceitar o produto ou serviço e para atingir esta meta a linguagem publicitária, persuasiva que é, utiliza a informação. Mas, esta informação não é imparcial, muito pelo contrário, os aspectos do produto, objeto da informação, são manipulados à vista do fim que pretendem alcançar
Portanto, o Direito, com o objetivo de reduzir possíveis abusos decorrentes da técnica de persuasão dos consumidores, reconhece e impõe limites à publicidade, estabelecendo uma ligação entre as informações prestadas e proibindo o uso de artifícios enganosos e abusivos (Código de Defesa do Consumidor).
8.1.2 – O regime jurídico da publicidade
Conforme
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