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O Desenvolvimento do Trabalho na História

Por:   •  20/12/2018  •  3.984 Palavras (16 Páginas)  •  317 Visualizações

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forma com a qual irá seguir desenvolvendo suas atividades, criando seus vínculos e agregando conhecimento.

2.1. O desenvolvimento do trabalho na história

Dos primórdios da Humanidade até aos nossos dias o conceito “trabalho” foi sofrendo alterações, preenchendo páginas da história com novos domínios e novos valores.

Ao realizar uma breve análise sobre o desenvolvimento do trabalho durante a história, primeiramente, depara-se com um grupo de pessoas ligadas por laços de sangue, crenças e conhecimentos em comum, que provem à sua subsistência por um esforço coletivo respeitando uma determinada ordem. O trabalho neste primeiro estágio é o esforço do homem que, para a sua sobrevivência, caçam, pescam e colhem frutos providos da terra.

Com a descoberta da agricultura, surge a experiência do esforço no cultivo da terra, bem como a noção de propriedade. Em determinado pedaço de terra, quem aplicar nela o seu trabalho manual a fim de garantir seu desenvolvimento, logo, os frutos e o domínio do território àquela pessoa pertencem.

A partir desse novo sentimento de posse e a revolução da propriedade, surgem também as guerras. Os povos conquistados nos combates frequentemente permanecem nas terras a fim de manter o seu cultivo e entregar seus excedentes aos novos senhores.

Na antiguidade, já se tem notícias de povos dedicados ao comércio, atividade que se estende durante toda a Idade Média, proporcionando fontes de riqueza que não mais dependem diretamente da propriedade de terras e cultivo. Os mais bem-sucedidos comerciantes empregavam trabalhadores, estabelecendo, assim, uma hierarquia baseada no dinheiro, surgindo, também, a classe burguesa – que ainda no mundo de hoje é a classe dominadora em nossas sociedades capitalistas.

Importante destacar que há uma característica comum, relativamente ao trabalho, que atravessa todos os tipos de sociedades: a subordinação de quem vive do trabalho prestado a outrem, quer seja rei, imperador, senhor feudal, industrial ou entidade patronal.

Um ponto importante na história do desenvolvimento do trabalho se dá na expansão capitalista e no progresso tecnológico, quando acontece a Revolução Industrial. A ideia de subordinação de quem vive do seu trabalho se acentuou e a dependência daqueles que têm como único meio de subsistência os rendimentos do trabalho se efetivou.

Este período é marcado pelos riscos que envolviam o trabalho que “viver para o operário era não morrer” . Alguns elementos marcantes podem ser retidos: a duração do trabalho, que atinge 12, 14 ou mesmo 16 horas por dia; o emprego de crianças na produção industrial; os salários muito baixos; a falta de higiene, promiscuidade, esgotamento físico, acidentes de trabalho, subalimentação, entre outros. Nessa época, é perceptível que a mortalidade cresce em razão inversa ao bem-estar.

Consequentemente, ganham expressão as novas necessidades de proteção, uma vez que com a produção industrial em grande escala, os operários deixaram de ter outra fonte de rendimento que não fosse a sua força de trabalho. Emergiu a necessidade de assegurar normas de proteção àqueles que, por razões de sobrevivência, ficavam coarctados na sua liberdade de escolha, de decisão.

Foi na linha da proteção dos trabalhadores que esteve a origem da Organização Internacional do Trabalho (OIT), criada em 1919, em consequência do Tratado de Versalhes, desenvolvendo intensa atividade normativa daí para cá.

Da mesma forma, o Direito do Trabalho nasce como reação aos acontecimentos da Revolução Industrial, para fixar controles para o sistema econômico e conferir medidas de civilidade. É produto da reação da classe trabalhadora ocorrida no século XIX contra a utilização sem limites do trabalho humano.

Por fim, verifica-se que com a evolução das sociedades, os conceitos também evoluem. O trabalho adquire um novo sentido associado à criação de valores úteis. A idéia moderna de que o homem se faz a si mesmo e se eleva como ser humano justamente através de sua atividade prática, ou seja, com seu trabalho.

3. A Psicopatologia do Trabalho

O trabalho supõe atividade para um fim, pressupondo esforço que, para alguns, será apenas físico e, para outros, intelectual.

As preocupações relativas à saúde mental, ao sofrimento psíquico no trabalho, ao medo da alienação, à crise do sentido do trabalho, não só deixaram de ser analisadas e compreendidas, como também foram frequentemente rejeitadas e desqualificadas . Tal indiferença pelo sofrimento psíquico abriu caminhos para a tolerância social deste sofrimento.

De forma ainda mais gravosa, esse espaço restrito para a discussão sobre o sofrimento psíquico no trabalho e sua banalização, bem como a vergonha de revelar este sentimento por medo de demissão, atualmente, já acarretaram situações dramáticas como tentativas de suicídio - ou suicídios consumados - no próprio local de trabalho.

O trabalhador visa sempre uma satisfação ao iniciar um novo trabalho, procura realizar seus projetos, e pensa neles como uma forma de prazer. Quando isso não acontece, com o passar do tempo, o trabalhador tende a apresentar sintomas de adoecimento psíquico.

Da mesma forma, um sujeito que desempenha uma função apenas por necessidade de trabalhar, sem oportunidade de escolha, não conseguindo identificação com a atividade, ou até mesmo pela alienação ao trabalho, pode acabar adoecendo.

Em muitos casos não é possível alcançar um equilíbrio entre as exigências da organização do trabalho e as necessidades tanto fisiológicas quanto psicológicas do trabalhador. Há os que temem em não satisfazer à altura as disposições da organização do trabalho, tais como: imposições de horário, ritmo, de formação, de aprendizagem, de nível de instrução e de diploma, de experiência, de conhecimento, entre outros. Deste conflito emerge um sofrimento que pode ser mais ou menos elaborado e apresentar repercussões acentuadas sobre a saúde mental.

Para Dejour, o comportamento livre do operário simboliza o prazer, caracteriza a transformação da realidade conforme seus desejos próprios. Porém, o comportamento apresentado por um trabalhador operário-massa, não se enquadra em tal condição de liberdade, o que ocasiona a exclusão do desejo com a anulação do comportamento livre.

Como bem asseverado pelo autor:

“A física gestual e comportamental do "operârio-massa" (18) está para sua personalidade

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