Livro Cidade Antiga
Por: Sara • 2/10/2018 • 699 Palavras (3 Páginas) • 386 Visualizações
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Ofereciam ao fogo tudo o que julgavam agradável para um deus; flores, frutos, incenso, vinho.
Caso o fogo viesse a apagar o deus que ali estava, deixaria de existir. Em certas horas do dia alimentavam-lhe com ervas secas e lenha, assim o fogo agradecia em chamas belas e brilhantes.
Antes das refeições agradeciam-lhe pelo alimento e ofertavam o mesmo para o deus que havia cozinhado aquela refeição, e ao término, agradeciam novamente.
Capítulo IV – A religião doméstica
Há muitos séculos que o gênero humano não admite mais uma doutrina religiosa senão com duas condições: uma, que tenha um único deus; outra, que se dirija a todos os homens, e seja acessível a todos sem afetar sistematicamente nenhuma classe ou raça. Porém a religião dos primeiros tempos não preenchia nenhuma dessas condições. Não oferecia adoração a um único deus, mas ainda seus deuses não aceitava a adoração de todos os homens. Nessa religião primitiva cada deus só podia ser adorado por uma família. A religião era puramente doméstica.
O culto não poderia ser observado por quem não pertencesse aquela família, caso algum estranho participasse desses rituais, estaria de certa forma perturbando os manes. Os funerais também só tinham a presença de seus descendentes, nunca de um estranho.
O morto não aceitava a oferta de banquetes fúnebres senão da mão de parentes e não queria o culto senão dos seus descendentes.
A lei proibia aos estranhos que se aproximassem dos túmulos. O culto dos mortos era verdadeiramente o culto aos antepassados. “O morto que não deixou filhos não recebe sacrifícios, e fica condenado à fome eterna.” Havia de ser filho homem para seguir todos esses ritos e não mulher, as mulheres apenas acompanhavam se houvesse a presença de homens. Essa crença era passada de varão para varão.
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