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Resumo de A Cidade Antiga

Por:   •  3/12/2017  •  9.829 Palavras (40 Páginas)  •  397 Visualizações

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3. O fato da religião do povo antigo não adorar um só deus, e também os deuses não aceitavam a adoração de todos os homens, isso a torna uma religião estritamente doméstica. O culto dos mortos se assemelha com a dos cristãos em relação aos santos. O culto aos mortos somente era aceito se feito por um membro da família, a lei proibia qualquer estranho de se aproximar do túmulo, até mesmo tocar o pé mesmo que por descuido. O culto aos mortos representa realmente o culto aos antepassados, tanto na Grécia como na Índia o filho tinha o dever de fazer o culto a seu pai e seus antepassados, o não cumprimento desse dever acarretaria uma série de mortes e destruindo a felicidade. Mas se feito os sacrifícios, os ritos, se ao alimentos eram levados ao túmulos nos dias determinados, então tínhamos no antepassado um deus protetor.A ligação entre os vivos e os mortos era muito forte, unia gerações de uma mesma família constituindo um corpo eternamente inseparável. Cada família possuía um túmulo onde sepultava o seus mortos, ali celebravam cerimônias, festejavam seus aniversários. Nos tempos mais remotos, o túmulo ficava dentro das casas na parte central não muito próximo a porta, assim toda vez que um membro da família entra-se ou saí-se, deveria fazer –lhes uma invocação. Desta forma os antepassados continuavam fazendo parte da família, tendo sempre o pai como imortal e divino. É difícil compreendermos como o povo antigo pudesse adorar seu pai e seus antepassados, contrário as religiões de hoje. Porém devemos lembrar que os antigos não tinham a idéia da criação, por isso, a adoração que faziam aos seus ancestrais pode representar o mesmo significado do mistério da criação que temos hoje. O fogo sagrado era tão ligado na família, que cada família possuía o seu . As cerimônias não eram públicas, realizadas no interior das casas, cada família tinha o seu próprio ritual e jamais o fogo era colocado para fora nem mesmo próximo à porta de saída. Para essa religião doméstica não existam uniformes ou regras comuns, cada família agia com total independência. Nenhum poder externo tinha o direto de interferir nos cultos, apenas o poder externo podia certificar-se de que o pai cumpria com os deveres, mas não podia ordenar nenhuma mudança nas regras da sua religião doméstica. Deste modo as religiões não se manifestavam nos templos mas sim nas casas, as quais cada uma possuía seus deuses e protegia sua família, isso nasceu naturalmente do espírito humano, tendo sua origem na família. Os ritos e orações passados de pai para filho, caracterizavam que somente op pai tinha poder da reprodução, as mulheres só participavam do culto através de seu marido ou seu pai. A CIDADE ANTIGA LIVRO SEGUNDO A FAMÍLIA CAPÍTULO I A religião foi a norma constitutiva da família antiga A família se reunia todas as manhãs e noites para dirigir suas orações ao fogo sagrado, durante o dia comparecem junto dele para as refeições, cada casa possuía o túmulo dos seus ancestrais, a morte não os separou. Formando então uma família indissolúvel . Em determinado dia, indicado conforme sua religião doméstica, a família se reúne no túmulo para um banquete fúnebre pedindo a seus deuses proteção. A origem da família antiga não está apenas na geração, o fato da irmã não se igualar ao irmão, nem o filho emancipado ou a filha casada deixam de fazer parte da família. Na família antiga não encontramos o afeto natural, para o direto romano isso nada representava. Algo muito mais forte une seus membros, na religião do fogo sagrado e dos antepassados encontramos essa força, a religião não foi a responsável pela criação das famílias, mas lhe deu as regras. Isso torna a família antiga muito diferente do que se ela fosse formada conforme os sentimentos naturais do homem. CAPÍTULO II O Casamento A primeira instituição estabelecida pela religião doméstica foi o casamento. A mulher quando pedida em casamento, isso significava abandonar o lar de seus pais e passar a cultuar os deuses do seu esposo. Para o esposo também era um ato muito sério, pois iria colar uma estranha dentro de seu lar, expondo seus ritos, hinos e deuses que são os maiores bens que o homem pode ter. O casamento era realizado dentro da residência e dividia-se em três etapas: 1o a cerimônia era realizada na casa da mulher, o pai só entregava a filha ao pretendente depois que a desvincule do seu fogo sagrado. 2o A jovem não entrava sozinha na casa do esposo, tinha de ser carregada nos braços. 3oaA jovem era colocada em frente ao fogo sagrado do esposo, e entravam em comunhão com os deuses domésticos.O casamento romano assemelhava-se muito com o grego e como este possuía três atos: traditio, deductio in domum, confarretio.

4. A mulher casada não tem mais direito de cultuar os seus mortos, de agora em diante só poderá cultuar os ancestrais do seu esposo. Não se pode pertencer a duas famílias nem a duas religiões e assim a mulher passa a pertencer completamente a família e religião do marido. Veremos ainda as conseqüências dessa regra no direito de sucessão. O casamento sagrado era tão importante que não se admitia a poligamia, o divórcio era praticamente impossível, somente uma outra cerimônia religiosa poderia desfazer aquilo que ela mesma ligara. CAPÍTULO III Da continuidade da família. Proibição do celibato. Divórcio em caso de esterilidade Desigualdade entre filho e filha Do princípio fundamental do direito doméstico derivou a regra de que todas as famílias deviam perpetuar-se para sempre. De forma idêntica a lei romana permanecia atenta para que não se extinguisse nenhum culto doméstico. Eles temiam que seu culto doméstico se extinguisse , isso levaria o fim de sua religião e os mortos cairiam no esquecimento. O grande interesse da vida humana, consiste em continuar sua descendência e manter vivo sua religião. O celibato era considerado uma crueldade, pois isso colocava em risco a continuidade da família bem como o culto aos seus ancestrais. As crenças diziam que o homem não pertence a si mesmo e sim a uma família, tornando obrigatório que essa seqüência não fosse interrompida com ele. O casamento era obrigatório, e tinha como objetivo principal perpetuar o culto religioso. No caso da mulher ser estéril o divórcio era permitido. A religião dizia que a família não podia se extinguir, em caso em que a esterelidade ser do homem nesse caso um irmão ou parente do marido devia substitui-lo. O casamento da viúva era permitido quando não tivesse tido filhos do marido, com o parente mais próximo do marido, o filho gerado desta união era considerado filho do morto. O nascimento de uma mulher não satisfazia o objeto do casamento, pois a mulher quando fosse se casar teria que renunciar ao culto do seu pai, passando a pertencer a religião

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