Fichamento cidade antiga
Por: SonSolimar • 12/10/2018 • 6.818 Palavras (28 Páginas) • 383 Visualizações
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“Os túmulos eram os templos dessas divindades.”Pag. 30
“Encontramos esse culto dos mortos entre os helenos, latinos, sabinos e etruscos, como o encontramos também entre as árias da Índia. Os hinos do Rig-veda fazem-lhe menção. O livro das leis de Manu fala desse culto como o mais antigo culto professado pelo homem.” Pag. 30
“ Ao deixarem de oferecer a refeição fúnebre aos mortos, estes saíam dos túmulos. [..] O sacrifício, a oferenda de alimentos e a libação faziam-nos voltar ao túmulo e garantiam-lhes o repouso e os atributos divinos. O homem ficava, então, em paz com os mortos.” Pag. 32
“Foi talvez pela visão da morte que o homem pela primeira vez teve a idéia do sobrenatural e quis esperar do lado de lá o que via aqui. A morte foi o primeiro mistério: ela colocou o homem no caminho dos outros mistérios.” Pag.33
Cap. 03 – O fogo sagrado.
“A casa do grego ou do romano tinha um altar. Neste, devia haver sempre um pouco de cinza e carvões acesos. Era obrigação sagrada do dono de cada casa conservar aceso o fogo, dia e noite. [...] O fogo só deixava de brilhar sobre o altar quando toda família houvesse morrido; ‘ o fogo extinto, família extinta’, eram expressões sinônimas entre os antigos” Pag. 34
“Não lhes era permitido alimentar o fogo com qualquer espécie de madeira. A religião distinguia entre as árvores as espécies que podiam ser empregadas com este fim e as cujo uso era impiedade.” Pag. 34
“Esse fogo era qualquer coisa de divino. Adoravam-no, prestavam-lhe verdadeiro culto. Davam-lhe, como oferenda, tudo quanto julgavam pudesse agradar a um deus: flores, frutas, incenso e vinho. [...] Assim, via-se no fogo o deus benfazeno conservador da vida do homem, o deus rico, alimentando-o com os seus dons, o deus forte, protetor da casa e da família” Pag. 35
“No infortúnio, o homem lastimava-se da miséria junto do fogo, dirigindo-lhe censuras; na felicidade, cumulava- de graças [...] Esse homem nunca saía de casa sem dirigir antes uma prece ao lar; ao regressar, antes de saudar a mulher e de beijar os filhos, devia inclinar-se perante o fogo e invocá-lo.” Pag. 36
“O fogo do lar era, assim a providência da família. Seu culto era bem simples. [...] Em certos momentos do dia, colocavam-se sobre o lar ervas secas e madeira; e, então, o deus manifestava-se em forma de chama brilhante. Ofereciam-lhe sacrifícios; o objetivo de todos esses sacrifícios consistia em alimentar e reanimar o fogo sagrado, em nutrir e desenvolver o corpo do deus.” Pag. 36
“A refeição era o ato religioso por excelência. O deus o presidia. Era o deus que havia cozinhado o pão e preparado alimentos e, por isso, lhe era devida uma oração no começo e outra no fim da refeição. [...] Velhas crenças, que, com o correr dos anos, desapareceram dos espíritos, mas deixaram, por ainda muito tempo, vestígios sobre os povos, com usos, ritos e formas de linguagem, que o próprio incrédulo não podia esquecer.” Pag. 37
“O culto do fogo sagrado não era peculiar apenas às populações da Grécia e da Itália. Encontramo-lo igualmente no Oriente.”. Pag. 37
“A religião do fogo sagrado data, pois, de época remota e obscura, quando ainda não existiam gregos, nem itálicos, nem hindus, havendo apenas os árias. Quando as tribos se separaram umas das outras, levaram consigo esse culto comum, umas até as margens do Ganges, levando –o, outras, para as costas do Mediterrâneo.” Pag. 39
“Os símbolos dessa religião modificaram-se segundo as idades [...] O altar do fogo sagrado foi personificado, chamou-se lhe estia. [...] Imaginou-se essa divindade sob a forma de uma mulher, porque a palavra que designava altar era do gênero feminino.” Pag. 40
“Mais tarde, quando esse culto é relegado para segundo plano por Brama ou por Zeus, o fogo do lar fica apenas naquilo que de divino tem de mais acessível.” Pag. 41
“Mais tarde ainda, quando desse mito do fogo sagrado se criou a grande Vesta, surge a deusa Vesta como deusa virgem; não representa nem fecundidade, nem poder. [...] Ela foi a ordem moral.” Pag. 42
“O principio desse culto está fora da natureza física, encontrando-se no misterioso microcosmo que é o homem, o que nos leva outra vez ao culto dos mortos.” Pag. 42
“Essa religião nem sempre se mostrou igualmente poderosa sobre a alma; pouco a pouco se enfraqueceu, mas nunca desapareceu.” Pag. 43
Cap. 04 – A religião doméstica.
“Há muitos e muitos séculos o gênero humano admite só uma doutrina religiosa, sob duas condições: uma, que ela anuncia um deus único; outra, que ela se dirige a todos os homens e é acessível a todos, sem repelir sistematicamente nenhuma classe ou raça. No entanto, a religião dos primeiros tempos não preenchia nenhuma dessas duas condições. [...] Os deuses se apresentavam com deuses do gênero humano. [...] Nessa religião primitiva, cada um dos seus deuses só podia ser adorado por uma família. A religião era puramente doméstica.” Pag. 45
“A presença de um homem estranho à família logo perturbava o repouso dos manes. A lei proibia também que estranhos se aproximassem do túmulo. Tocar com pé, mesmo por descuido, uma sepultura era ato ímpio, que obrigava na só à reconciliação com o morto, como também a purificação do infrator.” Pag. 46
“O culto dos mortos era verdadeiramente o culto aos antepassados.” Pag. 46
“Seguia-se daí que, na Grécia e em Roma, como na Índia, o filho tinha o dever de fazer libações e sacrifícios aos manes do pai e aos manes de toso os avós.” Pag. 46
“Havia troca perpétua de bons serviços entre vivos e mortos de cada família. [...] O vivo não podia passar sem morto, nem o morto sem ele.” Pag. 47
“Cada família tinha um túmulo, aonde os mortos vinham repousar juntos, um após o outro. [...] Em tempos muito antigos, o túmulo estava na propriedade dessa mesma família, no meio da habitação, não longe da porta.” Pag. 47
“O fogo sagrado, que era tão intimamente associado ao culto dos mortos, tinha também, como caráter essencial, pertencer a cada família.” Pag. 48
“Toda essa religião se limitava ao interior de cada casa. O culto não era público. Todas as cerimônias, ao contrário, se desenrolavam somente no seio da família.” Pag. 48
“Para essa religião doméstica
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