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Fichamento- A cidade antiga

Por:   •  17/9/2018  •  3.258 Palavras (14 Páginas)  •  329 Visualizações

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- O fogo sagrado

Em toda casa deveria haver um altar com chamas acesas, e era dever do chefe da casa nunca deixar este fogo apagar pois, se este fogo apagasse deixaria de existir o deus familiar, portanto, a família deveria venerar o fogo, prestar-lhe sacrifícios, alimentá-lo com madeiras de arvores específicas. Alimentavam o fogo com óleos e gorduras das vítimas, assim, o deus se erguia satisfeito e ouvia as preces feitas.

- A religião doméstica

Cada família possuía a sua religião, sua tradição e forma de cultuar o seu próprio deus, que no caso eram seus entes falecidos. Era explicitamente necessário que o deus fosse adorado apenas pela sua própria família, pois acreditava-se que ele só aceitasse alimentos oferecidos por pessoas com o mesmo sangue que o seu. Tão grave seria se um estranho presenciasse o culto que a lei proibia e exigia reconciliação com o falecido caso isto ocorresse.

A religião era tão domestica que o deus seria hostil aos que se aproximassem dele sem serem da família. O vivo conseguia forças com o seu antepassado, a ele pedia ajuda em suas preces. O fogo seria a segurança da família, totalmente associado ao culto dos mortos.

Somente o pai poderia presidir os ritos pois somente ele conhecia as fórmulas da tradição familiar, ele obteve conhecimento pelo seu pai e deve passar ao seu primogênito, o culto era sucedido de varão para varão, mulheres não tinham direito de comandar os cultos, apenas presenciar.

Livro segundo: A família

- A religião como principal elemento constitutivo da família antiga

A religião unia todas as gerações das famílias nos cultos. De acordo com Fustel, a família consistia em um grupo de pessoas que a religião permitia adorar os mesmos deus e alimentar o mesmo fogo.

Os túmulos residiam muito próximos aos lares, portanto para eles, a religião também tornava a família indissolúvel, pois não foi separada depois da morte já que os entes falecidos continuam presentes.

- O casamento

O casamento para a mulher significava desligamento da família de seu pai, pois além de deixar a casa da família ela também deixava a religião, não poderia mais presenciar o culto dos mesmos deuses. Agora ela pertencia à família de seu marido, portanto assistia aos cultos da família dele. Para eles, isto justifica a tradição ser passada apenas de varão para varão, já que a mulher não assumiria eternamente a religião do lar em que nasceu. Desta forma, quando filha assistia os ritos realizados pelo pai e quando casada assistia aos do marido. Mesmo que seu pai a ame, ela seria totalmente excluída de sua religião. Tal ato, o casamento religioso, era dificilmente dissolvido.

- Da continuidade da família. Celibato proibido. Divórcio em caso de esterilidade. Desigualdade entre filho e a filha

Para os antigos o que mais lhe interessavam era continuar a descendência, ou seja, garantir que um filho estará vivo após a sua morte para que o adore e cultue seus entes já falecidos, pois acreditavam que “família desaparecida é culto morto” segundo o autor.

Assim, compreende-se o motivo do celibato ser uma grave impiedade, pois estaria colocando um fim em sua família, já que ele mesmo não seria cultuado. Tão grave o celibato que em Roma configurava-se como obrigatório o casamento dos jovens e proibia o celibato, e por mais que não fosse proibido por lei não seria aceito nos costumes.

Já as questões de divórcio, como o casamento era entendido como um contrato para garantir a continuação da família era compreendido divorcio em casos de esterilidade feminina, já na esterilidade masculina, a esposa deveria dar continuidade na família pelo irmão do esposo, pois continuaria a família da mesma forma. Em outros casos em que o homem casado falecia antes de gerar filhos com a sua esposa, ela deveria casar-se com um parente próximo do marido e se gerasse filhos, seriam considerados filhos do defunto e responsáveis pelo seu culto.

A desigualdade entre os sexos estava presente desde o nascimento, visto que o nascimento de uma filha não satisfazia a família pois ela não poderia dar continuidade ao culto familiar, já que futuramente se tornaria parte da família e culto de seu marido. Por outro lado, o filho homem poderia dar continuidade já que a tradição era de varão para varão.

- Da doação e da emancipação

Estes dois termos se conciliavam já que a doação era feita entre famílias, para um filho dar entrada em uma família deveria ser emancipado da sua família inicial, pois ele não pode nem pertencer a duas famílias e nem cultuar a dois deuses. Portanto, o filho renuncia ao culto de sua família e é apresentado ao culto da outra família, e nunca mais poderia voltar a sua família antiga. A adoção só era permitida em casos que não houvessem outros filhos, para dar continuidade á família.

- Do parentesco. Do que os romanos entendiam por “agnação”

Parente era considerado quem cultuava os mesmos deuses domésticos, porém existiam os agnados, aqueles que possuíam o mesmo pater, sendo então a linhagem masculina, existiam também os cognatos, que adoravam os mesmos deuses sem necessariamente possuírem o mesmo pater.

- O direito de propriedade

Na antiguidade, o individuo não possuía direito a propriedade mas sim aos frutos que conseguiam de seu trabalho na terra. Porém, a religião conservava a propriedade da família, no caso o seu lar que residia de seus antepassados, os deuses eram propriedade da família. Os lares de cada família deveriam estar totalmente separados, cada deus merecia sua morada fixa.

Portanto, pode-se constatar que a religião é responsável por não permitir a vida em comunidade, já que separava totalmente as famílias.

Em questão dos mortos, era depositados em um local que apenas os familiares poderiam residir, em outro lado também os mortos eram fixados na terra, portanto tornara-se propriedade.

A propriedade era totalmente ligada à religião, então se uma família quisesse mudar se de localidade deveria abdicar-se de sua religião.

- O direito de sucessão

O herdeiro da família, sendo sempre um homem, não teria possibilidade de herdar a propriedade

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