Descartes - Discurso do Método
Por: Sara • 20/11/2018 • 1.149 Palavras (5 Páginas) • 365 Visualizações
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Em seguida o autor então compara o homem com os animais através de exemplos. O primeiro é que, não importa o quão estúpido ou demente seja o homem, ele ainda conseguirá organizar seus pensamentos e exprimi-los através da linguagem, algo que nem o mais perfeito exemplar de qualquer outra espécie consegue fazer. O segundo é que, mesmo que papagaios e pegas consigam falar, estes não exprimem seus pensamentos, tornando-se apenas imitadores, diferentes de nós.
Então, ele afirma que os animais não detêm de menos razão do que nós, mas que eles detêm de nenhuma razão. A teoria de que os animais se comunicam entre si através de sua própria “língua”, a qual não entendemos, é repudiada por Descartes, pois este acredita que se eles tivessem esses órgãos, eles poderiam se fazer entender por nós homens. As palavras não são iguais às paixões, pois estas, podem ser reproduzidas por animais e por máquinas. E se caso um animal superasse o homem em alguma atividade, mas não superasse em todas as outras, isso significa que este animal o faz pela disposição de seus órgãos, algo que é comparado com a medição de tempo por relógios. Afinal, estas máquinas medem o tempo com muito mais exatidão que nós, porém o fazem por causa de suas peças, não podendo nos superar em nenhuma outra atividade; idem com os animais. Sendo assim, Descartes descarta totalmente a hipótese que nossa alma seja da mesma natureza que a dos animais.
Por último, ele ainda afirma que o estudo da alma lhe proporcionou a conclusão de que a alma não dirige nosso corpo como um navegante o faz com um navio. Na verdade, a alma precisa estar diretamente ligada ao nosso corpo, de modo que ela sinta o mesmo apetite, e o mesmo desejo dele. Nossa alma, para ele, está além de nosso corpo e não está destinada a morrer com ele (o que afasta a possibilidade de não haver nada além desta vida), dito que ele já rebateu os argumentos contra Deus e contra a alma. O que leva Descartes à conclusão de que nossa alma é imortal.
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