As etapas do pensamento sociológico
Por: kamys17 • 21/10/2018 • 5.246 Palavras (21 Páginas) • 337 Visualizações
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intelectual de Montesquieu para ser elaborada. Nela ele emprega o seu método de pesquisa sociológico, que consiste em encontrar uma explicação lógica para os eventos históricos aparentemente acidentais. Para ele por traz destes acontecimentos há uma causa profunda que explica a externa irracionalidade do ocorrido. Ele também tenta reduzir há um determinado número de tipos a variedade de hábitos, costumes e crenças sociais.
Para Aron, Charles- Louis de Secondát, o Barão de Montesquieu, é em muitos pontos mais modernos que seu sucessores e seu método de pesquisa e relevância temática o fazem ser o pai da Sociologia Política.
1.2.2. Auguste Comte
Auguste Comte, ao contrário do Barão de Montesquieu não vê com sendo boa a diversidade de variedade de crenças, costumes, hábitos, Comte prefere dar importância unidade social e humana que a seu ver deverão num dado momento histórico superar a diversidade social.
Todo o pensamento de Auguste Comte pode ser dividido em três grandes etapas. A primeira delas vai de 1820 a 1826. É quando ele constrói a teoria da passagem de uma sociedade teológica e militar para uma sociedade científica e industrial no final da Idade Média. Durante este período houve um enorme passo para a substituição de Deus pelo homem no centro de suas próprias preocupações. Assim, os sacerdotes foram perdendo a sua importância para os cientistas. Os militares ao seu turno, perderam espaço para os banqueiros, comerciantes, e empreendedores.
Ocorreu também uma modificação entre os polos da guerra. Na sociedade teológica e militar a guerra acontecia entre os homens. Na sociedade científica e industrial a guerra é entre o homem e a natureza, tendo o homem a finalidade de dominá-la para explorar racionalmente os seus recursos. O objetivo da reforma social é a reforma intelectual.
Na segunda etapa do pensamento de Comte vai de 1830 a 1842. Nesta fase, ele faz uma revista pelas ciências e apesar de não renovar os temas da fase anterior, ele aprofunda e executa o programa cujas linhas gerais traçara nas obras da juventude.
Ao passar em revistas as ciências, ele formula a teoria da lei dos três estados e a classificação das ciências.
Para Comte o espírito humano tem passado por três fases sucessivas. Na primeira fase, os fenômenos são explicados por forças comparáveis ao próprio homem, por exemplo, seres místicos. Na segunda fase, o espírito humano explica os fenômenos invocando entidades abstratas, como a natureza. E na terceira e última fase, o homem limita-se a observar os fenômenos e descobrir as leis que os regem, sem se importar com a causa profunda que os provocam. Denomina essas fases de teológica, metafísica e positiva, respectivamente.
Em seguida, prossegue Comte com a classificação das ciências. Para ele, a maneira de pensar positiva se impôs primeiro em algumas ciências, como a matemática, física e biologia e deve necessariamente abranger outras ciências, entre elas a sua Ciência da Humanidade, ou seja, a sociologia. Ele propõe que as ciências sociais tenham a mesma objetividade, neutralidade que as ciências que tradicionalmente possuiriam estas características, como a Matemática e a Física. O cientista, abrangendo-se aí o cientista social não deveria se pretende fazer ciência legítima misturar juízos de valor a sua pesquisa, afastar-se do objeto para assim compreendê-lo com precisão.
A terceira etapa do pensamento de Comte vai de 1851 a 1854. Nesta etapa a unidade da história em sua relação com a natureza humana e social. Segundo Comte, a natureza humana se encontra no quadro cerebral, onde estão alojadas as características que lhe são inerentes. Esse quadro define um padrão para a natureza humana.
Mais adiante, são tecidos comentários acerca da teoria da sociedade industrial em Comte. De início, Raymond Aron assegura que as ideias do positivista sobre este tema não são nada originais, contudo, a escolha das teorias que absorveu é coerente com o resto de sua obra.
A teoria da sociedade industrial de Comte é dirigida com uma crítica aos economistas liberais. Ele os entende como metafísicos por se esforçarem por determinar o funcionamento do sistema em abstrato e se interrogarem sobre o valor. Também critica o seu equívoco de separar os fenômenos econômicos dos fenômenos sociais.
No que se refere a sua teoria da religião, Comte diz que estas remetem as fases mais primitivas da humanidade, quando o homem desprovido de outros meios buscou a explicação para os fenômenos naturais em conceitos abstratos e imprecisos, como a existência de Deus ou Deus, seres mitológicos, etc. Para ele quando a humanidade atingisse o estado positivo, estaria expurgada toda a sorte de crenças. A verdadeira religião seria a religião da humanidade, a ciência e os deuses a serem cultuados seriam os grandes intelectuais que contribuíram para o progresso da ciência, dentre estes os próprios sociólogos.
1.2.3. Karl Marx
Segundo Aron, é muito difícil entender o pensamento de Karl Marx separando o seu pensamento próprio do pensamento de outros sociólogos que denominaram-se marxistas. Mas, é possível fazer uma análise da sua obra a ponto de extrair o seus pensamentos principais.
A obra de Marx pode ser dividida em duas grandes partes. A primeira parte é composta pelos seus pensamentos da juventude, indo de 1841 a 1848. São desta fase obras como A Sagrada Família, Introdução à Crítica da Filosofia do Direito de Hegel e se encerra com A Miséria da Filosofia e sobretudo com o Manifesto Comunista. Durante esse período Marx faz considerações filosóficas sobre a filosofia hegeliana e dá os primeiros sinais do aspecto mais característico da sua obra, a crítica das contradições do regime capitalista e a sua evolução.
A partir de O Manifesto Comunista e em certa medida de A Ideologia Alemã, são rompidos os laços com os escritos da juventude e a partir daí Marx se torna mais economista e sociólogo que filósofo. Da segunda fase de seu pensamento a obra mais notável é O Capital, onde busca analisar o desenvolvimento do capitalismo até o estado atual. Nesta busca, surgem algumas ideias fundamentais:
Primeiramente, Marx descobre que a história é movida pelos conflitos entre as classes sociais. Porém, contraditoriamente Aron recorda que a definição de classes sociais não é preciso obra marxista.
Em segundo lugar, para Marx, a luta de classes se resume a apenas duas classes, o proletariado e a burguesia ou historicamente a classes equivalentes. Não significa que não exista uma classe intermediária, como os pequenos comerciantes e artesãos. Acontece que
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