Essays.club - TCC, Modelos de monografias, Trabalhos de universidades, Ensaios, Bibliografias
Pesquisar

A banalização do dano moral

Por:   •  28/11/2017  •  12.335 Palavras (50 Páginas)  •  578 Visualizações

Página 1 de 50

...

4.1 A Banalização do Dano Moral

CONCLUSÃO

REFERÊNCIAS

ANEXOS

---------------------------------------------------------------

---------------------------------------------------------------

INTRODUÇÃO

O tema a ser pesquisado consistirá em uma análise da banalização do dano moral no direito do consumidor.

No Brasil, após as diversas transformações oriundas da Revolução Industrial e da Segunda Guerra Mundial, ocorreram expressivas mudanças na forma de produção e circulação de riqueza, afetando o modo de comercialização dos produtos e serviços. Marco este que se tornou o precursor da criação de uma lei que garantisse de forma plena, as obrigações de fornecedores de serviços e a garantia dos seus usuários. Conforme preceitua o artigo 5º da Constituição Federal.

Desta forma, o trabalho foi desenvolvido em quatro capítulos. Primeiramente, aborda-se de forma ampla a responsabilidade civil como forma de organizar o ordenamento jurídico, destacando que o homem em si busca preservar e zelar pelo que é seu, pode agir pela emoção e ser acometido pelo ato ilícito, quando será obrigado a reparar o dano.

No mais será tratado o embate entre as vertentes subjetivas e objetivas, onde se fala da exigência de culpa e a outra a caracterização de reparar o dano com suas definições respectivas.

Com o intuito de esclarecer a ênfase dada ao PROCON/AL neste trabalho, o segundo capítulo trará um breve relato sobre os principais órgãos que atua no Sistema Nacional de Defesa do Consumidor – SNDC.

Adiante, far-se-á uma correlação das normas principiológicas do código de defesa do consumidor e da proteção da parte mais vulnerável na relação de consumo.

Posteriormente, é discutida a importância da fixação de valores razoáveis para servirem de parâmetro nas indenizações impostas àqueles que violam as normas legais.

Assim, esse trabalho propõe demonstrar que a ausência de um parâmetro para valorar o dano extrapatrimonial pode banalizar esse instituto, que por sua vez cresce de forma exorbitante e vem sobrecarregando os Juizados Especiais de todo o Brasil.

---------------------------------------------------------------

1 A RESPONSABILIDADE CIVIL

1.1 Conceito

A razão principal de ser da ordem jurídica é, como afirma San Tiago Dantas (apud CAVALIERI, 2003, p.25), “[...] proteger o lícito e reprimir o ilícito”.

Para manutenção da ordem, o ordenamento jurídico nos impõe condutas positivas (dar ou fazer), negativas (não-fazer) ou neutras (tolerar), que chamamos de deveres jurídicos.

Segundo os ensinamentos de Cavalieri Filho (2004):

[...] a conduta externa de uma pessoa imposta pelo Direito positivo por exigência da convivência social, não se tratando de simples conselho, advertência ou recomendação, mas de uma ordem ou comando dirigido à inteligência e à vontade dos indivíduos, de sorte que impor deveres jurídicos importa criar obrigações. (CAVALIERI FILHO, 2004, p.186).

Quando violado, o dever jurídico configura ilícito, gerando, quase sempre, um novo dever, qual seja: o de outrem reparar o dano eventualmente causado.

Em outras palavras, existe um dever jurídico originário, que quando violado, gera para aquele que violou um dever jurídico sucessivo, que é o de indenizar o prejuízo.

E, através dessas proposituras, entra-se no tema da responsabilidade civil, que nada mais é do que o dever jurídico sucessivo, ou seja, como dito acima, a obrigação de indenizar o dano causado a outra pessoa.

Toda conduta humana que viole dever jurídico originário faz surgir um dever jurídico sucessivo, ou seja, surgirá responsabilização civil. Sempre existirá responsabilidade (dever jurídico sucessivo) quando houver a violação de uma obrigação (dever jurídico originário), daí a feliz imagem de Larenz (apud CAVALIERI, 2008, p. 2) ao dizer que “[...] a responsabilidade é a sombra da obrigação”.

Para existir responsabilidade deve haver a prática de ato ilícito. Assim, Entendimentos jurisprudenciais caracterizam tal ato como sendo aquele praticado em desacordo com a ordem jurídica, violando direito subjetivo individual, causando dano patrimonial ou moral a outrem e, por via de consequência, gerando dever de repará-lo. Surge, então, a tão cobiçada indenização.

Uma grande evolução da responsabilidade civil ocorreu com o aparecimento das fábricas, máquinas, carros e outras inovações tecnológicas, as quais facilitaram em larga escala a vida na sociedade, com que também fez incrementar o número de acidentes por eles produzidos.

Foi no campo trabalhista que primeiro se verificou o problema supra, pois com as máquinas, o número de acidentes de trabalho teve aumento considerável, principalmente pelo fato de que as máquinas expunham os trabalhadores a altos riscos. Diante disso, e da dificuldade de provar a culpa do patrão, foi que se percebeu a necessidade de revisão no instituto da responsabilidade civil, até então, exclusivamente subjetiva.

Lentamente, então, a responsabilidade objetiva, sem necessidade de se provar culpa (negligência, imprudência ou imperícia) passou a ser admitida. Para haver indenização, diante desse tipo de responsabilidade, apenas é necessário provar o dano e o nexo causal, ou seja, a relação de causa e efeito entre conduta e resultado lesivo.

A responsabilidade objetiva é também conhecida como a responsabilidade do risco, uma vez que a Teoria do Risco foi o motivo principal que fez com que o legislador tivesse acatado definitivamente a responsabilidade do fabricante, produtor, construtor, prestador de serviços, dentre outros.

Tal responsabilização é vista de forma clara no Código de Defesa do Consumidor, Lei nº 8.078/90 que estabelece em seu art.12:

Art. 12. O fabricante, o produtor, o construtor, nacional ou estrangeiro, e o importador respondem, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos decorrentes de projeto, fabricação, construção, montagem, fórmulas, manipulação, apresentação ou

...

Baixar como  txt (84.2 Kb)   pdf (372.2 Kb)   docx (60.3 Kb)  
Continuar por mais 49 páginas »
Disponível apenas no Essays.club