A ORIGEM DA DESIGUALDADE SOCIAL

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Foi quando um primeiro homem que teve a ideia de pegar um pedaço de terra e dizer que é seu foi que surgiu o início da verdadeira sociedade civil de acordo com Rousseau. Ele ainda afirma que se houvesse uma pessoa sequer para contestar estas ações, não haveria muitos males dentro da sociedade como guerras, assassinatos ou misérias.

Com o avanço no modo de pensar do homem dentro da sociedade foram surgindo algumas necessidades para preservar sua sobrevivência onde o primórdio seria a preservação de sua existência e conservação, logo o homem precisou adaptar-se a essas necessidades e sentindo algumas dificuldades, se viu obrigado a vencê-las de um modo que teve que aprender a se tornar melhor em todos os campos da vida, superando obstáculos como altura das árvores para colher alimentos, a velocidade de alguns animais para caça e força para combatê-los quando preciso.

Para Rousseau as estações influenciavam o homem na maneira de viver. Com os invernos rigorosos onde havia muita escassez de comida e verões muito longos, momento que há maior consumismo, o homem teve que se antecipar as esses fenômenos criando uma nova indústria, ao qual fez dos galhos das árvores arcos e flechas e inventou a linha e o anzol para pesca. Em lugares frios começou a usar a pele de animais que matavam para se alimentar e num acaso de um trovão ou pura sorte descobriu o fogo e pouco tempo depois descobriu também como controlá-lo e passou a comer as carnes cozidas que antes comiam cruas. Neste momento Rousseau destaca que todos esses acontecimentos levaram o homem a enfim uma reflexão sobre sua superioridade com todos os animais e usou isso para construir armadilhas e aumentar seu poder. Com isso o fez se encher de orgulho e antes mesmo de conhecer a si próprio se preparava para confrontar os mesmos de sua espécie. Neste sentido Jean Jackes explica que o homem vinha se aperfeiçoando e conhecendo o mundo a sua volta. Identificou em algumas espécies de argila e pedras que podia fazer abrigos para se proteger e armazenar comida, ora consumidos sempre no mesmo momento da caça. Isso foi uma espécie de revolução.

Para Rousseau, provavelmente os mais fortes foram os primeiros a construir alojamentos, período que se iniciaram as primeira rixas e os combates por propriedade, onde os mais fracos acharam melhor e mais seguro imitá-los.

Com este novo acontecimento surgiu a necessidade do homem juntar-se e passou a viver em sociedade dentro das cabanas como marido, mulher, pais e filhos e desse novo hábito de surgiu o amor conjugal e paternal. Foi neste mesmo período que foi estabelecida diferenças na maneira de viver entre o homem e a mulher ao visto que como consequência ou resultado ambos tornaram a vida mais calma e logo viram a necessidade de se agruparem com ouros semelhantes e com isto o uso da palavra tinha se tornado obrigatório, já que para ter o progresso tornara-se necessária a comunicação.

O homem já havia progredido em alguns campos para tornar sua vida melhor, no entanto ainda não sabedor dos fenômenos naturais foi surpreendido por alterações no clima do planeta com inundações e terremotos que separaram o continente dividindo, o que Rosseau chama de ilhas. Como resultado o homem foi então obrigado a viver em conjunto com outros homens e houve a criação de um idioma comum para se comunicarem e ficarem em harmonia e desse modo constituíram-se as regiões e pequenas nações unidas pelos costumes e modo de vida, alimentação e ainda o clima que havia na região.

Para Rosseau o fato de o homem ter juntado com outros semelhantes e tendo uma inegável aproximação os homens passam a observar e a comparar diferentes objetos, distinguir e a produzir sentimentos de preferência de beleza, ora passados despercebidos. O amor, que para ele era o mais terno e doce dos sentimentos, traz consigo o despertar de um outro sentimento: o do ciúme que para ele foi o despertar da discórdia a qual teve sacrifícios de sangue humano.

Com a constante domesticação do gênero humano dentro do homem e sua ociosidade, ele passa a reunir-se em cabanas e a dançar em volta de fogueiras, unindo dessa forma as pessoas e é nesse ponto que começa a fazer distinção de quem melhor dança, melhor veste, quem é o mais belo ou o mais forte e estes a partir de então eram os mais considerados e foi neste momento que a desigualdade teve início. O homem passou a julgar um ao outro fazendo distinção entre os homens e tratando-os com indiferença.

CONCLUSÃO

Rousseau, como todo filósofo, procurou ser o mais profundo possível em seu discurso, trazendo conceitos do homem em diferentes momentos para poder antes definir realmente o início, a origem da desigualdade.

Ele nos trouxe a definição do homem natural num contexto ao qual conseguimos visualizar como o processo de aprendizado deste homem que vai de um simples ser, comparando por diversas vezes com os animais, os quais fazem tudo pelo instinto identificando apenas duas características que o diferem que são a liberdade e a perfectibilidade. Ainda, traz o homem como sendo de natureza boa e que tinha compaixão e solidariedade pelos da sua espécie.

Neste momento o homem ainda não tinha noções de diferenciar seus semelhantes, já que como os animais tinha apenas a intenção de prover seu sustento e prevalecer sua existência diariamente, sem se preocupar com o que a noite ou o que o outro dia iria lhe acontecer.

Após seu pensamento ser submetido a algumas situações, Rosseau afirma que desse modo, se continuasse, o homem jamais iria chegar a ter um progresso significativamente a ponto de enxergar as diferenças entre seus semelhantes.

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